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Missão de ser mãe


postado em 12/05/2019 05:06

Domingo passado comecei a coluna falando que não deveríamos precisar perdoar nossas mães e nossos pais nunca. Não porque eles deveriam ser perfeitos, mas apenas por que não nos devem tudo aquilo que deles costumamos cobrar. Precisamos sim pedir que nos perdoem pois se alguém deve a alguém nesta relação, são nossas mães e pais nossos grandes credores.

Hoje quero falar do significado que adoto para o verbo perdoar. Não precisa ser religioso muito menos acreditar em Deus ou deuses para buscar a prática do perdão. Basta desejar mais momentos de paz que de tormenta nesta vida que, a partir do momento em que nascemos, nos reserva tumultos que ameaçam tirar qualquer um do equilíbrio.

Num mundo dominado pelo orgulho e pela necessidade de ser o melhor ou aquele que está com a razão, perdoar pode ser interpretado como uma fraqueza daqueles que assumem que estão errados. Primeiro não é fraqueza. É sabedoria. E segundo perdoar não quer dizer dar ao outro a razão.

Perdão é a não devolução do mal, da ofensa, da mágoa que o outro nos fez. É não ficar a todo momento nos lembrando, recapitulando o infeliz ato do outro que tenha nos prejudicado. Perdoar é dar o direito ao outro de ser quem ele é, por pior que seja, o maior prejudicado é sempre ele mesmo.

Se tal pessoa ainda não consegue conviver com os outros sem lhes cutucar as feridas, que seja deixada em paz com suas implicâncias. Não preciso conviver com ela e, se não tem escapatória, desenvolver estratégias para que suas flechadas não me atinjam costuma ser um bom negócio. Fácil? Não. Mas não mais difícil que muitos dos desafios que se colocam à nossa frente a todo instante.

Falo do perdão voltando a pensar nas mães, hoje só nelas, por ser seu dia. Um dia comercial, reconheço, mas aproveitemo-lo para refletir sobre nossas relações com elas. Para muitas, ser mãe é uma missão lhes confiada por Deus ou pela vida, que seja então. O que nos importa agora é uma segunda pergunta: o que é uma missão?

É muito mais que um encargo, uma função à princípio nobre, um dever moral ou uma obrigação a cumprir. Todos temos uma missão que se inicia no fato de sermos responsáveis primeiro por nós mesmos, nossos atos, nossos esforços para mudar aquilo que há muito já sabemos não ser nada bom conservar. A começar pela ilusão de que somos infalíveis perante as incumbências à nós reservadas. Qual seria então de fato a missão de uma mãe? Todos tivemos uma e se nos colocarmos a pensar nela, sem as amarras e as armadilhas da ilusão, saberemos responder, desta vez sem nada lhe cobrar dando a ela o direito de fazer o mesmo.


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