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Estado de Minas FITNESS

Armário esportivo

A crescente busca por saúde e bem-estar tem impulsionado a moda fitness, que já garantiu o seu espaço no guarda-roupa das mulheres, indo além dos momentos de atividade física


postado em 11/08/2019 04:00

Alto Giro(foto: Gil Inoue/Divulgação)
Alto Giro (foto: Gil Inoue/Divulgação)


Conforto deixou de ser a única exigência. O uso de tecidos tecnológicos, a busca por tendências de moda e o desenvolvimento de modelagens que valorizam o corpo também são decisivos para as consumidoras de roupas esportivas, que só crescem no Brasil. Isso porque leggings, tops e shorts ganham cada vez mais espaço no armário das mulheres. Algumas peças, inclusive, podem ir do tênis ao salto alto. Prova de que a atividade física deixou de ser obrigação para se transformar em lifestyle.
 
Patricia Birman, da Memo, enxerga mesmo uma mudança de estilo de vida. Há oito anos, ela pegou carona no boom da busca pela saúde e abriu a marca, em São Paulo, unindo duas paixões: moda e esporte. “A vida está tão corrida que as pessoas estão buscando cada vez mais momentos de qualidade e aproveitam o tempo livre para cuidar da saúde, da mente, do bem-estar. Enxergo isso como uma mudança de comportamento mesmo”, analisa.
 
A idealizadora da marca – que hoje está mais voltada para collabs, apesar de lançar coleção própria – preza por roupas confortáveis, que acompanham o movimento e não deixam o corpo muito à mostra, já que são justas. Além disso, privilegia modelagens que valorizam a silhueta, como um recorte na lateral que afina a cintura, e está sempre em busca de informação de moda. Patricia aponta duas tendências. “Antes as estampas eram o forte, agora são as misturas de cores mais geométricas e a mistura de materiais, alguns com texturas e brilhos diferentes”, detalha.
 
Hoje a mulher busca mais que conforto, ela quer estilo, modelagem que valoriza o corpo e inovação em matéria-prima. A fala é de Edson Recco, diretor da Alto Giro, marca fitness do Paraná que há 36 anos acompanha os desejos das consumidoras. Por isso, investe tanto em tecnologia. Um dos tecidos trata celulite, porque ativa a circulação quando a roupa entra em contato com o corpo. “Usamos também uma tecnologia de barriga zero em legging, short e até body. O tecido dá uma achatada na região e todo mundo fica com barriga reta”, brinca.
 
Na Alto Giro, a preocupação é desenvolver peças inteligentes. Recco também destaca a linha sem costura, extremamente confortável e segura para a prática do exercício físico, e a linha biodegradável. “Desde o fio até a tecelagem, todo o processo é sustentável e essa matéria-prima, quando descartada corretamente, demora apenas três anos para se decompor, sendo que o normal são 60”, esclarece. “Não queremos só fazer roupa bonita.”
 
Sobre design, a marca tem no DNA o conceito de fun fitness. “Percebemos que as misturas de cores causam sensações boas nas pessoas, então temos uma coleção mais divertida”, comenta. A combinação de laranja com rosa é a queridinha, mas tem também roxo com laranja e azul com amarelo. Além disso, as modelagens sempre carregam alguma informação de moda, como o top de um ombro só. Segundo Edson, a ideia era levar um shape conhecido pela mulher para a realidade da atividade física.
 
 
Do tênis ao salto alto 
 
 
À frente da AKT, a mineira Raquel Dalseco concorda que as roupas fitnesss deixaram de ser apenas confortáveis para levar beleza e estilo ao armário da mulher. Pensando nisso, ela focou no conceito de athleisure, que une a moda esportiva e casual em roupas que podem transitar com muita facilidade entre as mais diversas ocasiões, do tênis ao salto alto. “Desde o início já sabíamos que queríamos unir conforto, qualidade e moda, então nascemos entendendo quais são os desejos desse público que enxerga a atividade física como lifestyle e o concilia com sua rotina”, aponta.
Na coleção atual, os shapes mesclam o design do paraquedas com a elegância e o caimento dos cortes de alfaiataria. Muitas peças são feitas com o moove, tecido tecnológico similar ao material do paraquedas. “Com ele, os movimentos são mais livres, mesmo nas peças de manga longa, como os casacos e os corta-ventos.” Tons tradicionais como vermelho, preto, branco e cinza, se misturam a cores mais vibrantes, entre eles laranja, rosa e verde.
 
Só dar aulas não era suficiente. A personal trainer de Belo Horizonte Amanda Prado criou a marca fitness Alive com o objetivo de expandir o alcance do seu trabalho, mostrando o exercício físico como um estilo de vida. Desenvolvida pelo estilista Lucas Magalhães, a coleção de estreia une conforto e estilo, tanto que as peças não precisam ficar limitadas à academia. “Hoje existe uma busca por praticidade e a pessoa sai da ginástica com uma roupa bonita e pode fazer o resto das atividades do dia”, aponta.
 
Um dos tops foge totalmente do óbvio. Tiras elásticas cruzadas nas costas fazem as vezes das alças e se ajustam a diferentes shapes. Outro modelo chama a atenção por não ter cava nas costas, então apenas os ombros ficam à mostra. Há também calças com recortes anatômicos que valorizam o bumbum. “São peças pensadas para a mulher treinar sem se sentir desconfortável.” Amanda ainda destaca o uso de tecidos inovadores em regatas e blusas com manga, um com filtro solar e outro com efeito repelente.
 
Até a maior fabricante de bojos da América Latina entrou neste mercado. Com sede no Ceará, a Delfa lançou há dois meses a La Clofit, que se propõe a montar um guarda-roupa fashion fitness. A nova marca trabalha o conceito de leveza em vários aspectos, inclusive na própria gramatura dos tecidos. Um dos shorts pesa apenas 37g. “É um produto extremamente leve e que cabe na palma da mão”, detalha o estilista Felipe Vieira. A leveza também está em destaque em blusas mais soltas de linho.

BOJOS Como era esperado, os bojos são um diferencial da La Clofit. Todos contam com microperfurações que aumentam a ventilação no tecido para impedir o acúmulo de bactérias e acelerar a secagem. Felipe cita uma camiseta com bojo encaixado que dispensa o uso de sutiã. Para a parte de baixo, ele sugere a legging com bolso no cós que comporta chave, dinheiro, documento e celular. “O bolso com zíper invisível fica na parte de trás, do lado direito, e tem saída para conectar o fio. Então, você pode ouvir música enquanto se exercita”, aponta.
 
De São Paulo, a Lauf nasceu há oito anos num treino de triatlon. Marina Rovery e uma amiga queriam usar roupas mais femininas e acabaram criando a marca para fazer o que não encontravam no mercado. “Era um universo supermasculino. Só encontrava preto, azul-marinho e cinza, não tinha muita cor, e sentia falta de estampas”, conta. A dupla começou pelo manguito (manga usada para pedalar) com estampa de caveira e hoje tem uma linha completa para fazer todo tipo de exercício. As peças estampadas e coloridas sempre têm mais aceitação que as monocromáticas.
 
Como são atletas, as sócias da Lauf pensam em roupas que não incomodam nem machucam durante o exercício e testam tudo antes de vender. Desenvolvem também um estilo mais ousado. “Nós nos inspiramos no mundo da moda como um todo, não só na esportiva, sempre buscando tendências para fazer roupa com uma pegada fashion”, destaca. Inspirada no mundo do surfe, a coleção verão 2020 reúne peças que podem ir desde a academia até a maratona. Um conjunto de blusa e
calça, quando está no corpo, parece com o wetsuit, macacão de neoprene usado por surfistas.
Há seis anos no Brasil, um engenheiro mecânico dos Estados Unidos teve a ideia de lançar uma marca específica para as corredoras. “Só via roupa de academia ou de multinacionais. Então, enxerguei o cenário perfeito para ter marca que atende tanto à necessidade física de corrida quanto mostra a sensualidade através da força, com modelagem perfeita para o biótipo da mulher brasileira”, justifica o fundador da Authen, Christopher Spikes, atleta de futebol americano.
 
O carro-chefe da marca é uma bermuda com design pensado para melhorar a performance das corredoras. A peça tem compressão na medida certa, recorte anatômico na virilha (dispensando roupa íntima) e borracha em vez de elástico no cós. “A borracha não desgasta tão rapidamente e proporciona mais consciência corporal durante a corrida, forçando a mulher a ficar com a coluna reta, o que ajuda no desempenho”, explica Christopher. A bermuda ainda tem três bolsos, dois laterais e um interno na parte da frente (específico para guardar os suplementos em gel).
 
O top com compressão anatômica desenvolvido pelo norte-americano também tem agradado às atletas brasileiras. “Muitas marcas só pensam na compressão na parte da frente, mas tem atrás também, por isso chamamos de sistema antiflacidez. Os seios têm ligamentos que podem estender e não voltar mais quando se corre sem top adequado”, explica. Em alguns modelos, Christopher criou um a estrutura com o próprio tecido, que simula aro de sutiã. O bolso da frente também é pensado para colocar gel. 


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