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Acelera, produção!

Impossibilitadas de programar lançamentos a longo prazo, marcas do grupo Fátima Scofield passam a trabalhar com coleções cápsulas


07/03/2021 04:00

Fátima Scofield(foto: Click Estúdio/Divulgação)
Fátima Scofield (foto: Click Estúdio/Divulgação)


Antes, trabalhava-se uma coleção por seis meses. Agora, o prazo para lançar, vender e entregar cápsulas não passa de um mês. As marcas Fátima Scofield e Fedra ajustaram seus lançamentos para o ritmo da pandemia e encontraram um novo caminho no atacado. Para driblar tantas incertezas, o grupo aposta em um relacionamento ainda mais próximo com os lojistas e desenvolve roupas que entregam o que eles realmente querem no momento.
 
Fátima Scofield(foto: Click Estúdio/Divulgação)
Fátima Scofield (foto: Click Estúdio/Divulgação)
 
 
Não fazia mais sentido seguir o calendário da moda. “Estava todo mundo escravo de datas, era aquela loucura, ninguém respirava. Agora, cada um faz o lançamento no seu tempo”, aponta Daniel Corrêa, que assina as coleções das duas marcas. Para ele, a mudança deu liberdade para cada um pensar na sua empresa, olhar para dentro e entender o que precisa fazer no momento. O estilista observa que este movimento é mundial e cita a decisão da Saint Laurent de deixar a Semana de Moda de Paris.
 
Fátima Scofield(foto: Click Estúdio/Divulgação)
Fátima Scofield (foto: Click Estúdio/Divulgação)
 
 
A escolha de trabalhar com coleções cápsulas aproximou as marcas dos lojistas. Segundo Daniel, a equipe aprendeu com a pandemia a ouvir mais quem está do outro lado, perguntar do que o cliente precisa, o que gostaria de ter na loja. “Não adianta nada eu, como estilista, querer oferecer para o cliente o que ele não quer, e ele comprar o que eu estou impondo sem precisar. Falo com o pessoal da fábrica que a gente sempre deveria ter tido essa conversa. Somos parceiros, e o momento é difícil para todo mundo.”
 
Fátima Scofield(foto: Click Estúdio/Divulgação)
Fátima Scofield (foto: Click Estúdio/Divulgação)
 
 
A troca tem levado a lançamentos mais assertivos, que atendem às necessidades pontuais dos lojistas. “Na primeira cápsula, foi mais difícil de entender o que cliente queria, a gente se perguntava se ia vender, vinha aquele tanto de dúvidas, mas ela serviu com um laboratório. Depois foi mais tranquilo”, conta o estilista, que pretende continuar com essa lógica enquanto for interessante para os dois lados.
 
Fedra(foto: Click Estúdio/Divulgação)
Fedra (foto: Click Estúdio/Divulgação)
 
 
O que querem os clientes neste momento? “Roupas mais alegres”, diz Daniel. “As pessoas não aguentam mais ficar em casa e o que podem fazer é planejar viagens pelo Brasil.”
Com isso, o estilista partiu para um estilo resort na Fátima Scofield, conhecida pelos looks de festa. Nas últimas coleções, vemos cafetãs, túnicas e vestidos longos. Nada de estrutura, tudo é mais solto, leve e confortável. Entre as matérias-primas, destaque para chiffon, georgete, cetim e crepe. A maioria das peças nem forro têm, são vendidas com combinações, para dar bastante leveza.
 
Fedra(foto: Click Estúdio/Divulgação)
Fedra (foto: Click Estúdio/Divulgação)
 
 
Os florais, que não podem faltar, aparecem em fundo preto para lembrar que o inverno se aproxima. Mas o que domina nas cápsulas são as cores vibrantes. Daniel explorou muito peças lisas, agora começou a acrescentar combinações de duas e três cores, como amarelo, azul e laranja. “Chega uma hora em que temos que nos reinventar, ainda mais lançando uma cápsula atrás da outra. De coleção em coleção, temos que entregar novidades para a cliente.”
 
Fedra(foto: Click Estúdio/Divulgação)
Fedra (foto: Click Estúdio/Divulgação)
 

ENTREGA Outro desafio que este modelo de lançamentos impõe é a velocidade de produção. Virou quase uma pronta-entrega, considerando que o prazo é bem mais curto. Já no primeiro dia de vendas, a equipe precisa ouvir o feedback das vendedoras para saber o que priorizar. “Não é fácil conseguir fazer as entregas, está bem corrido, só que no momento todo mundo está precisando vender e temos que pensar em soluções até as coisas voltarem”, ressalta.
 
Fedra(foto: Click Estúdio/Divulgação)
Fedra (foto: Click Estúdio/Divulgação)
 
 
Na Fedra, não houve nenhuma mudança de estilo, pois a marca sempre seguiu uma moda casual. As roupas são para uma mulher mais urbana, que está trabalhando ou tem algum compromisso social em que precisa estar mais arrumada. O linho continua como carro-chefe e a alfaiataria chega toda em crepe. Daniel acrescentou tricoline e voal pensando no conforto da pandemia. Estampas divertidas inserem misturas exuberantes de cores na coleção, como a boca vermelha no fundo verde.
 
Ambas as marcas lançaram e-commerce no ano passado, numa tentativa de aproximação com o varejo. Era um projeto antigo, mas sempre adiado, que a pandemia colocou na lista de prioridades. Para o estilista, o resultado virá com o tempo. “As pessoas estão cada vez menos disponíveis para ir ao shopping provar uma roupa. Agora na pandemia, quem não tinha costume teve que aprender a comprar on-line e acho que este hábito vai continuar. Uma das vantagens é ganhar tempo”, opina.


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