Na terça-feira, pela segunda vez, a delegada Cristiane Carvalhaes, da Delegacia de Homicídios de Contagem, não conseguiu ouvir o acusado em cartório. No dia do crime, colegas de farda do acusado o levaram direto para o batalhão. Quando o cabo foi apresentado à Polícia Civil, ele estava dopado. O militar teria sido medicado numa clínica psiquiátrica da PM, depois de sofrer uma crise nervosa, e não teve condições de depor. O interrogatório foi adiado para as 14h de terça-feira, mas o cabo não foi levado à delegacia. O comandante do batalhão, tenente-coronel Paulo Márcio Diniz, considerou o fato um crime militar e decidiu que a própria PM iria conduzir as investigações. “O cabo estava de serviço, fardado, com arma e a viatura da corporação”, justificou o tenente-coronel.
Na quarta-feira, a delegada procurou a juíza e esta concluiu que cabe à Justiça comum julgar o caso, e não a Justiça Militar. “Diante dessa situação, a juíza determinou que o cabo seja encaminhado à autoridade que preside o inquérito policial, para ser ouvido”, informou a delegada, que deve marcar o interrogatório do PM, que continua detido no batalhão.
Outros PMs que presenciaram o crime também prestarão depoimento. Na quarta-feira, a delegada ouviu oito testemunhas que moram no prédio onde ocorreu o homicídio. Essas pessoas confirmaram que a mulher do cabo ameaçava bater numa vizinha com uma vassoura. O marido da síndica telefonou para o policial, que estava de serviço numa outra rota, pedindo que ele tomasse providências. O cabo teria chegado nervoso, reclamando da mulher que não o deixava trabalhar, e tentou arrombar o apartamento de um irmão da vítima, que havia dado proteção à mulher ameaçada.
Os parentes de Wadson, ainda abalados com a tragédia, também serão ouvidos. Segundo a delegada, o cabo usou uma pistola Ponto 40 para matar a vítima. Ela aguarda do Instituto Médico-Legal (IML) o laudo da necropsia, que vai concluir o número exato de tiros, e também da perícia feita no local do homicídio. Polícia Civil investiga crime de PM