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Estado de Minas ARTE FINAL

Pandemia reduz 'impulso' e impõe mudanças ao mercado


postado em 24/05/2020 04:00

Estudo traça perfil de consumidores mais conscientes no pós-pandemia(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Estudo traça perfil de consumidores mais conscientes no pós-pandemia (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

 
O que vem depois da pandemia? A resposta, seguramente, vale milhões no mercado. Por isso, todos estão de olho no comportamento do consumidor. A pandemia mexe com os brasileiros em relação ao trabalho, ao consumo de produtos e de serviços. Para entender esse movimento e tentar desenhar o cenário do "novo normal", a empresa Hibou, especializada em pesquisa e monitoramento de mercado, em parceria com a Indico, plataforma de dados, realizou estudo que mostra a grande mudança que o consumidor está vivendo e como deve se comportar "depois que tudo passar".
 
O estudo foi realizado nos dias 17 e 18 de abril, com mais de três mil brasileiros. A primeira consequência é o impacto negativo nos ganhos: 64,8% dos entrevistados já reclamam da queda financeira. Já para 32,5%, os ganhos permaneceram os mesmos. Porém, tem quem esteja ganhando na crise. Uma minoria de 2,7% é verdade, mas que não tem do que reclamar. "Alguns setores souberam se adaptar mais rápido, como delivery de alimentos ou inclusão de novos produtos como máscaras descartáveis e álcool em gel, e, com isso, trouxeram nova renda ao negócio", explica Ligia Mello, responsável pela pesquisa e fundadora da Hibou.

SEM IMPULSO O maior impacto é a racionalidade no momento da compra. Mais da metade (53,7%) tem evitado qualquer tipo de compras desnecessárias, enquanto 34,7% têm medido melhor a necessidade de uma compra. Uma minoria (5,6%) diz estar apenas aguardando para retomar seus hábitos de compra, enquanto que 6,2% ainda não sentiram mudança. E após a quarentena, 88,4% dos brasileiros pretendem comprar menos por impulso, pensando mais no que vai gastar. A mudança vale também para marcas famosas e queridinhas dos consumidores, pois 72,2% afirmam que estão menos dispostos a pagar mais caro por um produto só por ser de marca famosa. 

COMPRA LOCAL Outra mudança importante de comportamento será no consumo local, que tem a preferência de 61,5% dos entrevistados, dispostos a pagar um pouco mais caro por um produto que ajude a sua região ou cidade. Antes da pandemia (em 15 de março), 31,9% preferiam comprar nos shoppings. Com o isolamento, 40% dos brasileiros disseram que querem criar uma nova rotina que mistura um pouco de tudo, e 31,2% valorizarem mais o comércio de seus bairros. Para 17,7% a compra pelo digital será sua definitiva primeira opção.
 
ENGAJAMENTO As marcas que estão realmente ao lado do povo sairão ganhando. Para 95,9% dos entrevistados, as marcas têm importante papel que vai além de seus produtos e serviços. Outros 74,62% dos entrevistados notaram alguma grande marca tomando atitudes relevantes. “Publicitários e agências terão que entender que os últimos anos da comunicação foram voltados a criar jornadas de consumo relevantes junto ao consumidor, e poucas coisas criam laços tão fortes como uma experiência compartilhada. Desta vez, quem vende e quem compra não está em lados diferentes da equação, mas do mesmo lado de uma luta quase invisível”, explica Ligia Mello.

NOVAS PRIORIDADES Quase metade dos brasileiros (45,3%) diz pretender gastar menos com o carro depois do fim do isolamento. Já os gastos com viagem devem crescer para 29,1% dos entrevistados. Dos 15 segmentos analisados, o mercado Pet se mostra o menos afetado por cortes no futuro: apenas 10,7% pretendem reduzir seus gastos com bichinhos em relação aos gastos antes da pandemia. As reformas de casa ganharão aumento para 12,3% dos brasileiros, enquanto 48,5% pretendem manter o ritmo.
 
Outra preferência relevante é a diversão: 55% dos entrevistados descobriram na live uma forma de se divertir e 57,6% pretendem continuar seguindo seus artistas. Desconsiderando a parcela que já não frequentava shows e eventos, 24,9% estão dispostos a desembolsar o valor de um tíquete apenas durante o isolamento, e 19,9% não pagariam para ver um show de casa. Estar no local é parte da experiência: apenas 1,3% pagaria o valor integral de um show para assisti-lo no conforto do lar.
 
O certo é que o impacto causado pelo novo comportamento do consumidor já abriu feridas nas empresas que podem levar anos para cicatrizar. Estudo elaborado pela Accenture (NYSE: ACN), empresa líder global em serviços profissionais, indica que 75% das empresas tiveram impactos negativos ou muito negativos em suas atividades desde que a pandemia foi decretada mundialmente. Os dados mostram que 55% das organizações estão diminuindo suas previsões de crescimento para o ano e 94% das mil maiores empresas dos EUA observam rupturas em suas cadeias de suprimentos, segundo a Fortune. 
 
Dessa forma, não se deve mesmo tirar os olhos das pesquisas, acompanhar o processo de mudanças e se adaptar à nova realidade do mercado, mantendo-se sempre ao lado do consumidor. 


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