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Estado de Minas Estilo boho

Caminho da Índia

Mix de matérias-primas, explosão de cores e ornamentos marcam a primeira coleção cápsula do inverno da UH Premium


27/02/2022 04:00

UH Premium
coleção cápsula do inverno da UH Premium (foto: UH Premium/divulgação)


Mal chegaram ao showroom, as peças da coleção inverno/22 da UH Premium, lançadas na pronta-entrega, se esgotaram em quatro horas, obrigando as equipes de estilo e comercial a trabalharem intensamente para repor o estoque e atender à demanda dos clientes.
 
Esse encantamento à primeira vista tem sido recorrente na rotina da marca mineira, comandada pelas irmãs Célia e Izabela Bicalho, que ficou conhecida por seu DNA forte e na qual a moda é pretexto para brincar com tecidos, cores e aviamentos de forma totalmente livre. E essas brincadeiras admitem experimentações de qualquer espécie, com mix de matérias-primas, sem medo de pesar a mão.
 
Estilo boho
%u201CSou encantada com a Índia, lá me sinto em casa, e adoro trabalhar e desenvolver as coleções na região (foto: UH Premium/divulgação)
 
 
A referência das duas sócias, desde que assumiram o negócio materno, tem sido o boho, que, por si só, preza as misturas de influências, juntando a estética hippie dos anos 1970 com os estilos de rua, o que proporciona composições inusitadas.
 
A UH Premium é também exemplo do que é conhecido como reposicionamento de mercado cultuado pelo marketing contemporâneo: só que esse processo aconteceu de forma natural e espontânea. A história começou com a mãe, que resolveu empreender  na década de 1980, fazendo camisaria feminina em linho e tricoline adornadas com rendas, nervuras, entre outros detalhes, peças que estavam no auge naquele momento.
 
Blusa amarela
A atual coleção, batizada como Jaipur (foto: UH Premium/divulgação)
 
 
O nome original era Última Hora, abreviado, algum tempo depois, para UH Premium em uma leitura contemporânea, e conta uma história engraçada. Segundo Célia, a confecção nasceu informalmente, começou a prosperar, o que exigiu que fosse registrada. Na urgência, a mãe escolheu Última Hora aludindo ao fato de que, diante de tantos afazeres de um negócio pequeno, as decisões eram quase sempre tomadas nesse timing.
 
O segredo do sucesso da marca talvez seja a simbiose entre as irmãs, que compartilham gostos semelhantes e trabalham a quatro mãos como se fossem uma só pessoa. A afinidade é tamanha que encontram dificuldade de lidar com assistentes que acompanhem suas ideias e propostas. Ou seja, para elas não existem regras.
 
A mola propulsora para a visibilidade da UH foram três desfiles realizados no Minas Trend, que marcaram a vocação étnica da grife e abriram caminho para que ela despertasse atenção de importantes lojas em todo o Brasil. Tanto a imprensa especializada quanto os formadores de opinião endossaram a potência criativa que viam surgir.

Misticismo Com o passar do tempo, essa vocação se acentuou, ganhou musculatura, quando encontrou, literalmente, o caminho para a Índia, o que coincidiu com a busca espiritual da própria Célia. Envolta pela cultura milenar e misticismo indianos, ela percorreu várias cidades, escolheu os tecidos, aviamentos, e decidiu desenvolver a primeira coleção no país. A partir daí, tem passado temporadas por lá em contato com fabricantes e fornecedores. “Sou encantada com a Índia, lá me sinto em casa, e adoro trabalhar e desenvolver as coleções na região”, ela afirma.
 
Essa opção permitiu que a UH desse um salto em termos de afirmação de identidade, provocando o aumento substancial da demanda. Diante de um universo de possibilidades de um local dominado pelas cores e com uma indústria têxtil singular e versátil, a estilista mergulhou fundo: as misturas se intensificaram, os ombrés ficaram mais vigorosos, os bordados e aplicações ganharam destaque assim como as intervenções dos dourados e das passamanarias especiais, tudo isso resultando em novas composições.
 
“Não existe nada igual no mercado mineiro. Elas criam roupas que despertam desejo, não importa o preço de uma peça. O lojista sabe que vai encantar o cliente, que vai vender”, afirma Delma Cardoso, uma das principais consultoras de moda de Belo Horizonte.
 
Em resumo, para Célia e Izabela, o desenvolvimento das coleções na Índia é como um céu sem limites. As jaquetas jeans bordadas já viraram best-sellers na marca, estão presentes em todos os lançamentos. Assim como os moletons com bordados over. E o crochê e o tricô fazem parte do estilo handmade cultuado pela UH. Os acessórios, por sua vez, tênis, cintos e bolsas, seguem o mesmo estilo boho e compõem com as peças das coleções. “Gostamos de roupas fluidas, enfeitadas, ornadas. Não pode faltar o bordado, o brilho, o floral, o animal print, que amamos, a renda, a malha, o jeans. É a partir disso que começamos o trabalho a cada estação”, afirmam as estilistas.
 
A atual coleção, batizada como Jaipur, é uma homenagem à capital e maior cidade do estado indiano de Rajasthan, também conhecida como a Cidade Rosa devido às cores dominantes dos seus edifícios. Fundada no século 18, trata-se de um destino turístico importante do país, localizada a 268 quilômetros de Nova Délhi, um patrimônio mundial da Unesco. Seus fortes, palácios e monumentos espetaculares por si só funcionam como inspiração para qualquer mente fashionista.
 
Apesar da explosão criativa, a UH não perde vista os trends da estação: estão lá os vazados, as fendas, os conjuntos jogger, os croppeds, que ficam ótimos em sobreposição com as camisas, as mangas bufantes, as franjas e plumas, os brilhos paetizados e o lurex. Mas tudo isto tratado à moda da marca.- 


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