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Estado de Minas Decoração

Tudo novo

Após 25 anos e uma forçada pausa por causa da pandemia, a 26ª edição chega apresentando uma nova CasaCor Minas repleta de novidades


19/09/2021 04:00

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(foto: barbará dutra/divulgação)
 
Misto de emoção e alegria somadas ao peso da grande responsabilidade. Esse é o sentimento que a equipe da Multicult está sentindo com a abertura da 26ª Edição da CasaCor Minas, em momento de pandemia controlada, que sem dúvida será uma nova mostra com muitas mudanças. Afinal, este é o primeiro grande avento aberto na cidade desde que a quarentena foi instituída, em março de 2020. A primeira novidade é no formato do evento, que este ano passa a ser híbrido, com o uso de muita tecnologia de ponta. Outra novidade é na visitação presencial. Por causa do momento atual, os ingressos deverão ser adquiridos pelo site da CasaCor, com antecedência, com agendamento de horário da visita. A bilheteria virtual já é usada em todos os museus e exposições do mundo, e essa novidade está presente na mostra mineira. Isso faz parte do protocolo de segurança, para evitar aglomeração. A estimativa é que entrem cerca de 100 pessoas por hora, em uma permanência de cerca de 2h30min de visita, que contempla ver todos os ambientes com tranquilidade e ainda desfrutar dos ambientes gastronômicos.
 
Quem explica tudo isso é Eduardo Faleiro, sócio da Multicult, diretor de Conteúdo e Relacionamento da empresa. “Quem não se sentir seguro de sair de casa ou está longe de Belo Horizonte, pode conhecer  a CasaCor Minas com  visita virtual. Foram feitos registros de todos os ambientes, em alta resolução e 360 graus. É possível andar pela casa e ver os ambientes do teto ao chão, dando zoom para ver detalhes. Consideramos isso uma renovação de um evento que sempre foi muito tradicional e que antigamente era o único lugar para as pessoas verem decoração, porque quando ela começou eram poucas as revistas de decoração e não existia internet. Com todos esses recursos, temos que estar presentes em todas essas plataformas”, diz, informando que o horário para visitação foi ampliado. (Veja o serviço nas páginas 4 e 5 deste caderno.)
 
Segundo Faleiro, a CasaCor em todo o país retrata as características regionais. “A de São Paulo apresenta ambientes mais escuros, maiores e pomposos. Na do Rio de Janeiro, os ambientes são coloridos, arejados, com uma alegria no ar. Estamos fazendo um trabalho na CasaCor Minas para que ela retrate cada vez mais a cultura do estado, sem ser bairrista nem forçar a barra, mas para que os profissionais mostrem sua essência e origem. Nesta nova CasaCor podemos ver uma presença maior do trabalho manual, o barro, o adobe. Isso faz parte da história de Minas. Zanini colocou em seu Café cobogós feitos a mão, de barro, por artesãos do interior. Isso tudo é um novo movimento da CasaCor, de dar luz a um trabalho que faz parte da nossa cultura.”

PARCERIA 

Desde 2019, quando Romeu Zema assumiu o governo do estado e decidiu que não moraria no Palácio das Mangabeiras, sinalizou interesse em transformar o espaço em área de visitação. A Multicult, empresa que detém a franquia da CasaCor em Minas, procurou o governo e conseguiu fechar um contrato de parceria para fazer a mostra em toda a área, inclusive dentro do palácio.

A empresa ocupa o espaço seis meses por ano, e nesse período fica responsável por todas as despesas do Palácio das Mangabeiras, desde segurança, limpeza, jardineiro etc., que fica na casa dos R$ 80 mil por mês. No acordo feito, eles se responsabilizam por uma série de benfeitorias.
 
“O palácio estava muito largado, muito desatualizado, jardins totalmente secos. Vamos devolver o palácio em condições bem melhores. Retiramos um toldo muito feio que tinha sido colocado na varanda do segundo andar, e denegria a arquitetura. Tudo que está sendo feito é sob vistoria e aprovação do Patrimônio. Além do restauro dos jardins, foi feita a troca de toda a rede elétrica externa e interna, correção de infiltrações, o cinema do palácio será totalmente restaurado, e até o final do ano que vem termina o restauro dos jardins. Até as madeiras de revestimento interno foram tratadas, a escadaria foi restaurada.”
 
Ainda não é possível dizer que, caso Zema seja reeleito ano que vem, a Multicult continuará com a parceria. “Isto é uma questão a ser estudada, porque o Palácio das Mangabeiras tem potencial para se tornar um parque para os mineiros, e essa é a intenção da Codemge, órgão responsável em administrar o espaço. A CasaCor fica enquanto ela puder contribuir. Fechar um parque para fazer a mostra não é nossa intensão”, pondera.

INTERIOR 

A nova CasaCor fez questão de fomentar a participação de arquitetos e designers de interior de outras cidades mineiras. São profissionais de Itaúna, Divinópolis, Pará de Minas, Muriaé, Carangola, Morada Nova (Sete Lagoas), Mariana, Governador Valadares e Bom Despacho. Eduardo Faleiro explica que a escolha dos profissionais convidados foi resultado de pesquisa, levando em conta tempo, o volume de trabalho, quais são os trabalhos mais relevantes em design, arte, concepção de projeto. “Só para ter uma ideia, o João Daniel, de Governador Valadares, é o maior vendedor do país de uma grande loja de móveis do estado”, conta Eduardo, que fala da necessidade de dar luz a esses profissionais tão talentosos.

USO 

O que antes era apenas para ser admirado, na nova CasaCor é para ser usado. Não existe mais aquela máxima de que não pode se sentar nos sofás, cadeiras e poltronas dos ambientes. “A cultura mudou, o importante agora é a experiência do visitante e potencial cliente das lojas. O que antes era vitrine para se admirar – para não danificar ou desgastar o móvel –, passou a ser para usar, se sentar e sentir o conforto e o aconchego, além da beleza do design”, explica o empresário.
 
O Escritório da Diretora Criativa, da arquiteta Alessandra Oliveira, da Luoda Arquitetura, de Divinópolis, será usado para pequenos eventos institucionais. Toda semana terá uma equipe da XP falando de finanças, e em 30 de setembro transmitirá a 20ª Noite de Prêmios da Jornada Solidária. Quem adquirir o ingresso poderá visitar a CasaCor e na hora ir para o espaço e jogar.
As paredes e muros em adobe que foram feitos em alguns ambientes, chamam a atenção. Uma delas foi executada por mulheres da periferia, que fazem a construção com terra mineral que vem de Ouro Preto, e se assemelha a um trabalho de adobe.
 
ACESSIBILIDADE 

A nova CasaCor Minas está 100% acessível. Todo o caminho para percorrer o circuito de visitação é com rampa, e quando tem escada foi criada uma via paralela para circulação dos portadores de necessidades especiais. Para a visitação no segundo andar do palácio instalaram um elevador. Outra novidade é a colocação de um carrinho de golfe, com motorista, que pode ser usado por pessoas com dificuldade de locomoção. Como o pavilhão de entrada está em um ponto mais distante do portão de entrada do palácio, foi liberada a entrada de carros de aplicativo e táxis até as catracas, para maior conforto do visitante.

AMBIENTES 

Outra diferença está nos ambientes. “Todos os profissionais estão saindo desse período de pandemia depois de atender demais a uma demanda dos clientes para melhorar sua casa. Muitas pessoas que tinham uma decoração seguindo tendência ditada por importantes feiras internacionais, quando foram obrigadas a passar meses dentro de casa perceberam tudo que as incomodava nos ambientes. O resultado foi uma explosão de reformas e novas construções, para transformar a casa em um lugar em que o morador se sinta melhor, com mais conforto. Isso foi inédito na profissão dos arquitetos e designers de interiores e gerou uma mudança de comportamento do consumidor e do profissional, que passou a entender demandas específicas de cada cliente. Estamos vendo uma CasaCor mais rebuscada em detalhes, elementos naturais, aconchego, e em conexão com a natureza”, diz Faleiro.
 
Para o arquiteto, o destaque da CasaCor Minas deste ano são as instalações arquitetônicas nos jardins. Espaços integrados com a paisagem que proporcionam uma vista tanto para os jardins do palácio quanto para o entorno, uma vez que de todos eles é possível ver a Serra do Curral. “Uma construção bem interessante é uma cabana modular, toda em estrutura metálica pré-fabricada, que é montada em cinco dias e pode ser colocada em qualquer lugar. Embaixo tem sala, cozinha e banheiro e no mezanino tem o quarto. Além da fachada em vidro e janelas amplas, no mezanino, parte do teto é de vidro, para o morador admirar o céu e a natureza deitado, é como se estivesse sobre as árvores. É um espaço mínimo, mas muito simpático. Ótima solução para uma cabana de campo.”
 
O tema da CasaCor é “A casa original”, que traz essa história da nossa conexão com a natureza, e casou muito bem com o momento atual, da necessidade de espaços mais abertos, amplos, o contexto de estarmos inseridos em um local com tanto espaço verde e gramados, que é propício para fazer jardins; e a própria necessidade das pessoas de estarem em meio à natureza depois de tanto tempo fechadas em suas casas.
 
O jardim no entorno do palácio já está restaurado e segue todas as especificações de Roberto Burle Marx. “É um trabalho difícil, porque tem que regar diariamente, na quantidade certa. Para isso, fizemos sistema automático de irrigação. Além disso temos um constante cuidado com os matos que nascem nos canteiros, para não matar as plantas.”

ARTE

 Uma das novidades da mostra é a valorização da arte. Além dos móveis de designers famosos, esculturas, quadros, fotografias e objetos de parede passam a fazer parte do conceito de cada ambiente. Para os sócios da Multicult, obra de arte não deve ser usada como adorno ou elemento de composição de espaço, mas como ponto de reflexão, admiração, memória e afetividade para o morador. É algo para se colecionar. É possível ver, desde peças da arte popular mineira, de artistas do interior, até grandes esculturas em bronze. A arte ganha seu lugar de honra mostrando sua importância e valor.
 
Israel Kislansky, artista do mundo da cerâmica, ganhou um pavilhão exclusivo para mostrar com destaque as grandes esculturas femininas que está fazendo em bronze. Sua exposição individual na CasaCor está instalada em ambiente projetado para receber o acervo, assinado por Patrícia Hermanny, que tem uma parte coberta e outra ao ar livre, integrando as imagens à paisagem, com vista para a linda Serra do Curral e varanda para descanso e contemplação dos visitantes.
Próximo ao bar do jardim, que fica acima do restaurante e funcionará como ambiente de espera, foi criada outra galeria de arte, em formato de vitrine, que a cada semana apresentará uma exposição diferente das diversas galerias da cidade. Na semana de abertura a mostra é do artista plástico Leo Brizola.

GASTRONOMIA

 É um dos pontos altos do evento, especialmente em Minas. A repercussão na área de gastronomia é enorme, pessoas vão à CasaCor Minas para jantar ou almoçar. Isso não ocorre em São Paulo, mas mineiro gosta de beber, comer bem e de uma prosa animada. Quem vai explorar o restaurante nesta edição é o novato Outland – que está fazendo sucesso na cidade –, com um menu al mare, mas com pratos de carne e veganos. O bar da piscina está amplo. O Café Panini, a varanda do restaurante, o Cozinha dos Chefs, que terá uma programação especial, são outros espaços onde a gastronomia reina.
 
O Cozinha dos Chefs será um local para as empresas que quiserem fazer um evento dentro da mostra. Uma solução para essas ações, uma vez que, por enquanto, não podemos promover eventos maiores por causa da pandemia. Sempre terá um chef convidado. O Club do Chef está responsável pela parte do catering, algumas experiências de chef serão feitas por Massimo Bataglini; o Matheus Batista, que representa vinhos naturais, biodinâmicos e orgânicos de Minas, virá ao espaço; e os chefs Américo Piacensa e Thiago Chiericatti.
 
Os pequenos produtores do estado poderão expor seus produtos no espaço Origem Minas, do Sebrae, um armazém onde será possível degustar e adquirir os quitutes expostos. Será possível sentar, tomar um cafezinho e comer as delícias mineiras que têm o selo do programa Origem. Ali também estarão exemplares da arte popular mineira, principalmente do Vale do Jequitinhonha.


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