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Estado de Minas

Polícia Civil investiga crime de PM


postado em 23/10/2008 08:34 / atualizado em 08/01/2010 04:09

A Justiça de Contagem, na Grande BH, pôs quarta-feira um fim no impasse sobre a competência de quem iria comandar as investigações de uma execução cometida por um cabo da Polícia Militar. A PM entendeu que cabia a ela a instauração do inquérito, mantendo o policial no batalhão onde trabalha, mas a juíza do Tribunal do Júri da comarca, Maria Luíza de Andrade Rangel Pires, determinou que trata-se de um crime comum e que cabe à Polícia Civil comandar as investigações.

A vítima do crime foi o técnico em enfermagem Wadson Malaquias de Lima, de 44 anos. Na tarde de segunda-feira, ele foi assassinado com 15 tiros pelo cabo Robson Xavier dos Santos, do 39º Batalhão. O motivo foi uma briga de vizinhos, envolvendo a mulher do acusado, no Bairro Água Branca. Wadson, que não estava envolvido na confusão, levou dois tapas no rosto e teria sido baleado pelo militar quando tentava acalmá-lo.

Na terça-feira, pela segunda vez, a delegada Cristiane Carvalhaes, da Delegacia de Homicídios de Contagem, não conseguiu ouvir o acusado em cartório. No dia do crime, colegas de farda do acusado o levaram direto para o batalhão. Quando o cabo foi apresentado à Polícia Civil, ele estava dopado. O militar teria sido medicado numa clínica psiquiátrica da PM, depois de sofrer uma crise nervosa, e não teve condições de depor. O interrogatório foi adiado para as 14h de terça-feira, mas o cabo não foi levado à delegacia. O comandante do batalhão, tenente-coronel Paulo Márcio Diniz, considerou o fato um crime militar e decidiu que a própria PM iria conduzir as investigações. “O cabo estava de serviço, fardado, com arma e a viatura da corporação”, justificou o tenente-coronel.

Na quarta-feira, a delegada procurou a juíza e esta concluiu que cabe à Justiça comum julgar o caso, e não a Justiça Militar. “Diante dessa situação, a juíza determinou que o cabo seja encaminhado à autoridade que preside o inquérito policial, para ser ouvido”, informou a delegada, que deve marcar o interrogatório do PM, que continua detido no batalhão.

Outros PMs que presenciaram o crime também prestarão depoimento. Na quarta-feira, a delegada ouviu oito testemunhas que moram no prédio onde ocorreu o homicídio. Essas pessoas confirmaram que a mulher do cabo ameaçava bater numa vizinha com uma vassoura. O marido da síndica telefonou para o policial, que estava de serviço numa outra rota, pedindo que ele tomasse providências. O cabo teria chegado nervoso, reclamando da mulher que não o deixava trabalhar, e tentou arrombar o apartamento de um irmão da vítima, que havia dado proteção à mulher ameaçada.

Os parentes de Wadson, ainda abalados com a tragédia, também serão ouvidos. Segundo a delegada, o cabo usou uma pistola Ponto 40 para matar a vítima. Ela aguarda do Instituto Médico-Legal (IML) o laudo da necropsia, que vai concluir o número exato de tiros, e também da perícia feita no local do homicídio. Polícia Civil investiga crime de PM


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