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Estado de Minas INVERNO

Moda mensageira

Coleção de inverno da marca Patrícia Motta, que agora ocupa uma casa no Belvedere, é um convite para refletir sobre o momento que vivemos e as possibilidades do couro


postado em 29/03/2020 04:00

(foto: Henrique Gualtieri/Divulgação)
(foto: Henrique Gualtieri/Divulgação)


Muito antes de o mundo parar por causa do novo coronavírus, Patrícia Motta desenvolveu a sua coleção de inverno e deu a ela o nome de “Propósito”. Para a estilista, tudo tem o seu tempo. A mensagem ganha ainda sentido nestes dias de quarentena. “Entendo que o mundo está vivendo um tempo de dor, mas este é o momento de refletir sobre o propósito desta situação para renovar a nossa mente.” A marca segue com o seu propósito de deixar as mulheres mais femininas com roupas de couro.
 
Patrícia usou e abusou dos círculos como símbolo de unidade e aliança. “Para alcançar propósito, temos que estar ali- ançados com o que acreditamos”, justifica a estilista. Um dos modelos de saia tem vazados no formato de mandala. Já os ilhoses de metal são usados para enfeitar um colete comprido, de cima a baixo. Também funcionam como detalhe nas alças de um vestido ou no cós de uma calça. Os círculos ainda aparecem nos bordados luminosos de uma jaqueta inspirados em notas musicais.
 
(foto: Henrique Gualtieri/Divulgação)
(foto: Henrique Gualtieri/Divulgação)
 
 
O artesanal continua muito presente nas peças de couro. A estilista recorre ao pesponto para criar uma saia que traduz bem a proposta handmade da marca (no fim, parece uma colcha de retalhos). O crochê surge com detalhes em forma de trança, ajudando a reforçar o conceito de união da coleção. Vemos também o bordado rechilier, que nesta temporada ganha contornos de círculos interligados.
A marca mantém seu propósito de tirar o couro do lugar-comum. “Anos atrás, couro se resumia a cor neutra e jaqueta, mas nós quebramos isso. Levamos o couro para o verão, para o dia, para a festa, sempre com muita inovação”, observa a estilista, que já levou para a passarela da São Paulo Fashion Week um vestido de noiva em couro branco com vazados remetendo a rendas florais.
 
(foto: Henrique Gualtieri/Divulgação)
(foto: Henrique Gualtieri/Divulgação)
Destaque nesta coleção para o drapeado no couro (que exige um trabalho cuidadoso com moulage). Babados, fendas e recortes nas mangas também chamam a atenção. O couro ainda surpreende em um colete de alfaitaria e uma linha esportiva, com  calças, casacos e jaquetas.
 
O colorido transita entre o rosa com nome de figo, o amarelo que se chama damasco, e verde batizado de coentro. “O nosso diferencial está nas cores. Trazemos alegria e energia independentemente se é inverno ou verão”, pontua. Uma novidade é o metalizado (dourado e prateado), que cria um efeito interessante no couro. A parca na altura do joelho, que faz parte da linha esportiva e carrega muita modernidade, pode ser considerada a peça-desejo da coleção.
 
(foto: Henrique Gualtieri/Divulgação)
(foto: Henrique Gualtieri/Divulgação)
A marca equilibra informação de moda com atemporalidade. “Não gosto de nada passageiro. Dou uma modernizada nas roupas, mas elas não 'morrem' em uma coleção.” A saia Patricinha, por exemplo, com elástico e amarração na cintura e recortes feitos a mão, já vai fazer 15 anos e continua a ser a peça mais vendida. Pensando no conforto, a estilista criou uma linha que também virou clássico. Com forro de tule, as peças de couro ficam ainda mais maleáveis.
 
Além do couro, a marca trabalha com moletom, tricô e uma linha de camisaria com peças que podem ser de algodão de fio egípcio, chiffon ou linho. Dessa forma, a cliente tem mais opções para sair da loja com o look completo.
 
(foto: Henrique Gualtieri/Divulgação)
(foto: Henrique Gualtieri/Divulgação)

BELVEDERE Patrícia sempre teve vontade de levar a loja para o Belvedere e já estava de olho nesta casa há pelo menos cinco anos. “Acredito muito no Belvedere, é um bairro jovem e em crescimento”, destaca. Mas, naquela época, a lei não permitia comércio na região. Sem perder a casa de vista, a estilista se manteve no Bairro Santo Agostinho (onde ficou por 15 anos) até a aprovação do novo Plano Diretor da cidade, publicado em agosto do ano passado.
 
Foram seis meses de reforma. Com carta branca da proprietária, Patrícia quebrou paredes e integrou toda a área social, que hoje está ocupada pelas araras de roupas. “Gosto do aconchego da casa, e é isso que desejo para as clientes.” Um dos ambientes preferidos da estilista é o jardim externo, com piscina, muito verde e um painel do seu filho, Rafael Motta, que também pinta a mão algumas peças da marca. Quando esta fase passar, é lá que ela quer voltar a receber suas clientes.


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