Uma platéia e um repertório ecléticos. Assim foi a apresentação do maestro João Carlos Martins, regendo a Bachiana Chamber Orquestra, no projeto Ofício da Música, na noite de ontem, no hall do Museu de Artes e Ofícios (antigo prédio da Estação Central de Belo Horizonte). No público, jovens que pela primeira vez assistiam a um concerto dividiam espaço com amantes da música clássica.
Para agradar a todos os gostos, João Carlos interpretou peças de Johann Sebastian Bach e pérolas da MPB, como a música Trem das onze, de Adoniran Barbosa, própria para o ambiente da velha estação ferroviária, e Eu sei que vou te amar, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes. Para encerrar, ao piano Martins fez sua clássica interpretação do hino brasileiro.
A ex-cantora lírica Wanda de Souza, que brilhou nos palcos do Rio de Janeiro, classificou de singela a música do maestro paulista. “Sempre vi pela televisão suas apresentações. Sua interpretação do Hino Nacional é marcante. Acho extraordinário como ele se movimenta e contagia todo o público.”
O estudante de design Thalmo Ferrari, de 22, confessa ter gostado de seu primeiro contato com a música clássica. “Li no jornal sobre o show e vim pela primeira vez assistir a uma apresentação de uma orquestra”.
A professora Maria José Sakasida se envolveu no concerto. “É emocionante o trabalho dele. O repertório de clássico a popular é bem articulado e demonstra grande sensibilidade.”
Paulista, João Carlos Martins é reconhecido em todo o mundo pelas suas interpretações de Bach. Começou a estudar piano aos oito anos e, aclamado pela crítica internacional, ganhou diversos prêmios, como pianista e maestro. O concerto faz parte das comemorações dos 10 anos do Instituto Cultural Flávio Gutierrez, gestor do museu.