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Estado de Minas

Faltam informação e camisinha a portadores de distúrbios


postado em 12/11/2008 07:29 / atualizado em 08/01/2010 04:04

Assim como no restante da população, os pesquisadores observaram que, entre portadores de distúrbios mentais, prevalece a idéia de que a Aids é "doença do outro", o que os eximiria da proteção. Embora soubessem dos riscos da doença, associada à morte, de acordo com as respostas, poucos mostraram conhecimento sobre os meios de transmissão.

Entre os homens, apenas um descreveu o vírus e as formas de contágio de maneira clara. “Um dos entrevistados se referiu à Aids como proveniente de ‘um micróbio que come a pessoa’. Além disso, alguns lembram que é doença que ‘pega só de sentar’, que ‘pega no beijo’ e ‘no abraço’", diz o texto, confirmando a necessidade de mais esclarecimentos sobre a doença.

Associada à falta de informação, a distribuição de camisinha é baixa: ocorre em apenas 30% dos serviços, sendo que a maioria foi ofertada nos Centros de Apoio Psicossociais (CAPs) e em apenas um hospital psiquiátrico. "A pesquisa mostra claramente o problema do acesso ao preservativo. Este ano, o governo federal comprou 1 bilhão de camisinhas para distribuição e vai adquirir mais 1,2 bilhão para incluir nos serviços de atendimento aos portadores de distúrbios mentais", diz a diretora nacional do programa de DST/Aids, Mariângela Simão.

E a preocupação não é apenas com a Aids. O estudo verificou a estimativa de ocorrência de outras doenças sexualmente transmissíveis: sífilis, hepatites B e C. As taxas mais elevadas de sífilis e HIV foram verificadas entre mulheres mais jovens. Já as hepatites B e C tiveram incidência maior entre homens mais velhos.

Atuação específica

Para o psiquiatra Paulo Sérgio Dias, diretor clínico do Hospital Eduardo de Menezes, em Belo Horizonte, principal instituição pública de Minas para tratamento de doenças infecciosas, sobretudo Aids, é necessário haver política específica para esse tipo de paciente. Só de pessoas portadoras de sofrimento mental e positivas para vírus HIV, são cerca de 70 atendimentos fixos em seu consultório. “Alguns desenvolveram os distúrbios depois de saber que portavam o vírus. Hoje, o atendimento é igual ao da população em geral, com a diferença de que o paciente com o distúbrio precisa do acompanhamento psiquiátrico. Não adianta nada o esquizofrênico, por exemplo, ouvir na TV que deve usar camisinha. Alguns transtornos deixam a pessoa com o desejo sexual nas alturas ou com redução crítica”, explica.


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