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Estado de Minas

Praça no Barreiro é palco de campeonato de skate


17/11/2008 07:21 - atualizado 08/01/2010 04:02

Freqüentadores tiveram um motivo a mais de diversão, com a realização do Skate Session e as manobras radicais dos participantes
Freqüentadores tiveram um motivo a mais de diversão, com a realização do Skate Session e as manobras radicais dos participantes (foto: Marcelo Sant'Anna/EM/D.A Press)

O Barreiro merece vários capítulos nos livros que contam a história de Belo Horizonte. Primeiro, porque a área foi povoada, no início do século 18, décadas antes da inauguração da própria capital, fundada em 12 de dezembro de 1897. Segundo: o bairro se desenvolveu, a população cresceu e, hoje, poucos moradores precisam sair da região em busca de trabalho, estudo, saúde ou lazer. Pelo contrário, milhares de habitantes de outras partes da cidade e até de municípios vizinhos é que procuram no Barreiro o que não encontram nos lugares de origem. Nessa domingo, não foi diferente: muita gente – a maioria adolescentes – foi à colorida praça da Avenida Afonso Vaz de Melo, construída pela PUC Minas há um ano, participar ou prestigiar a segunda edição do Skate Session, patrocinada por lojistas e outros empresários da região.

A pista, usada pelos amantes do esporte radical, segundo os organizadores do evento, é a melhor de Minas Gerais e a quarta do país. É nela que Klifort Rodrigues, de 14 anos, aprendeu a fazer manobras radicais sobre a prancha de quatro rodinhas, que lhe rendeu, em julho, o troféu de campeão da primeira edição do Skate Session na categoria mirim, que vai até 14 anos. Ontem, ganhou novamente. Ao lado do colega Paulo Moreira Rocha, um ano mais velho, passa boa parte do dia subindo, descendo e desafiando os obstáculos colocados nas rampas. Os meninos encantaram aqueles que se sentaram na arquibancada da praça. Arrancaram aplausos e gritos de incentivo. Tudo ao som de uma agradável música transmitida por caixas de som colocadas num pequeno palanque montado na praça.

“O que mais gosto no Barreiro é dessa pista”, disse o mais novo, que pretende seguir carreira no esporte, como fez Alexandre Dota, de 41, organizador da competição e uma das principais vozes do skate no estado. “O esporte, em Belo Horizonte, cresceu bastante nos últimos anos. De uns três anos para cá, acredito, são cerca de 10 mil (novos adeptos)”, calculou. Um deles é o filho Hugo Blender, de 11, que já domina as rampas das principais pistas da capital. Ele ganhou a primeira etapa do circuito mineiro, promovido por uma marca de tênis do Rio Grande do Sul e ocorrida, em janeiro, em Uberlândia, no Triângulo Mineiro. Em julho, ficou com o segundo lugar na segunda etapa, em Divinópolis, no Centro-Oeste.

O garoto espera faturar a terceira e última etapa, que será realizada, mês que vem, no Parque das Mangabeiras. “Os três melhores de cada estado vão para Porto Alegre, em janeiro, na grande final”, conta o menino. Enquanto muitos jovens encantavam o público na área de concreto, outros se preparavam para apresentar suas manobras debaixo das árvores atrás da pista. Muitos vieram de outras regiões para treinar, aprender ou simplesmente admirar os meninos e meninas que dominam a prancha de rodinhas. Ontem, havia pessoas de Betim, Contagem, Lagoa Santa e Ibirité. Vários outras vieram de diferentes bairros da capital, como José Deusdedit, de 55, que mora no João Pinheiro, na Região Noroeste.

Ele levou o filho para brincar no local, mas aproveitou para manter a forma. Enquanto o garoto fazia boas manobras, o aposentado se divertia no pequeno espaço destinado aos fãs do basquete. Concentrado, acertou quase todos os arremessos. Nem mesmo o forte calor desanimou o homem. Depois de alguns arremessos, ele pôde refrescar a garganta na bica ao lado da cesta. “É o terceiro domingo que venho. A praça é muito bonita e aproveito para me divertir”, diz o aposentado, que adora assistir às partidas do campeonato americano, o melhor do planeta.

Infra-estrutura


Mas os moradores e visitantes do Barreiro não dispensam elogios apenas à praça, ponto de encontro de uma multidão, principalmente, nos fins de semana. O também aposentado Raimundo Elpídio Rosa, de 60, observa que o bairro cresceu nas últimas décadas e que pode ser comparado a uma cidade dentro de Belo Horizonte, pois tem ampla infra-estrutura em diversas áreas. A começar pelo diversificado comércio no entorno da Avenida Afonso Vaz de Melo. Junto com o desenvolvimento econômico, o aumento da população.

Tanto que a PUC Minas, uma das universidades mais tradicionais do país, enxergou no local um agradável filão e, lá, inaugurou uma unidade com vários cursos. Ela fica em frente a um endereço cobiçado pela população carente: o terreno onde a prefeitura constrói o restaurante popular, que atenderá centenas de pessoas diariamente. “Será importante para todos nós”, agradece Raimundo, que nasceu em João Monlevade, na Região Central de Minas, a 108 quilômetros da capital, e se mudou para o Barreiro em 1972.

Veio em busca de emprego numa tradicional siderúrgica e, mais que um bom serviço, onde se aposentou sem ter faltado sequer um dia, encontrou vida nova e fez várias amizades. “Trabalhei por 22 anos e sete meses na empresa. Nunca faltei”, conta o aposentado, que se considera um belo-horizontino.

Ele tem lembranças da época em que chegou à capital. Época em que o Barreiro tinha uma população bem menor, que o transporte público era precário e que o comércio praticamente não existia, segundo conta. Raimundo se recorda – nessa parte, sem saudosismo – de que precisava ir na “cidade”, como os antigos chamam o Centro de BH, quando precisava comprar algo. Isso não ocorre mais. Bom para ele e para os outros moradores.


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