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De Paris para o mundo

"Eu nunca sonhei sem ser uma grande estilista. E nunca quis ser conhecida em todo o mundo", disse em entrevista Isabel Marant  


14/03/2021 04:00

(foto: Isabel Marant/divulgação)
(foto: Isabel Marant/divulgação)
 
Pensou num modelo de grife, roupa ou acessórios, que custam o olho da cara? Certamente a etiqueta será de Isabel Marant, que tem butique no shopping Cidade Jardim de São Paulo, onde uma saia lápis de tecido normal pode custar mais de CR$ 7.000. A estilista que é pouco conhecida do público brasileiro que tem muita grana, acaba de lançar sua coleção de outono-inverno em Paris .O espírito folk e libertário dos anos 60, impulsionado por Jimmy Hendrix ou Janis Joplin, se une ao ritmo de Gabber, uma subcultura que tomou os anos 90. Padrões florais multicoloridos psicodélicos são cobertos por um azul metálico de vinil, enquanto botas texanas são combinadas com peças inspiradas em roupas esportivas oversized, enfeitadas com cangas coloridas.
 
(foto: Isabel Marant/divulgação)
(foto: Isabel Marant/divulgação)
 
 
Como uma viagem entre gêneros e épocas, esta nova coleção celebra o artesanato e a herança cultural por meio de memórias, narrada por tops e vestidos de guipure, boleros e cintos enfeitados. Este contraste entre matérias-primas e detalhes preciosos cria um guarda-roupa versátil - do dia à noite, masculino e feminino ao mesmo tempo.
 
(foto: Isabel Marant/divulgação)
(foto: Isabel Marant/divulgação)
 
 
Nesta temporada, um vídeo filmado pelos arredores de Paris, ao longo das brutas e hipnóticas volutas de um edifício ao ar livre, serve como uma introdução à essa coleção. A trilha sonora dos celebrados Gabber Eleganza, uma combinação do folk e do techno, ecoa dentro de suas paredes de concreto. Uma ode às longas festas perdidas.
 
(foto: Isabel Marant/divulgação)
(foto: Isabel Marant/divulgação)
 
 
A fama da estilista vem dos vários primeiros lugares que já conquistou em concursos internacionais e de sua tendência de criar peças perfeitas para a mulher da vida real, com um estilo boêmio que é o foco da grife que desfila atualmente na Semana de Moda de Paris. Além disso, a estilista experimenta tudo aquilo que é feito em suas coleções antes de serem oferecidas para o consumidor final. O seu lema é“se eu não usaria essa peça, eu não vou nem criá-la”.
 
(foto: Isabel Marant/divulgação)
(foto: Isabel Marant/divulgação)
 
 
Sua história como estilista começa aos 15 anos, quando Isabel customizava peças velhas, transformando-as para que se tornassem algo que tivesse mais a ver com ela, já que nunca encontrava roupas que gostasse em lojas comuns. Foi assim que começou a desenvolver sua identidade única e extremamente chic que iria ditar a moda francesa anos mais tarde.
 
(foto: Isabel Marant/divulgação)
(foto: Isabel Marant/divulgação)
 
 
Amigos também começaram a requisitar peças customizadas por Marant, mas até então, a carreira na moda não a agradava já que vinha de uma família com background no assunto: sua mãe era modelo e seu pai fotógrafo. Anos depois, em 1987 estudou moda em Paris no Instituto Berçot, mas começou suas criações a partir de joias, viajando o mundo em busca de inspirações como, por exemplo, a reinterpretação de peças artesanais que encontrou na Ásia e na África quando passou pelos continentes.
 
(foto: Isabel Marant/divulgação)
(foto: Isabel Marant/divulgação)
 
 
O seu começo no mundo das joias foi essencial para dar o start financeiro na marca Isabel Marant, com uma trajetória silenciosa com criações perfeitas para o dia a dia mas que nunca perdiam o estilo próprio. Em meados dos anos 90 criou a marca Yorke & Cole em parceria com Bridget Yorke e logo depois a Twen, uma grife focada em tricôs e que em 1994 transformou-se na grife Isabel Marant como conhecemos hoje.No mesmo ano, a estilista lançou a sua primeira coleção que, além de roupas, também teve acessórios e bolsas. Em 1998, a primeira loja Isabel Marant foi inaugurada em Paris.
 
Pensando sempre no estilo prático e chic para o dia a dia, as peças Isabel Marant têm um estilo descolado, com uma combinação perfeita entre o boho e o andrógino: vestidos com um mood hippie, botas icônicas, finalizados com blazer oversized definem a mulher que veste a grife. As franjas, por exemplo, são detalhes que tem tudo haver com a moda da grife francesa.Esse mood casual e cool é o que dita hoje o estilo das mulheres parisienses, inspiradas pelo minimalismo com um toque chic.
 
Sua ambição para a fama não era grande,ela se confessava sem querer ser conhecida em todo o mundo. Mas seu desejo, no entanto, nunca se cumpriu. Hoje ela não é conhecida só pelos franceses, mas pelo mundo todo. Como referência de um estilo moderno e com tendências únicas, as coleções da grife conquistaram também grandes nomes como Gwyneth Paltrow, Sienna Miller que adotou as botas da grife como suas favoritas, além de Natalie Portman, Reese Witherspoon e Rachel Bilson.
Atualmente, a grife conta com 25 lojas, em 15 países e conta com a linha Isabel Marant Étoile, tornando-se o grande nome entre a nova geração de estilistas franceses.
 
Sua pesquisa de ideias e estilo ao longo do mundo tem lhe rendido alguns problemas internacionais. No fim do ano passado oMinistério da Cultura do México questionou o fato de a estilista usar padrões de povos indígenas mexicanos. A queixa é a mais recente do governo mexicano contra a apropriação de estilos locais por parte de grifes da alta costura.
 
“Eu peço, senhora Isabel Marant, que explique publicamente com que justificativa privatiza uma propriedade coletiva” disse a ministra Alejandra Frausto, em uma carta a estilista. “E como este uso beneficia as comunidades criadoras.”“Alguns símbolos que você tomou têm um significado profundo para esta cultura”, acrescentou Frausto, pedindo proteção para os artesãos “historicamente invisibilizados”.
 
A marca Isabel Marant não respondeu de imediato ao pedido de comentário, e seu site se diz comprometido com um comportamento ético e responsável.
Em 2015, a empresa recebeu uma acusação semelhante por incorporar desenhos de Oaxaca, estado do Sul do México.
 
No ano passado, um órgão do governo do mesmo paisquestionou a estilista Carolina Herrera e a grife Louis Vuitton por usarem elementos tradicionais em suas peças sem considerar os povos que as criou.


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