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Estado de Minas Estilo boho

Com DNA Em movimento

Coleções da UH Premium se adaptam às necessidades de um novo mercado de moda, elegendo conforto e casualidade como prioridade, mas sem perder a essência fashion. Animal print, florais, misturas arrojadas, bordados e brilhos continuam em voga %u2013 agora de forma mais simplificada%u2013, no inverno da marca mineira, que é reconhecida por seu estilo boho.


02/08/2020 04:00 - atualizado 01/08/2020 22:04

(foto: Wolf Wagner/divulgação)
(foto: Wolf Wagner/divulgação)
As coleções da UH Premium traduzem o que as irmãs Célia e Izabela Bicalho pensam sobre fazer moda. Desde que assumiram a marca criada pela mãe, nos anos 1980, especializada em camisaria feminina, foram encaminhando-a para o status que goza hoje no mercado.
O cliente que chega até ela, seja em uma feira de pedidos ou no showroom, para comprar pronta entrega, sabe bem o que vai encontrar por lá: o melhor do estilo boho, misturas arrojadas de cores, estampas e tecidos, bordados, brilhos, passamanarias e muito handmade. Um étnico colorido e não datado, perfeito para quem aprecia o gênero, está no sangue e na musculatura da label. Foi assim, sem medo de ousar e de pesar a mão, que Célia e Izabela construíram sua identidade.
 
O nome original foi abreviado para UH em uma leitura mais contemporânea e conta uma história divertida: “Minha mãe abriu a confecção informalmente e  começou a prosperar exigindo que fosse registrada. Na urgência, resolveu colocar Última Hora aludindo ao fato de que, diante de tantos afazeres de um negócio pequeno, as decisões eram quase sempre tomadas nesse timing”, relembra Célia.
 
(foto: Wolf Wagner/divulgação)
(foto: Wolf Wagner/divulgação)
A marca ganhou fôlego com a participação nas primeiras edições do Minas Trend, no Alphaville, com o objetivo de, além da pronta entrega, oferecer também a opção de pedidos para a clientela. As irmãs queriam que ela crescesse e aparecesse e, corajosas, decidiram que a melhor forma seria por meio da participação nos desfiles de preview, que eram realizados durante o evento.
 
O primeiro deles aconteceu “no tapa”, sem muita infraestrutura e divulgação, mas a imprensa especializada e os formadores de opinião conseguiram identificar potencial no trabalho. Já o segundo, preparado com esmero, repercutiu positivamente em todas as esferas da feira e colocou a UH na mira dos jornalistas e compradores, impressionados com a verve artesanal e o mix de materiais exibidos. Passadas duas décadas, hoje ela está presente nas melhoras lojas do país.
 
(foto: Wolf Wagner/divulgação)
(foto: Wolf Wagner/divulgação)
Cada vez mais vocacionada para o étnico, a última aparição da marca no Minas Trend, em outubro, lançamento do inverno 2020, foi com um trabalho inspirado no modo de vestir das mulheres da Índia, resultado da imersão de Célia no país. Foram três meses entre idas e vindas, tempo suficiente para absorver os valores estéticos de uma cultura milenar pródiga em cores, têxteis sofisticados e estamparia surpreendente. “Praticamente morei na Índia nesse período e me descobri como estilista, reforçando a minha identificação e encantamento pelo lugar”, ela pontua. Na oportunidade, acompanhou a elaboração dos tecidos que seriam usados e garimpou uma infinidade de aviamentos, passamanarias preciosas, a partir dos shapes idealizados.
 
“Gostamos de roupas fluídas, enfeitadas, ornadas. Não pode faltar o bordado, o brilho, o floral, o animal print, que amamos, e está presente em todas as coleções. O brim, o jeans, a renda, também são importantes como matérias-primas. É a partir disto que começamos o trabalho a cada temporada. Não nos prendemos às tendências, temos uma certa independência para criar de acordo com o que acreditamos”, completa.

(foto: Wolf Wagner/divulgação)
(foto: Wolf Wagner/divulgação)
Pandemia Como todo o setor da moda, a UH sentiu o golpe da pandemia e, diante do caos do mercado, tenta se reinventar decifrando os códigos do “novo normal” e tateando fórmulas de sobrevivência. Com grande parte do comércio ainda fechada, a solução encontrada pelas duas sócias, já que boa parte dos pedidos feitos no Minas Trend foram cancelados, foi o lançamento de três cápsulas mensais no sistema de pronta entrega.
 
“Estamos com um terço da fábrica em operação e com facções de costureiras, que trabalham em suas próprias casas. Fotografamos cada cápsula, catalogamos em pdf e enviamos para os clientes fazerem suas escolhas. O preço tem que ser mais acessível agora, o esforço é redobrado, mas entendemos as dificuldades dos lojistas, todos estão se reestruturando como negócio. Sabemos que muitos serão obrigados a deixar o mercado”, explica.
 
(foto: Wolf Wagner/divulgação)
(foto: Wolf Wagner/divulgação)
Segundo a estilista, conforto e casualidade são os valores nessa época conturbada, onde não existem eventos, nenhuma vida social, e muitas pessoas estão trabalhando em home office. “É inevitável para o mercado da moda se apropriar desse momento para ofertas compatíveis com ele”. Na UH saíram de cena os tecidos requintados e a malha ganhou destaque por servir bem a linha comfy em voga. “Nós estamos investindo nela, mas sem esquecer o DNA da marca. Nosso moleton é enfeitado, colorido e, mesmo as peças mais neutras, têm a opção de serem incrementadas com outras mais adornadas”, observa.
 
Exemplo: na última cápsula, cujas fotos são publicadas nesta reportagem, os conjuntos em malha podem ganhar a companhia de um casaqueto floral na linha alfaiataria ou de uma jaqueta em brim com bordados indianos em espelho. O animal print, em versões diferentes, é acompanhado pelas jaquetinhas em jeans, lisas ou bordadas, que, por sinal,  fazem parte de todas as coleções.
 
(foto: Wolf Wagner/divulgação)
(foto: Wolf Wagner/divulgação)
“As peças estão mais larguinhas e flexíveis dentro do espírito confortável. Temos saias e vestidos com babados versáteis e uma linha bem variada de t-shirts estampadas e bordadas, que jogam com todas as produções e dão um ar casual e bem arrumado”, ressalta Célia. Os prints temáticos vão de tie dyes à bocas/beijos, de pássaros à frases alusivas ao rock n’rol. Uma linha de tricôs – casacos, cardigans, xales - com cara artesanal é outra opção para compor os looks.
 
O nome dessa coleção cápsula é “Movimento” e é bastante simbólico, segundo a estilista. “Movimento em todos os sentidos: o de seguir em frente, o de mudar a forma de pensar e agir, o de sair da zona de conforto, o de correr atrás do que podemos ter agora”, sintetiza. Prova dessa resistência e da garra para encontrar opções no mercado é a linha de tênis customizados que a UH lançou, que tem encontrado muita aceitação. Os modelos ganham estamparia tie dye, bordados em espelhos ou pedrarias, e todos são customizados manualmente.
 
(foto: Wolf Wagner/divulgação)
(foto: Wolf Wagner/divulgação)
Outra comprovação são os planos de lançamento da próxima cápsula, desta vez utilizando tecidos indianos, mas com shapes mais simplificados. “Enquanto essa pandemia durar, vamos avançando pouco a pouco”. Fiel ao seus valores, a marca acredita que a identidade é essencial para delimitar espaço nesse novo mercado.


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