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Estado de Minas

Serra da Piedade tem promessa de recuperação


postado em 04/12/2008 07:46 / atualizado em 08/01/2010 03:59

Área da extinta Brumafer, em Caeté, será revitalizada pelo Grupo AVG, que pretende retomar exploração do minério (foto: Jackson Romanelli/EM/D.A Press 19/08/2008 )
Área da extinta Brumafer, em Caeté, será revitalizada pelo Grupo AVG, que pretende retomar exploração do minério (foto: Jackson Romanelli/EM/D.A Press 19/08/2008 )
A riqueza foi extraída; os lucros, obtidos, e restou à sociedade a herança de encontrar soluções viáveis para recuperar um patrimônio mineiro devastado. A Serra da Piedade, no limite de Sabará com Caeté, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), foi explorada durante 20 anos pela extinta mineradora Brumafer, que teve suas atividades interrompidas em janeiro de 2006 por ordem judicial e não fez o fechamento correto da mina. Depois de quase três anos, as comunidades do entorno sofrem com as conseqüências. Além de um grande número de desempregados e pessoas que dependiam da empresa, há risco de acidentes ambientais.

A recuperação do terreno é inevitável e, para que isso ocorra, soluções estão sendo discutidas pelo poder público e sociedade civil. Ontem, em audiência pública da Comissão de Meio Ambiente e Recursos Naturais da Assembléia Legislativa, foi discutido o projeto da Mineração Serra Azul (MSA), subsidiária do Grupo AVG, que adquiriu o terreno neste ano e propõe a implantação de um centro polioesportivo, com quadras, um campo de futebol, restaurante, pista de skate e patins. “A idéia é, antes disso, recuperar tudo o que foi devastado pela Brumafer. Sabemos que ali há riscos ambientais seriíssimos, muitas rachaduras e trincas na superfície. Faríamos uma reabilitação da área no valor de R$ 55 milhões”, explicou o diretor do Grupo AVG, Rodrigo Gontijo, que garantiu que essa quantia permitirá preencher as cavas, reflorestar o terreno, desassorear cursos d’água, contratar mão-de-obra e construir taludes para evitar a erosão. Está prevista ainda a cobertura da mina por vegetação nativa e a transformação da área em Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), a ser doada para uso da comunidade.

Conforme divulgou o Estado de Minas em 21 de agosto, o projeto prevê a revitalização, e, ao mesmo tempo, retoma a exploração do minério de ferro, que tem três opções de execução. A primeira, estima que a massa (de minério) a ser explorada, por 25 anos, será em torno de 69,7 milhões de toneladas. No período, a arrecadação de impostos prevista é de R$ 959,4 milhões, sendo destinados R$ 681,7 milhões para a União, R$ 227,2 milhões para o estado e de R$ 50,5 milhões para Sabará, onde está localizada a área. A segunda opção prevê exploração de 58,4 milhões de toneladas em duas décadas, gerando receita de R$ 545,4 milhões para o governo federal, R$ 181,8 milhões para o estadual e R$ 40,4 milhões para o municipal. A terceira alternativa exploraria 42,7 milhões de toneladas, em 15 anos, resultando numa receita de R$ 409 milhões para a União, de R$ 136,6 milhões para o estado e de R$ 30,3 milhões para a cidade. “Além da arrecadação, o projeto vai gerar 200 empregos diretos e cerca de 250 indiretos”, disse Rodrigo.

Mas o destino da Serra da Piedade divide opiniões. Enquanto muitos moradores da região acreditam que o projeto de uma nova atividade mineradora vai devastar o patrimônio assim como foi no passado, outros apostam que a atividade trará desenvolvimento econômico e emprego. “Diante de um crime ambiental que ocorreu no passado, vamos repetir a mesma história? Permitindo que uma nova mineração esteja no local?”, questiona a arquiteta, Maria Auxiliadora Alvarenga, que mora na região.

Hilda de Paiva Bicalho, representante da S.O.S Serra da Piedade, e contra o projeto da empresa, ressaltou que antes de avaliar a proposta do Grupo AVG, “é preciso lembrar que a serra é tombada pelos institutos do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e Estadual (Iepha) e pela Prefeitura de Caeté”. Para o morador Frederico José, a situação em que está a serra é propícia para acidentes em períodos chuvosos. “Temos medo de que haja uma tragédia tão grande quanto a de Santa Catarina (SC). Recuperar o meio ambiente seguindo a lei e gerar empregos vai ser bom. Quando a Brumafer foi fechada, quase 400 famílias foram afetadas com desemprego. A aprovação da proposta será uma nova esperança”, disse.


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