Nos últimos anos, os grandes eventos culturais se tornaram o ambiente ideal para as campanhas de massa, principalmente quando se trata de temas polêmicos. E como o Carnaval é uma festa popular na qual o consumo de bebidas alcóolicas tem como consequência a elevação das taxas de violência, o governo estatual intensifica sua primeira campanha do ano no combate à violência, com foco no feminicídio. A campanha, criada pela agência 18 Comunicação, convoca a população a denunciar casos de agressão doméstica. Em vídeo, estimula a população a “botar tudo em pratos limpos” e tenta desconstruir conceitos antigos, afirmando que “em briga de marido e mulher” se mete a colher sim. As peças publicitárias exibidas em emissoras de rádios e TVs e nas redes sociais mostram a triste realidade de que, em Minas Gerais, a cada dois dias uma mulher morre vítima de violência doméstica. Em 50% dos casos as mortes foram causadas por facas, tesouras ou canivetes, crimes cometidos geralmente em ambientes domésticos.
ESTATÍSTICA SOMBRIA Em todo o Brasil, somente em 2021, 3.878 mulheres foram vítimas de homicídio. Os casos registrados como feminicídio, que é quando a vítima é assassinada pelo fato de ser mulher, chegaram a 1.341, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
DENÚNCIA Para coibir a violência contra a mulher, impedir que essas mortes ocorram e garantir que os agressores sejam presos, a campanha do Governo de Minas reforça que é possível denunciar pelo telefone 181. O Disque Denúncia é coordenado pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) e completou 15 anos em 2022. Nesse período, mais de 1 milhão de denúncias foram apuradas pela Polícia Militar, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros Militar. Mais de 263 mil criminosos foram presos e apreendidos. O canal garante o anonimato e sigilo da pessoa que faz a denúncia e garante a participação da sociedade no combate à criminalidade.
CANAIS DE AJUDA Em situações de emergência, as denúncias também podem ser feitas pelos telefones 190 (Polícia Militar) e 197 (Polícia Civil). Na página da Delegacia Virtual é possível registrar ocorrências de ameaça, lesão corporal, agressão e descumprimento de medida protetiva. As vítimas também podem utilizar o aplicativo MG Mulher, disponível gratuitamente para Android ou iOs, que conta com endereços e telefones de delegacias, unidades policiais e instituições de ajuda mais próximas, vídeos, áudios e textos para orientar as vítimas, além da possibilidade de criar uma rede de contato com pessoas de confiança que podem ser acionadas em uma emergência com um só clique.
ACOLHIMENOT O governo de Minas disponibiliza espaços de acolhimento e ajuda às vítimas de violência doméstica e também aos filhos.
As vítimas de violência doméstica ou familiar também podem buscar ajuda por meio do Centro Risoleta Neves de Atendimento à Mulher (Cerna). A ferramenta, vinculada ao Sistema Integrado de Monitoramento e Avaliação em Direitos Humanos (Sima-Mulher) do Governo de Minas, registra casos de violação e fornece mecanismos para promoção do atendimento à vítima em rede. O primeiro atendimento é feito por agendamento direto ao serviço, por meio dos telefones (31) 3270-3235 ou (31) 3270-3296.