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Estado de Minas

Precauções para manusear explosivos

Especialista em pirotecnia alerta sobre como se devem utilizar os foguetes para que a magia e o brilho nas festas de fim de ano sejam apenas um ritual de passagem


postado em 27/12/2008 08:26 / atualizado em 08/01/2010 03:54

Beto Novaes/EM D.A.Press
Marcos, da loja de fogos Minas Pirotécnica, aprendeu a manusear o material com seu pai e já participou de dezenas de eventos em todo o Brasil
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Cinco, quatro, três, dois, um! A contagem regressiva tão usada na virada de ano pode ser o início de uma boa comemoração, mas também o começo de um pesadelo. É que para rasgar os ventos como forma de boas-vindas aos novos 12 meses que virão, os tradicionais fogos de artifício ganham os céus e os olhares esperançosos de quem espera melhoras num futuro próximo.

Há mais de 40 anos, a arte que cai como luva nos céus é tradição passada de geração em geração na família de Marcos Vinícius de Oliveira. Seu pai, dono de uma fábrica de fogos de artifício em Santo Antônio do Monte, na Região Centro-Oeste de Minas, começou a fabricar artigos pirotécnicos quando Marcos ainda era menino. Hoje, ele está com 43 anos e é um blaster, nome que se dá quando o fogueteiro é profissional e habilitado para o manuseio do explosivo. “Nasci e cresci assistindo aos espetáculos das imagens e das cores”, diverte-se Marcos.
Dono de uma loja de fogos em Belo Horizonte, Marcos, que também já passou para o filho a tradição, conta que é no ano-novo que a paixão pelos explosivos se torna mais forte, tanto para os profissionais quanto para os amadores. Ele diz que para aprender corretamente o manuseio e ensinar para os seus clientes, até mesmo para agentes do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, ele fez cursos e reconhece que, nem sempre, as instruções que estão na embalagem dos produtos são de fácil entendimento. “Por isso, orientar-se com um profissional é a melhor dica”, garante. E avisa: “O que determina a segurança dos fogos é a distância que se tem sobre eles.”

Em quase 100% dos casos de acidente com o foguete a causa é, segundo ele, o mau uso. Como exemplo, ele cita pessoas que soltam rojões dentro de carro, da varanda de casa ou até mesmo da janela de apartamento. “O perigo é que o pavio, nesses casos, não é acesso corretamente, ou ainda pode esbarrar num fio de alta tensão. O ideal é manter a distância de pessoas, veículos, obstáculos e objetos inflamáveis”, diz.

Ele, que já mostrou sua arte em praias brasileiras, em eventos em todo o país e, inclusive, no tradicional Show de Fogos da Alterosa, explica que há vários tipos de artifícios, até mesmo para crianças, mas que nem eles devem ser utilizados sem a presença de um adulto. Ele ressalta que os rojões, tão procurados nessa época do ano, exigem muitos cuidados. “O ideal é que se solte o explosivo encaixando no mínimo quatro foguetes e acenda apenas o superior, porque o raio de ação da pólvora é de 10 centímetros. Se o fogueteiro estiver segurando apenas um, a sua mão será atingida”, alerta e aconselha também o uso de um cabo para deixar ainda mais distante o explosivo da pessoa que o manuseia.

Produtos artesanais ele não indica para a festa. “Hoje em dia, os fogos importados e nacionais são rigorosamente fiscalizados e homologados pelo Exército Brasileiro. Mas há quem, pelo preço, prefira aqueles clandestinos. O perigo de acidente, nesses casos, é grande”, alerta.

O primeiro passo para que a arte não estrague o réveillon é, de acordo com Marcos, escolher o lugar ideal para a queima, que deve ser plano e livre de risco de incêndio. “Quando acender o pavio é preciso se afastar e nunca posicionar o corpo sobre o produto depois de que ele for acesso”, avisa, afirmando que é preciso esperar 10 minutos para que toda a pólvora se queime. “Se for constatado que tudo foi disparado, pode jogar o papelote fora. Porém, se ver que ainda faltam alguns, o melhor é esperar mais 20 minutos e, se nada for explodido, regar com água e devolvê-lo à loja onde o produto foi adquirido”, diz e completa: “Com responsabilidade e segurança, a festa está completa”.


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