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Estado de Minas Primavera-verão

Passarela de volta

Depois de uma sofrida temporada sem desfiles presenciais, eles estão acontecendo novamente, como retorno de uma tradição longamente esperada


24/10/2021 04:00 - atualizado 22/10/2021 15:51

 Desfile da colecao Verão 2022 de Isabel Marant
Sasha Meneghel (foto: Divulgação)


Para alegria da maioria de produtores de moda os desfiles presenciais voltaram a acontecer. Em tempos normais, sem pandemia mundial, os desfiles são realizados duas vezes por ano: janeiro/fevereiro e setembro/outubro e formam parte de um calendário anual. O calendário da moda é movimentado, rígido e baseado nas mudanças anuais de estação. As coleções de alta-costura e prêt-à-porter primavera/verão do ano seguinte são apresentadas nos meses de outono, e as coleções de outono/inverno do ano seguinte são apresentadas nos meses de primavera. As semanas da moda com mais repercussão e com uma cobertura internacional maior são em Nova York, Londres, Milão e Paris. Contudo, também se consagram desfiles com coleções independentes em Copenhague, Sidney e Berlim. Seguir o calendário da moda resulta numa tarefa complicada, sendo que a escolha certa do local, hora e data deve ser estudada com detalhe. A sucessão dos desfiles de vários designers constrói uma imagem e destaca-se frente ao público, posicionando a marca no mercado.
 
Alguns consumidores preferem não arriscar na compra de coleções de novos designers, e como tal preferem aguardar, pois a marca terá de confeccionar as coleções frente a pedidos profissionais, isto para verificar se as coleções têm boa qualidade. Um desfile de moda é uma ferramenta de promoção de um designer, que apesar de dispendioso não implica uma economia direta. É a partir dos comentários positivos da coleção que se consegue recuperar parte do investimento. Organizar um desfile requer eleger um formato adequado à filosofia da empresa e planificá-lo até ao último detalhe. Caso a coleção apresente um conteúdo pobre, o desfile pode ser prejudicial e colocar em causa a credibilidade do designer. A maioria dos profissionais de moda aconselha formatos mais fáceis para o desfile, isto é, apresentações curtas e concisas das criações, deixando a espetacularidade para quando a marca se apresentar estável no mercado.
 
O lançamento das novas coleções presenciais começaram em Paris, com a temporada de desfiles de alta-costura. Durante quatro dias, mais de 30 maisons apresentam suas coleções no calendário oficial, tentando encontrar soluções para manter o glamour desse evento tipicamente francês, apesar da pandemia. O setor da moda foi um dos mais afetados pela pandemia de COVID-19. Entre o fechamento das lojas em períodos de lockdown e as mudanças de hábitos ligadas ao trabalho remoto, a indústria de roupas e acessórios teve que se adaptar.
 
"Esse período acelerou o movimento em direção ao digital", resumiu Gilles Lasbordes, diretor do Première Vision, principal salão mundial de têxtil, onde nascem algumas das tendências que são vistas nas passarelas um, dois, ou até três anos mais tarde. "No começo, foi muito difícil, pois as pessoas estão acostumadas a se reunir em Paris duas vezes ao ano. Mas os primeiros resultados das versões digitais foram encorajadores", celebra, lembrando que, na cadeia de produção da moda, o têxtil era a etapa menos conectada. Afinal, nessa etapa do processo, quando ainda não se pensa em roupa, e sim em tecidos, a dimensão tátil é quase tão importante quando a visual. Durante o período mais forte da pandemia, a compra através do computador contribui para o faturamento das empresas e salvou muitas delas da falência.
 
Acontece que, no caso da alta-costura, prática tipicamente francesa, com peças sob medidas e fabricadas manualmente em ateliês parisienses, a questão da venda on-line não existiu. Com apenas algumas centenas de clientes pelo mundo, os desfiles são, antes de mais nada uma ocasião para as marcas mostrarem do que são capazes em termos de criatividade e proezas técnicas e artesanais.A habilidade de criar um espetáculo que repercuta na imprensa e nas redes sociais, alimentando o interesse pela marca, seus acessórios e perfumes – que muitas vezes representam a parte mais lucrativa do negócio –, é um elemento central nessa fashion week, que alguns veem como anacrônica, mas que serve de laboratório de ideias para toda uma indústria.
 
Com o retorno dos desfiles ao vivo, uma tradição está de volta: o convite a personalidades para participarem dos lançamentos. A primeira fila é sempre ocupada pelas principais jornalistas de moda do mundo e os desfiles são disputados com toda pressão. Na última semana, a grife Isabel Marant, que acaba de abrir loja no Shopping Cidade Jardim, de São Paulo, convidou um elenco de artistas e celebridades brasileiros para assistirem ao lançamento de sua coleção primavera-verão.Comandando o grupo, Bruna Marquezine e Tais Araujo, embaixadoras do shopping. As convidadas,para aumentar o interesse da participação, usavam os últimos lançamentos de Isabel Marant, que comemou assim sua primeira loja na América Latina. Entre as convidadas estavam Isis Valverde, Sabrina Sato, Sasha Meneghel e Simaria. É claro que cada convidada escolheu o modelo que mais combinava com seu estilo, e o resultado é uma verdadeira proposta do que vem por aí na primavera-verão.


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