Jornal Estado de Minas

Ruas de BH estão repletas de mangas

 

Houve uma época em que meninos pulavam muros de quintais para chupar mangas de vizinhos. A sombra da árvore era um convite a mais para ficar ali debaixo, se lambuzando com o fruto conquistado na ousadia. Originária da Índia, a delícia está, hoje, em todos os lugares do mundo, principalmente no Brasil, país onde se adaptou muito bem. Mas é em Belo Horizonte que a iguaria, nessa época do ano, freqüenta as vias públicas e nem é preciso sacrifícios para degustá-la. Na região hospitalar, a manga é majestade de quem passa por ali, fazendo com que as ruas se pareçam com um grande pomar, de um único sabor.



Considerada por muitos a rainha dos gostos tropicais, o fruto tem, segundo a agrônoma da Gerência de Áreas Verdes da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Cássia Lafetá, diversos tipos. “É uma fruta que apresenta uma diversidade muito grande. Ainda mais que o próprio homem foi modificando-a e criando outros tipos. As mais tradicionais são a espada, a ubá, a rosa e a sapatinho, essa última é típica da área hospitalar”, conta Cássia, que exemplifica como novo tipo a palmer. “Exemplo de cruzamentos feitos pelo ser humano, e não pela natureza.”

A sapatinho, que é típica das árvores que estão na Avenida Alfredo Balena, se caracteriza, segundo a agrônoma, por ser pesada e conter muitas fibras, aquelas que agarram no dente quando a fruta é devorada. “Por incomodar muitas pessoas, há quem a prefira sem os fios, por isso, muitos produtores dão atenção maior à comercialização das genéricas. Elas são mais fáceis de produzir, uma vez que as mangueiras são jovens e reproduzem mais rápido, o que ajuda na colheita”, diz Cássia Lafetá.

Bem e mal

No entanto, a presença de muitas mangas nessa região de BH divide opiniões. “No ano passado, conversamos com muitas pessoas que andam por ali e há quem adore a presença da fruta, mas há quem odeie e diga que o fruto, sendo pesado, quando cai, estraga os carros”, conta Cássia. Ela explica que, para a urbanização, a árvore é ótima por ser resistente.

A agrônoma destaca que, além de deliciosa, a fruta é excepcional para a saúde, oferecendo energia, fibras, sais mineiras e as vitaminas A e C. “Com esse alimento, podemos fazer doces em calda, em barra, sucos, molhos e tantas outras opções que agradam ao paladar”, comenta, acrescentando que apesar de estar todo ano à disposição do consumidor, é nessa época que ela se frutifica mais, como se desse boas-vindas ao verão.