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Estado de Minas ACESSóRIOS

Estoque renovado

Três marcas que produzem bolsas em Belo Horizonte mantÊm lançamentos em meio à pandemia e repensam estratégias para se fortalecer diante deste novo mercado que está surgindo


postado em 17/05/2020 04:00

O Jambu(foto: O Jambu/Divulgação)
O Jambu (foto: O Jambu/Divulgação)


A pandemia não desanimou o setor de bolsas. Apesar de todo o impacto do coronavírus, designers mineiras seguem com o calendário de lançamentos e reforçam as vendas nas plataformas digitais. Apostando na ideia de que os novos modelos podem ser usados em qualquer época do ano, as marcas vão estender o período de compras até acabar com os estoques. Neste cenário, saíram na frente os negócios que já tinham presença forte na internet.
 
O Jambu(foto: O Jambu/Divulgação)
O Jambu (foto: O Jambu/Divulgação)
 
 
A marca O Jambu se viu com o estoque cheio por conta de devoluções de pedidos e da intensa produção para abastecer sua primeira loja física, que teria sido inaugurada em abril, no Mercado Novo. Mas, como sempre teve força na internet, não encontrou tanta dificuldade em se adaptar aos tempos de isolamento. “O grosso da venda vem do e-commerce, então saímos na frente de muitas marcas que não tinham essa força. Temos um alcance bem legal, no Brasil todo e até no exterior, e queremos que essa força fique ainda maior”, destaca a designer Carol Maquí.
 
Diwo(foto: Caio Vieira/Divulgação)
Diwo (foto: Caio Vieira/Divulgação)
 
 
Com uma equipe de produção enxuta, formada por Carol e o costureiro, que também trabalha como cortador e modelista, a marca conseguiu finalizar a coleção nova, lançada em pleno isolamento. De nome Sofá.r.away (so far away = tão longe), ela apresenta cinco modelos feitos com materiais de estofado. “A coleção fala de afeto, do momento que estou vivendo de reaproximação com a minha filha. Sofá é algo aconchegante e as estampas trazem memórias da casa de avó, mãe e tia, são afetivas”, explica. Sem saber, a designer colocou em evidência o sofá, que ganhou protagonismo no isolamento.
 
Entre as novidades, a bolsa Canguru, em formato de trouxinha, que vem com outra igual, porém menor, pendurada do lado, como se fosse um porta-ní-quel. Já a mochila Sala D’star carrega mix de três estampas (floral, onça e zebra) e fecho aranha de plástico ornamental, detalhe característico da marca.
 
Diwo(foto: Caio Vieira/Divulgação)
Diwo (foto: Caio Vieira/Divulgação)
 
 
As peças da nova coleção estão com 15% de desconto (Carol prefere chamar de incentivo de compra), enquanto as de coleções passadas têm descontos de 30% a 50% e frete grátis. Toda a renda arrecadada com a venda da bolsa Jacquemilson pink será revertida para a rede Proteger Ouvir e Cuidar (P.O.C.), que distribui cestas básicas para mulheres trans, travestis e trabalhadoras do sexo.
 
A marca faz cinco anos em julho e se prepara para lançar no mês que vem uma coleção de aniversário com releituras de peças icônicas, que serão selecionadas com a ajuda dos jambuzeiros (como são chamados os clientes). “Resistência sempre foi característica de marcas pequenas. Íamos dar um passo importante, muito bem pensado, que é a loja, mas precisamos ter força para continar. Estamos adiando nossos sonhos agora para seguir sonhando depois.”
 
Elisa Atheniense(foto: Breno Mayer/Divulgação)
Elisa Atheniense (foto: Breno Mayer/Divulgação)
 
 
As vendas da Diwo eram bem distribuídas entre atacado e varejo. A situação mudou, é claro, com o fechamento das lojas parceiras, mas a designer Marcella Lima se surpreendeu ao ver que as compras pelo site não dimi- nuíram. Para ela, a razão está no fato de que a marca nasceu 100% digital. “Não entramos em território desconhecido, mas agora temos que ser mais assertivos, até para descobrir qual é a necessidade do cliente e como podemos contribuir de um jeito legítimo”, pontua.
 
Elisa Atheniense(foto: Breno Mayer/Divulgação)
Elisa Atheniense (foto: Breno Mayer/Divulgação)
 
 
O lançamento da nova coleção já estava agendado nas lojas físicas, mas teve que ser on-line. Cinco modelos foram pensados para durar muito tempo: são de couro e têm cores mais neutras, como preto, caramelo e bordô. Marcella usou pelo, neoprene e manteve as alças de macramê. Segundo elas, as bolsas estão ganhando uma cara mais atemporal. “Fiquei com muito medo de não vender, mas vejo que quem é cliente compra, porque se encantou pelo produto ou porque sabe que a compra faz diferença para mim enquanto marca pe- quena. Pode não usar agora, mas vai usar depois.”
O cliente que quer apoiar a Diwo também tem a opção de comprar um voucher para usar quando quiser, ou dar de presente. Outra ação da marca tem viés solidário. Metade do dinheiro arrecadado com a venda de porta-isqueiros será doado para o Xeque Mate Solidário, projeto de uma fábrica de bebidas que está produzindo álcool em gel e doando para moradores de aglomerados.
 
Enquanto se adapta ao novo cenário, Marcella diz que pensa em um novo jeito de existir, em que a importância está na marca como um todo, e não no produto em si. “Acredito que esta não é uma mudança passageira. As pessoas estão consumindo de forma diferente, fazendo uma seleção melhor, então vejo que as motivações são outras e as empresas precisam responder a isso. A Diwo precisa entender o lugar dela neste novo mercado”, analisa a designer, apostando na colaboração, que está no DNA da marca.
 
A estratégia de Elisa Atheniense neste período de isolamento é ajudar os clientes do atacado nas vendas on-line. “Com base no que o lojista comprou, estou montando book técnico e enviando fotos do produtos para quem tem loja virtual e trabalha com redes sociais. Estou fazendo tudo o que posso para ajudar os pontos que me representam”, conta a designer, que comanda a marca com o seu nome.

VENDA DIRETA Em paralelo, Elisa fortalece seus canais de venda direta. Está com frete grátis para todo o Brasil e faz entregas em Belo Horizonte e São Paulo. Quem preferir pode ser atendido, com hora marcada no showroom, que fica no Bairro Funcionários. Apesar de não dar desconto, a marca facilita a forma de pagamento. “Acabamos de sair de uma liquidação e tudo o que tenho agora é novo. Os produtos acabaram de chegar e são muito atemporais. Os modelos e as cores não mudam muito”, avisa.
 
Nesta nova coleção, destaque para os couros leves, macios e confortáveis, as tramas no croco e os tons terrosos (que começam no amarelo e vão até o marrom). “Trabalho sempre uma bolsa utilitária, para o dia a dia, com bastante repartição, que tenha informação de moda, mas seja bem causal.” A designer ainda fala dos tressês em peças menores e mais estruturadas, que podem ir para a festa. A linha de bolsas que misturam couro com neoprene, lançada na última temporada, seguem com boa aceitação.
 
A coleção de verão, que seria apresentada no Minas Trend, continua sendo produzida, mas não no mesmo ritmo. O plano é lançá-la em julho, independentemente de nova data do salão de negócios. Elisa adianta algumas novidades: bolsas bicolores e tricolores, uma linha com alças tubulares, o retorno dos metais de bronze acetinado nos detalhes e o uso do couro de arraia.


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