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Voando alto

Semana de Moda Masculina de Paris mostra criatividade, ousadia e opção de escolha dentro da diversidade de gênero


postado em 26/01/2020 04:00 / atualizado em 23/01/2020 11:45

Louis vuitton(foto: afp)
Louis vuitton (foto: afp)

 

As coleções masculinas para o outono-inverno 2021 que as grifes internacionais mostraram nas semanas de moda de Milão e Paris deixaram claro que os diretores criativos permitiram a criatividade voar alto, leve e solta. Sem abandonar o clássico e o elegante, ousaram tanto no estilo quanto nas cores e nas inovações de tecidos e materiais. O que não falta é roupa para qualquer gosto. 

 

 White Mountaineering(foto: Françoise Guillot)
White Mountaineering (foto: Françoise Guillot)

Homens lights 

 

A moda internacional abriu seu calendário com a Semana de Moda Masculina de Milão – de 10 a 14 de janeiro –, e na sequência teve a de Paris, que ocorreu semana passada, mostrando as coleções outono-inverno 2020/2021 das principais grifes internacionais. O que se viu foram coleções ecléticas. A criatividade e ousadia dos estilistas mostraram que é possível transformar o clássico em moderno e arrojado, mas é preciso muita personalidade e estilo para carregar as inovações.

 

Hermes(foto: Anne-Christine Poujoulat)
Hermes (foto: Anne-Christine Poujoulat)

As calças surgem com um comprimento mais curto, e quase todas as marcas apresentam os modelos tradicionais e outros mais arrojados com detalhes no cós, como palas – algumas bem grandes –, tiras, bolsos diferenciados, etc. O uso de tecidos tecnológicos cresceu bastante e a cartela de cores está cada vez maior. Os tons escuros predominam, mas também cores fortes e vivas como o vermelho, pink, roxo, amarelo e verde. Os casacos mantêm comprimentos variados e chamam a atenção pelos diferentes cortes e detalhes. Do clássico ao moderno, todos se destacam pela elegância e bom gosto.

 

 Lanvin(foto: Anne-Christine Poujoulat)
Lanvin (foto: Anne-Christine Poujoulat)

Coletes de tricô sobre camisas sem manga, regatas no mesmo trabalho, porém com a trama bem aberta, calças bailarina, blazers com babados, camisas com jabôs, sobreposições de peças, casacos de pele, tecidos adamascados, enfim, uma infinidade de propostas para atender à variada demanda existente na sociedade atual, onde tudo é permitido, sem julgamentos nem censura.

Virgil Abloh assinou a coleção masculina da Louis Vuitton para a estação fria da temporada. Streetwear é um rótulo adotado e rejeitado livremente pelo diretor criativo, que redefiniu o termo caracterizando-o pelas roupas que realmente usamos e a maneira como as vestimos. Abloh reprogramou os códigos do vestuário tradicional masculino, a alfaiataria e a silhueta cônica saíram de sua zona de conforto corporativo, foram distorcidas e reviradas, o antigo foi neutralizado, reapropriado e adotado para uma joie de vivre progressivo.

 

Palomo Spain(foto: Anne-Christine Poujoulat)
Palomo Spain (foto: Anne-Christine Poujoulat)

Sob uma ótica mais pueril, Virgil criou a estampa de nuvens no céu, oníricas e infinitas: o céu na Terra. Um trabalho de degradê e de respingos bem controlados também compõe a estamparia da coleção. O uniforme corporativo masculino foi transformado em um símbolo de habilidade e criatividade.

 

A marca esportiva chinesa Li-Ning celebra os 30 anos de atletismo do seu fundador, o grande ícone do esporte da China que deu nome à grife, e criou seu outono-inverno 2020 propondo uma nova mistura de roupas esportivas e alfaiataria mesclando passado e futuro – uma aparência híbrida com vários pontos de referência que permanecem em diálogo contínuo. A coleção tem origem na imagem de Li e na visão de um atleta: aplicar técnicas de alfaiataria clássica a estilos icônicos derivados do esporte.

 

Palomo Spain(foto: Anne-Christine Poujoulat)
Palomo Spain (foto: Anne-Christine Poujoulat)

A Prada Uomo apresenta pontos antagônicos sobre a tradição, o conhecido e a natureza – humana e outras. Uma fantasia do clássico na qual os paradoxos se fundem. A coleção expressa ousadia através do uso de materiais tradicionais combinados com fibras recicladas tecnologicamente inovadoras em cores cromáticas. Esses são meios imediatos de tradução ou recontextualização. As malhas de caxemira permitem estiramento para ajustes extremos. A silhueta transita entre aerodinâmica e volumosa e a cartela de cores traz desde os tons escuros às cores vivas, bidimensionais.

 

Bode(foto: Anne-Christine Poujoulat)
Bode (foto: Anne-Christine Poujoulat)

Já a Balmain mistura imaginário étnico com clássicos franceses, totalmente inspirada no deserto do Saara e com um toque burguês. Dessa mistura de referências, uma combinação que remete ao passado de seu diretor criativo, Olivier Rousteing, deu o norte ao inverno 2020 masculino da marca. “Aqueles que me conhecem e que assistiram ao filme Wonder boy sabem que hoje eu conheço minhas origens”, escreveu o estilista no texto em que explica as vontades por trás da coleção. No documentário em questão, ele descobre detalhes sobre a suas raízes e a nacionalidade de seus pais biológicos. Uma África imaginária dá um tempero especial à coleção, trabalhada sob uma cartela de tons terrosos (passeando por tons de areia, bege, ocre e marrom) e silhuetas fluidas. Entre os destaques, muitas calças tipo saruel (típica da região do Norte da África), muitos drapeados, casacos amplos e vaporosos, jaquetas de aviador, blazeres de smoking e jeans justinhos. 

 

Bode(foto: Anne-Christine Poujoulat)
Bode (foto: Anne-Christine Poujoulat)
 

Louis Vuitton(foto: Françoise Guillot)
Louis Vuitton (foto: Françoise Guillot)
 

Balmain(foto: Françoise Guillot)
Balmain (foto: Françoise Guillot)
 


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