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Estado de Minas arte final

Marketing tira time de campo para correr atrás do torcedor


02/08/2020 04:00

O Atlético arrecadou cerca de R$100 mil no primeiro jogo com a venda de bonecos com a cara do torcedor(foto: Atlético/Divulgação )
O Atlético arrecadou cerca de R$100 mil no primeiro jogo com a venda de bonecos com a cara do torcedor (foto: Atlético/Divulgação )

 
No vazio das arquibancadas, o espetáculo perde seu glamour. São os gritos dos torcedores, seus cânticos, sua explosão de alegria ou os seus resmungos de decepções os ingredientes que temperam o nosso futebol. Bem distante dos estádios pelo isolamento social imposto pela pandemia do coronavírus, esse afastamento, entretanto, não destempera apenas em campo. Essa ausência reflete diretamente nos cofres dos clubes no final do mês, um problema que bateu às portas inesperadamente dos já combalidos clubes brasileiros. 
 
A saída para tem sido, literalmente, "tirar o marketing de campo" e focar em ações direcionadas aos torcedores, não importando onde ele esteja. Pelo mundo afora, ações inusitadas, apelativas às paixões dos torcedores estão sendo testadas. Lives com atletas e dirigentes, transmissões de jogos e de treinos ao vivo, torcedor de papelão, bonecos infláveis com o rosto de torcedor, torcida virtual em centenas de telas na arquibancada, som ambiente com o ruído do torcedor. Enfim, inúmeras ideias estão sendo colocadas em prática para animar a participação financeira do torcedor e, quem sabe, transmitir um pouco de "calor" para os gramados, embora tudo que se conseguiu até agora foram apenas cenários decorativos com barulho de torcida.

PROMOÇÕES Financeiramente, longe de ser a mesma bilheteria de jogos com os portões abertos, alguns clubes já conseguiram receitas que ajudam no fluxo de caixa. O Fortaleza, por exemplo, que é um clube que já vinha praticante ações interativas com seus torcedores antes da pandemia, conseguiu arrecadar cerca de R$600 mil durante a transmissão ao vivo de seu jogo. O clube, durante a transmissão, colocou todas as categorias do programa sócio-torcedor com 50% de desconto. Foram 937 adesões. 

ROSTO DE BONECO No Atlético, a venda de bonecos infláveis com o resto dos torcedores rendeu ao Galo cerca de R$ 100 mil. Os bonecos personalizados (quase dois mil) foram expostos pela primeira vez no jogo de quarta-feira, contra o Patrocinense, no Mineirão. Além do rosto no boneco, o torcedor recebe também o ingresso físico da partida. Depois de três jogos, ele poderá ficar com seu boneco.
No Cruzeiro, em situação financeira oposta ao rival, o clube colocou o 'pires na mão' e partiu para a ofensiva. Resultado: arrecadou em apenas uma semana mais de R$500 mil com doações de torcedores que querem ajudar no pagamento de dívidas na Fifa. Batizado de "Operação Fifa", o torcedor pode doar qualquer valor, a partir de R$1. Toda a verba arrecadada será utilizada na quitação de débitos na entidade máxima do futebol mundial. O clube vai lançar outras ações para manter o engajamento do torcedor e, consequentemente, aumentar a arrecadação. 
 
BOLA DENTRO Na Dinamarca, o jogo na cidade de Aarhus, o clube local, AGF Aahus, foi bem mais criativo. Em sua volta contra o Randers (1 a 1), para manter o clima, o estacionamento do estádio foi transformado em drive in, com centenas de torcedores acompanhando o confronto de seus carros. Na hora do gol, o buzinaço substituiu o grito na arquibancada. Simultaneamente ao drive in, a diretoria do Aarhus instalou três telões gigantes na arquibancada, bem próximo ao gramado, para transmitir as reações dos torcedores que acompanhavam o jogo de suas casas. Segundo o clube, mais de 10 mil torcedores se engajaram; Mas o clube não revelou o montando financeiro gerado pela ação, que foi copiada em vários outros países, inclusive no Brasil. 
 
Na Alemanha, o áudio nos estádios nos jogos na Bundesliga foi bem recibo pelos jogadores e copiado também pelo resto do mundo. Mas está longe de empolgar o jogador com o grito genuíno de um apaixonado torcedor faz. 

BOLA FORA Entretanto, é preciso ter cuidado, para não errar na pisar na bola. Na Coreia do Sul, um dos primeiros países a retornar com o futebol, o FC Seoul marcou um gol contra ao colocar 30 bonecas com motivação sexual para "animar" seus jogadores. O vexame levou o clube a publicar em suas redes sociais pedido de desculpas "pelo constrangimento". Um de seus dirigentes, em entrevista à BBC, de Londres, disse que o clube não "checou" o histórico da empresa que forneceu os "manequins". 

TV ABERTA Os valores arrecadados, porém, parecem uma gota no oceano financeiro do futebol. A publicidade que realmente faz diferença e segura as contas no final do mês continua na transmissão dos jogos. Além do faturamento tradicional na TV aberta e fechada, os clubes passaram a usar diferentes plataformas para mostrar suas partidas. Os grandes anunciantes, no entanto, reafirmaram a preferência na TV aberta, independentemente de emissora. Por uma questão óbvia: o maior poder de abrangência da mídia televisa, que leva a imagem aos rincões do Brasil, como ocorreu na transmissão da final do Campeonato Carioca pelo SBT/Alterosa. Mesmo com pouco tempo para trabalhar a venda do produto, a emissora de Sílvio Santos conseguiu cinco cotas e cada afiliada teve direito a negociar uma. A TV Alterosa fechou com o Minas Cap. 
 
Portanto, para a maioria dos especialistas do mercado, não se trata mais de quem ficará com a maior fatia do bolo publicitário. Mas, sim, de como melhorar o bolo para que todos possam atender suas necessidades e de seu público. 


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