(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Regiões Norte e Leste desprotegidos


postado em 24/11/2008 07:32 / atualizado em 08/01/2010 04:00

O Comando-Geral dos Bombeiros considera prioritário o aumento do efetivo das atuais unidades, em relação à ampliação do número de pelotões e batalhões do estado, segundo o tenente Thiago Miranda, chefe do setor de comunicação. Mas o mapa da distribuição dos militares em Minas mostra que faltam unidades principalmente nas regiões mais pobres: Norte e vales do Jequitinhonha e do Mucuri. A maior concentração ocorre nas regiões Sul (10 das 46 unidades) e Grande BH (oito unidades). Miranda informa que está sendo estudada revisão do planejamento estratégico. “No último estudo, os bombeiros não tinham aeronave, uma mudança significativa na corporação”, afirma.

Leia mais: Regiões Norte e Leste desprotegidas

Ele explica que a carência em cidades da Grande BH com mais de 100 mil habitantes, como Santa Luzia e Ibirité, é compensada por unidades próximas: Ibirité é atendida pelos bombeiros do Barreiro, em BH; Santa Luzia, por militares de Vespasiano. Mas reconhece que não há motivos para cidades como Conselheiro Lafaiete não terem bombeiros. Sobre a falta de pessoal em outras 60 cidades médias, o tenente garante que o atendimento não deixa de ser feito. “Os bombeiros atendem todo o estado, mesmo que demorem a chegar, em alguns casos”, alega. Além da população, aspectos socioeconômicos e índices de criminalidade são levados em conta na criação de unidades.

Com 71,6 mil habitantes, João Monlevade é atendida pelo pelotão de Itabira, a 40 quilômetros. Mas nem sempre é possível chegar a tempo. No fim do último mês, Maria de Fátima Oliveira, de 51 anos, morreu carbonizada num carro que pegou fogo no Centro. Moradores usaram mangueiras e baldes de água para apagar as chamas, mas não deu tempo de salvar a mulher.

Não foi o primeiro caso. Dias antes, um Alfa Romeo pegou fogo parado num semáforo. Servidores da prefeitura usaram um caminhão-tanque para tentar controlar o incêndio, tirando a água com baldes. Em setembro, a Escola Infantil Castelinho de Cristal, no Bairro Teresópolis, pegou fogo e, quando bombeiros chegaram, o prédio já estava destruído, mas ninguém se feriu.

Embora o Sul de Minas concentre a maior parte das unidades do estado, há relatos de pedidos de ajuda a bombeiros do estado de São Paulo. “Às vezes entramos em contato com a Central de Operações de São Paulo e eles mandam os bombeiros”, conta a cabo Anny Letícia, da 116ª Companhia da PM do 20º Batalhão da PM em Extrema. O batalhão mais perto está em Pouso Alegre, mas os militares de Bragança Paulista chegam mais rápido. Casos mais simples são resolvidos com a ajuda de um caminhão-pipa da prefeitura.

O coronel Cláudio Vinícius Teixeira afirma que a situação já se repetiu, com mais freqüência, nas fronteiras com Goiás e Distrito Federal. O problema teria diminuído nos últimos anos, graças à instalação de 10 novas frações de bombeiros no estado. O tenente Thiago Miranda lembra que bombeiros mineiros também são chamados para atender ocorrências em outros estados, quando estão mais perto. Mas Teixeira afirma que um dos maiores desafios da corporação se concentra na divisa com a Bahia: nem Minas nem o estado vizinho têm unidades para atender com agilidade os municípios ali localizados.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)