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Estado de Minas ESTILO

Alta-costura nos pés

Advogada paulistana de família mineira resgata técnicas artesanais que aprendeu com a avó e a mãe para se lançar no mercado da moda com coleção de sapatos comparados a joias


postado em 01/03/2020 04:00

(foto: Cacá Bratke/Divulgação)
(foto: Cacá Bratke/Divulgação)


Por que não fazer alta-costura em sapatos? Foi a partir desse questionamento que Adriana Farina teve a ideia de levar o handmade de luxo para os pés. À frente da marca que leva o seu nome, a advogada enxerga as suas sandálias como joias. “Elas são muito trabalhadas, com materiais de elevadíssima qualidade e diferentes do que existe no mercado. Os enfeites por si só já são de muito valor”, aponta. A ideia é criar sapatos que sejam o destaque do look da mulher.
 
(foto: Cacá Bratke/Divulgação)
(foto: Cacá Bratke/Divulgação)
Formada em direito, Adriana tinha uma carreira sólida em um dos maiores escritórios do Brasil. Até que chegou o momento em que decidiu mudar de vida. Logo veio a ideia de investir em um talento adormecido: os bordados. De família mineira, ela cresceu envolvida com trabalhos manuais. Lembra-se de ficar ao lado da avó e da mãe tentando aprender costura e sempre teve facilidade com bordados. “Temos sapatos maravilhosos lá fora, mas aqui não encontramos produtos tão exuberantes. Então, pensei: quer saber, vou juntar bordados e sapatos”, conta.
 
(foto: Cacá Bratke/Divulgação)
(foto: Cacá Bratke/Divulgação)
Segundo Adriana, os enfeites são pensados para se encaixar harmonicamente em cada peça. Em muitos casos, eles surgem antes mesmo de haver um modelo pronto de sapato. “Não é algo que simplesmente compro e grudo na sandália. Ali existe todo um trabalho de criação. É um enfeite criado e encaixado no sapato”, pontua. A advogada começou pelo bordado de pano e entrelaçamento de miçangas, mas avisa que a intenção é explorar outras técnicas manuais, como crochê, tear de fio e macramê.
 
(foto: Cacá Bratke/Divulgação)
(foto: Cacá Bratke/Divulgação)
A dona da marca se mostra exigente e seleciona os melhores materiais mundo afora. Os aviamentos vêm de vários países, entre eles Estados Unidos, Itália, Japão, República Tcheca, Índia e França. Desta vez, Adriana trabalhou basicamente com cristais, miçangas, penas, pelos e pedras naturais. “Não vou comprar a mesma pedra que todos os fabricantes de calçados estão comprando. Aqui não tem nada igual”, comenta. Daqui do Brasil só o couro (ovino e caprino).
 
(foto: Cacá Bratke/Divulgação)
(foto: Cacá Bratke/Divulgação)
Nesta primeira coleção, batizada de “Uma noite na floresta”, Adriana se propõe a levar para as peças uma brasilidade representada por espécies da fauna e da flora. “Me inspirei muito na bromélia e na helicônia, que são flores bem tropicais.” Feita de miçangas e cristais, nas cores vermelho, dourado e verde,  a helicônia aplicada em uma mule vermelha de salto bloco fica bem próxima do real. Já a bromélia é reinterpretada em uma sandália de festa com miçangas e cristais em tons claros de verde e rosa. A preciosidade maior está em duas pedras naturais, ágata cherry e quartzo verde.
 
A flor-da-lua também serviu de inspiração para a marca. “É uma flor que se abre uma vez só por ano, em uma noite de verão, e depois morre”, explica. A sandália flor-da-lua, toda branca, carrega bordados que representam as pétalas e um exemplar da pedra da lua no lugar do miolo. A coleção ainda destaca a onça-preta, uma raridade na natureza, através de uma sandália preta com pelos e bordados em miçangas de vidro imitando a aparência do animal.
 
(foto: Cacá Bratke/Divulgação)
(foto: Cacá Bratke/Divulgação)
Ao todo, são 14 modelos que podem transitar entre trabalho, passeio e festa, todos sandálias. Para Adriana, quando deixa os pés à mostra a mulher fica mais feminina e sensual. “Posso até vir a fazer um chanel com tira atrás ou escarpin, mas sempre vou pensar em sapatos leves. Não me vejo fazendo bota”, acrescenta. A rasteira preta Brilho da noite, com tiras forradas de bordados em pedraria, pensada para uma ocasião mais informal, está entre as mais vendidas. Ao mesmo tempo, as sandálias brancas de salto podem ser uma ótima opção para as noivas.

CONFORTO A marca não se preocupa apenas com a beleza, considera também o conforto na hora de desenvolver os modelos. Os saltos podem ser bloco ou fino, mas sempre respeitam o limite que Adriana considera aceitável. “Não adianta fazer sapato bonito se não for confortável, por isso acredito que salto tem limite. Se for muito grande, a mulher fica com o pé inclinado e vai se sentir desconfortável”, pondera a advogada, que não pretende ultrapassar o tamanho 9.
 
Adriana já começou a treinar um grupo de mulheres para ajudá-la a bordar os enfeites. Ela chegou a fazer experiências em Uberlândia, mas acabou concentrando a demanda em São Paulo. “Ainda tenho muito interesse em fazer algum trabalho em Minas. Talvez tenha mais facilidade de mão de obra aí do que tenho aqui”, comenta. Os sapatos são produzidos no Rio Grande do Sul.
 
Mesmo com a equipe terceirizada, a advogada não pretende se distanciar da criação nem da produção. “Acho que sempre vou ter que colocar a mão na massa. Afinal, são a minha mistura de cores, a minha seleção de materiais e a minha inovação que fazem a diferença”, observa Adriana, lembrando que todos os sapatos são autorais. Sem seguir tendências, ela pretende focar em beleza, durabilidade, conforto e exclusividade. Quer que os modelos da marca não sejam iguais aos que já existem no mercado, para que a mulher se sinta bonita e diferente com os seus sapatos.


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