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Por uma nova história

Dois jovens talentos da moda mineira se juntam para construir marca que explora modelagens básicas, tecidos naturais e acabamentos inusitados em roupas confortáveis


postado em 16/06/2019 04:11

(foto: Henrique Gualtieri/Divulgação)
(foto: Henrique Gualtieri/Divulgação)



Bárbara Monteiro assina as roupas da Molett. Carlos Penna desenvolve os acessórios da marca que leva o seu nome. Os dois são jovens, talentosos, fazem um trabalho autoral e mostram que têm um futuro promissor à frente das suas etiquetas. Mas isso não basta para quem não se cansa de criar. Os designers, então, se juntaram em um novo projeto: desenhar roupas para a Por.


Tudo começou quando ela ajudou na coleção de aniversário de dois anos da Carlos Penna. Depois ele criou os acessórios do desfile da Molett no Minas Trend. E dessas parcerias surgiu o interesse de construir uma história sem nenhum compromisso de vender, apenas colocar as ideias para fora. “A Por é uma história que queremos contar do nosso jeito e no nosso ritmo, sem pressa e sem obrigação de lançar peças sempre. É uma evolução constante”, pontua o designer.


Nos dois casos, as marcas próprias levaram seus designers para um lugar extremamente comercial e eles sentiam falta de viver a criação com liberdade. “O nosso processo criativo é relaxado e gostoso, o que muitas vezes não conseguimos ter nas nossas empresas, porque somos ditados por um calendário cruel, efêmero demais. Por é um ato de vestir, mas também é uma palavra que explica o porquê de estarmos aqui, é pelo processo, mais prazeroso”, comenta a estilista.


Os lançamentos não seguem uma regra, em um mês pode surgir peça nova, no outro não. A dupla não compra tecidos em excesso (acabou aquele, passa para outro) e trabalha com estoque reduzido. “A Por não segue o tempo da moda, ela é de agora”, pontua Carlos. Bárbara acrescenta que as coleções estão sempre evoluindo, mesmo que já estejam nas lojas. “É um processo muito vivo, apesar de lento. Não reservamos as ideias para a próxima estacão, vamos usufruindo e colocando em prática.”


Bárbara aproveita para contar a história do cardigã, que tinha capuz. Um dia, ela viu a peça na mesa de corte e percebeu que, se eliminasse o capuz, essa parte do tecido poderia virar um lenço. “Aí incluí ilhoses de borracha e o lenço pode entrar em vários buraquinhos, nas costas, no ombro, dar a volta no pescoço, ou não entrar em buraco nenhum”, diz a estilista, reforçando a versatilidade das peças.


Na Por, as modelagens são básicas e simples, geralmente retas, que podem ser aproveitadas de formas diferentes. A máxi t-shirt, por exemplo, já se desdobrou em outras seis peças. “Fazemos um recorte frontal e transformamos a máxi t-shirt em uma camisa de botão ou robe. Podemos também mudar o tecido, inserir uma borracha na gola para dar outra textura no acabamento ou furá-la inteira de ilhoses e passar o próprio tecido pelos buracos”, exemplifica Bárbara.


A marca trabalha com tamanhos únicos e se interessa pelo resultado diferente da roupa em cada corpo. “Isso não passa por uma discussão de gênero, não é essa a intenção. A intenção é que cada um interprete a roupa da forma que quiser”, avisa Bárbara.


Pensando no conforto, os designers optam preferencialmente pelos tecidos naturais. Ou seja, tem muito linho, algodão, gaze, tricô e seda. “Prezamos por passar o tecido no rosto para ter certeza de que vai ter um toque gostoso”, conta Bárbara. Carlos lembra que até desistiu do corte a laser, em uma das primeiras peças da marca, para não abrir mão do conforto. “O tecido era natural e começou a desfiar. Então, decidimos não fazer a peça para não ter que trocá-lo por um sintético.”


Os acabamentos são os mais diferentes possíveis. “O Carlos é bem conhecido por usar materiais que não são encontrados nas joias e ele tenta imprimir isso nas roupas”, pontua a estilista. A borracha automotiva que o designer usa em colares se transforma em ilhoses. Em breve, ela será usada num vestido completo. Fios maleáveis de inox e fios de borracha interferem no volume das peças. Brincos e ponteiras viram botões exclusivos. “A gente não fica procurando botão, inventa”, afirma Bárbara.

PEDRAS A ideia da dupla é apresentar materiais cada vez mais inusitados no vestuário, a partir das pesquisas de Carlos. “No início, fomos mais sutis para não virar uma roupa Carlos Penna. As próximas peças já vão ter inserções mais nítidas com materiais que nem vão passar pela minha marca”, avisa. O designer adianta que tem feito testes com pedras naturais e com materiais de vestidos de noiva. Além disso, eles pensam em criar acessórios como cinto, broche e bolsa para compor as roupas.
Com a Por, Bárbara conta que está absorvendo uma visão diferente de trabalho que já exercia, enquanto Carlos tem a oportunidade de exercitar tudo o que aprendeu sobre roupa nos tempos de faculdade. “Houve um intercâmbio muito grande entre a expertise do Carlos com novos materiais e a minha em tecidos e modelagens. É como se estivéssemos trocando cartas”, observa Bárbara, explicitando a influência das cartas trocadas pelos artistas Hélio Oiticica e Lygia Clark.


A intenção é dissociar totalmente a Por da Molett e da Carlos Penna. “É um projeto da Bárbara e do Carlos, não como empresa, mas como criadores. Tentamos não levar referências das nossas marcas, queremos criar uma história nova”, ele ressalta. Bárbara acrescenta: “Não estamos tentando convergir, estamos tentando escapar completamente das nossas marcas.” As roupas podem ser encontradas em BH, nas lojas Graça Ottoni, Grande Hotel Ronaldo Fraga e Casa 89, além de Rio de Janeiro e Vitória.


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