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Crianças na moda

Grupo mineiro fundado por duas irmãs se destaca no segmento infantil com três marcas que vestem meninas e meninos com personalidades diferentes. Próximo passo é lançar e-commerce


postado em 19/05/2019 04:09

(foto: Alexandre Rezende/Divulgação)
(foto: Alexandre Rezende/Divulgação)




Respeitável público, o show vai começar. Na passarela, roupas inspiradas no universo do circo mostram que criança tem cada vez mais opções para se vestir. Pelo menos, é esse o desejo das irmãs Vanessa e Luciana Aquino, que dirigem o Grupo Tempo de Criança, formado por três marcas. Enquanto a Luluzinha tem uma pegada mais romântica, a Mylu conquista as meninas mais descoladas. Já a Oliver pensa nos meninos que querem ir além do básico. A empresa que nasceu em uma pequena cidade no interior de Minas hoje dita moda para todo o Brasil no segmento infantil.
O verão 2020 da Luluzinha, a marca mais antiga do grupo, propõe um passeio pelo circo. Logo, as cores que predominam na coleção são vermelho, azul e branco. Além disso, as irmãs levam para as roupas vários elementos que remetem ao tema, como listras, estrelas e um pouco de brilho.


O circo também está presente nas estampas, que são criadas por uma artista plástica dentro da fábrica. Ou seja, são exclusivas. As roupas exibem, por exemplo, a tenda onde fica o picadeiro, o saco de pipoca que diverte os espectadores, a bailarina se equilibrando em uma roda de bicicleta e o coelho escondido dentro da cartola do mágico. Alguns animais do circo imaginário também estão representados, entre eles leão, elefante, foca, girafa, tigre e zebra.


Em paralelo, as irmãs não deixam de incluir a linha que carrega a essência da marca, voltada para uma menina mais princesa. “A Luluzinha tem como características a delicadeza, o romantismo, o feito a mão”, destaca Vanessa. Em geral, são vestidos com saia mais amplas e rodadas e muitos detalhes, não necessariamente ligados ao tema da coleção. Flores aplicadas na cintura, mangas com babados em tule, rendas na barra, aço nas costas e bordados de pérolas traduzem a preciosidade desta linha.


Já as coleções da Mylu e da Oliver, além dos elementos de circo, transportam a garotada para um parque onde tem roda gigante, carrossel, montanha-russa e carrinho bate-bate. “Dessa vez, a ideia era levar para as roupas um clima de diversão, férias e momentos inesquecíveis. É o que fica na memória da época em que somos criança”, comenta Vanessa.
Lançada há um ano, a Mylu chega com uma proposta diferente para as meninas. Diferentemente da Luluzinha, a marca “caçula” do grupo não tem nada de clássico. Da modelagem às estampas, as peças carregam uma identidade mais moderna. “Fazemos uma roupa descolada, que também pode ser definida como divertida, colorida e tecnológica”, aponta Vanessa. Vestidos fazem parte da coleção, mas a modelagem costuma ser mais reta. No máximo, um babado nas mangas. Pode até ter saia rodada, mas ela mostra uma estampa irreverente com respingos de tinta em várias cores.


Na Mylu, as estampas com doces, bichos, flores e frutas são ultracoloridas. Além dos desenhos, frases divertidas enfeitam as peças, entre elas “don’t stop the music” e “just love”. As roupas se encaixam em um momento mais descontraído (conjuntos de blusa com short, saia ou calça não podem ficar de fora) e, muitas vezes, já garantem a brincadeira. A marca leva para a próxima estação uma blusa que vem com tinta para pintar a estampa e outra com tabuleiro de jogo da velha para usar com emoticons de pano.


CAMUFLADO Integrante masculina do grupo, a Oliver não quer ser básica. Então, não faltam cores e estampas. Há listras e muitos desenhos com coqueiros e frutas, que apontam para um mood tropical. Destaque para um curioso camuflado que se forma com a combinação de vários bonés em cores diferentes. Além disso, a marca investiu em aplicações 3D. Dessa forma, o cardaço do tênis de uma estampa é de verdade e os óculos escuros ultrapassa a superfície.


Na linha masculina, as irmãs trabalham bastante com uma linguagem esportiva. Blusas, jaquetas e bermudas são feitas de tela (lembrando uniformes de atletas), material que facilita a transpiração e pode ir para a água. Ainda tem bermuda de surfista e calça de moletom com amarração na cintura. Para um momento mais social, camisas de botão e batas de linho, lisas ou estampadas.


Roupa de criança também segue tendência. A equipe fica sempre atenta ao que está em alta e leva para o universo infantil. “Trabalhamos com todas as tendências, mas queremos que a criança continue a ser criança”, pontua a diretora de estilo.
Comprimento midi, mangas bufantes, plissados são algumas das tendências trabalhadas nestas coleções, assim como a modelagem oversized, que aparece, por exemplo, na pantacourt jeans com barra irregular desfiada da Luluzinha. Na Mylu, tem uma versão divertida de animal print (a padronagem de onça tem base verde e manchas nas cores rosa, amarelo, laranja, azul), logomania (o nome da aparece no cós da calça e no acabamento lateral de vestidos), neon (mais nos acessórios, incluindo tênis, cinto e meia) e plástico (usados em acabamentos, como os óculos da gatinha que estampa uma blusa).


No caso da moda infantil, o que nunca pode sair de moda é a busca pelo conforto. As irmãs sabem que a criança precisa se sentir à vontade na roupa. “Isso define a escolha dos tecidos. Usamos muito algodão, malha, sarja ou jeans mais leve, com um pouco de elastano”, detalha Vanessa. Além disso, existe um cuidado extra com acabamentos e bordados para não incomodar a pele.


DNA artesanal
Foi em Araújos, cidade com menos de 10 mil habitantes na Região Centro-Oeste de Minas, que a história da empresa começou. Como não tinham condição de estudar em Belo Horizonte, as irmãs tiveram que trabalhar desde cedo. Vanessa logo se interessou pelos bordados. Ela fazia com tanto cuidado que recebia a mais pela produção. “Hoje vejo que carrego há muito tempo a característica do detalhe. Isso está na minha essência”, diz a diretora de estilo do grupo.


As irmãs, então, tiveram a ideia de juntar as economias para comprar uma máquina de costura e começaram a fazer calcinha para bebês na garagem de casa. Isso há 21 anos. Vanessa aprendeu sozinha fazer desenho, modelagem e costura. “Nunca fiz faculdade de moda, sou autodidata em processos de criação. Intuitivamente, vou criando as coleções”, conta a diretora de estilo. Ela lembra que, no início, não tinha dinheiro nem para comprar revista de moda.


A Luluzinha já estava consolidada quando surgiu a Oliver. A marca masculina tem sete anos, a mesma idade do filho de Vanessa. “Quando lançamos, eu estava grávida, fazendo o enxoval do meu filho. Só via azul, verde e cinza, então resolvi abrir a marca para fugir do básico”, fala a diretora de estilo, que investe em tecidos e processos de lavanderia diferentes. Mais recentemente, a Mylu foi integrada ao grupo.


A sede da empresa hoje está em Divinópolis, mas a fábrica continua em Araújos. Difícil encontrar mão de obra qualificada em outra cidade. As irmãs antecipam os planos de lançar um e-commerce e abrir uma loja para vender peças de coleções passadas em Belo Horizonte. Até então focadas no atacado, elas também consideram a possibilidade de ter loja própria. “a gente não tem medo, sempre arriscou”, Luciana, que cuida área administrativa e contabiliza 170 funcionários.


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