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Estado de Minas

Campanha incentiva prevenção contra o diabetes

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estima em 140 mil número de portadores da doença na capital. Eventos, hoje, oferecem orientações e tratamento


postado em 14/11/2008 07:46 / atualizado em 08/01/2010 04:04

A auxiliar de radiologia Zeli Ferreira Gomes, de 38 anos, convive desde o início da adolescência com uma doença grave. Aos 12 anos, a perda de peso e a sede incontrolável fizeram a família perceber que algo não ia bem. O diagnóstico do médico foi imediato e ela teve de ser internada para conter a desidratação: Zeli estava com diabetes. Tratada como uma doente incapacitada durante muito tempo, a vida começou a tomar novos rumos quando deixou a zona rural e se mudou para Ponte Nova, na Zona da Mata: “Na cidade, via as coisas gostosas e comia escondida. Comecei a namorar também sem permissão, porque meu pai dizia que eu não poderia casar nem ter filhos, pelo fato de eu ser doente. Fiquei revoltada durante muitos anos e, quando acordei para a vida, aos 26 anos, a situação já estava ruim. Mas dei a volta cima e superei. Perdi a visão em 1992, apesar dos vários tratamentos e cirurgias sem sucesso. Hoje, cuido bem dos rins, da alimentação, dos dentes e tento não me machucar”, diz.

Hoje, a união é a palavra de ordem para chamar a atenção sobre a doença – causas, sintomas, complicações e tratamento – e evitar que a desinformação prejudique vidas, no Dia Mundial do Diabetes. Em Belo Horizonte, haverá várias ações, das 9h às 14h, na Praça Hugo Werneck, na Região Hospitalar da capital, como teste de glicemia, medição da pressão arterial, avaliação dos pés, orientação sobre atividade física e informações sobre a enfermidade. As atividades serão promovidas pela Prefeitura de BH em parceria com a Sociedade Brasileira de Diabetes Regional de Minas Gerais, Secretaria de Estado de Saúde (SES) e Santa Casa de Misericórdia.

No local, também haverá endocrinologistas, nutricionistas, enfermeiros e um professor de educação física para esclarecer a população. Os portadores de diabetes do Hospital das Clínicas vão promover um show de talentos com instrumentos musicais e os participantes poderão responder um questionário para identificar o nível de conhecimento das pessoas sobre a doença. O prédio da prefeitura, o pirulito da Praça Sete e a fachada da Santa Casa receberão iluminação azul, cor que representa o combate a diabetes no mundo. Os locais foram escolhidos pela Sociedade Brasileira de Diabetes por serem marcos importantes da cidade. A estimativa da SES é de que o estado tem 600 mil diabéticos. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas na capital há 140 mil portadores da doença.

Causas

As principais causas da enfermidade são a obesidade, a alimentação inadequada e o sedentarismo, além da herança genética. A diabetes se apresenta de duas formas. A tipo 1 é decorrente da destruição das células do pâncreas responsáveis pela produção de insulina e acomete crianças e adolescentes, que precisam tomar o medicamento imediatamente, pois o risco de morte é alto. A tipo 2 tem características hereditárias e se manifesta em pessoas acima dos 40 anos.

Pelo menos 50% dos doentes acometidos pelo tipo 2 não sabem que têm o problema, segundo estimativa da Secretaria de Estado de Saúde. “O diabetes tem um custo social muito grande, pois, além de o paciente perder qualidade de vida, há as aposentadorias precoces e o desgaste da família. É uma doença silenciosa, muitas vezes ocasionada pelo fato de as pessoas não terem tempo de se alimentar direito e consumirem muitos produtos industrializados”, relata a enfermeira e integrante da equipe técnica da Coordenação Estadual de Hipertensão e Diabetes da SES, Samari Godinho. Ela ressalta que o diabetes tem controle e ele pode ser feito, dependendo do caso, apenas com atividades físicas e dieta. “Se há casos na família de diabéticos e se a pessoa está acima do peso, deve-se fazer controle na unidade de saúde. O diagnóstico precoce é essencial para evitar complicações mais graves.”


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