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Clássicos de volta

Estampas inspiradas em lenços e na gravataria estão presentes nas coleções para o verão 2020


postado em 28/04/2019 05:08

O geométrico da gravataria no look Lume (foto: Lume Mar/Divulgação)
O geométrico da gravataria no look Lume (foto: Lume Mar/Divulgação)

As estampas sempre foram forma imbatível de as marcas diferenciarem suas coleções e essa escolha é feita com muito critério para atrair os lojistas e, consequentemente, o consumidor final. Flores nunca faltam a cada temporada e as grifes escolhem seus prints de acordo com a moda – sim, em um momento são as peônias que se destacam; agora, as próteas estão em voga e surgem com sabor de novidade. Na necessidade de variar esse cardápio de opções, o que se pode observar nos lançamentos para o verão 2020, que começaram na 24ª edição do Minas Trend, foi o fortalecimento de uma história que estava, de certa forma, esquecida nos armazéns de ideias fashion: a volta dos motivos da gravataria e das estampas inspiradas nos lenços.

Na verdade, esse retorno começou no inverno passado e, de acordo com o estilista Antônio Diniz, ficou mais claro agora com a adesão de várias marcas, como a Romaria, para a qual ele criou, em parceria com o colega Rodrigo Lomeu, e sob a supervisão da coordenadora de estilo Rosângela Aguiar, a coleção que estreou no Minas Trend, e que batizou a nova brand somente para pedidos: a Romaria Essential. “A tendência dos lenços teve início na temporada europeia passada, muitos estilistas internacionais lançaram esse tipo de estampa. Foi chamada de selaria, porque vem de Hermés, o rei dos lenços. Ele fez também muita corrente, fivelas, motivos equestres. Então, o mundo fashion misturou a selaria com cores, com onça, com animal print em geral. Agora, isso está caminhando para o lado do marinheiro, com cordas, nós e bússolas”, explica.

Embora a turma jovem torça o nariz para a proposta, por se tratar de um clássico, ele acredita que tal comportamento não procede. “Não acho que esses prints encareçam a roupa, é uma visão errada. A Etro (marca italiana), por exemplo, é campeã nisto, as criações dela são maravilhosas.”  Os clientes da Romaria aprovaram conforme demonstrou o resultado do Minas Trend. “Quando fui convidado para criar a nova marca, sugeri aos donos que ela fosse voltada para uma mulher bem jovem e antenada. E esses prints foram muito bem recebidos pelos compradores dentro desse briefing”, garante.

Quando se fala em lenços, não há como não se lembrar de Gianni Versace, que também usou e abusou deles em seu trabalho. “Penso que a última vez em que vimos esta tendência cultivada de forma acentuada foi na época dele, nos anos 90. Ele levou tudo para uma estética bem barroca, com muito dourado e o exagero que fizeram dele um criador muito especial”, lembra Antonio. Recentemente, o legado do estilista pode ser recordado  e admirado no desfile da Versace com participação de algumas das top models que fizeram história no mundo da moda.

GRAVATAS A gravataria é outra aposta que continuará prevalecendo para o próximo verão. Há muito tempo que o guarda-roupa feminino flerta com o dos homens. E quase todo mundo sabe que foi Chanel quem contribuiu decisivamente para a divulgação da estética, adotando não só as formas, mas também os padrões das roupas criadas para eles.

Para entender melhor a gravataria, é preciso conhecer a história da gravata, complemento emblemático do vestuário masculino, importante, inclusive, para exprimir a personalidade de quem o usa. Trata-se de um símbolo que vem atravessando séculos e gerações com algumas mudanças físicas, como forma, largura e tamanho, mas sempre com o mesmo conteúdo semiótico.

Indo mais longe, conta-se que o acessório foi inventado na França, no final do século 17, como adaptação de um elemento do vestuário masculino do Exército da Croácia. Os franceses se inspiraram numa espécie de cachecol para homens para criá-la, em torno de 1668. O adereço conquistou grande popularidade e logo passou a ser fabricado em linho ou renda. Tempos depois, começou a ser usada com um nó no centro e duas pontas longas soltas no peito – a peça recebeu o nome de cravate, tradução de croata em francês.

A partir do século 19, entra em escala industrial de fabricação e, no seguinte, já ganha diversas formas e cores. Segundo a história, foi em 1926 que um senhor chamado Jesse Langsdorff passou a cortar a gravata num tecido diagonal e em três partes, lançando moda e transformando o lançamento em parte fundamental dos acessórios de empresários e homens da alta sociedade.

ESTAMPAS Mas como inovar em um pedaço de tecido tão pequeno, mas tão significativo do gênero, em uma época em que o vestuário masculino era tão sóbrio e restrito comparativamente à moda feita para mulheres? É aí que entra o conteúdo dos nós e das estampas especialmente criadas para garantir a variação. É dessa peça que nascem os motivos minimalistas, geométricos, repetidos simetricamente que, de tempos em tempos, enfeitam não só as roupas das mulheres, mas também acessórios, como bolsas, carteiras e calçados, para elas.

E que enfeitam alguns dos looks criados por Bruno Coelho para a coleção verão 2020 da Lume, marca das irmãs Dôra e Lena Palhares, que está há 35 anos no mercado e trabalha tanto na pronta-entrega como no segmento de pedidos. O tema é California Dreams. “Na realidade, quando comecei a pensar na coleção, pensei em Califórnia e isso sempre me remete à ideia de clássicos. Todas as vezes que estive em Los Angeles, percebi que as construções, a arquitetura, o que via pela cidade me passava essa percepção de coisas atemporais”, conta o estilista.

Dessa sacada ele fez a associação da Califórnia com as estampas clássicas e com o DNA da Lume, reunindo gravataria com lenços, às vezes em aparição solo, em outras vezes em forma de patchwork. O mix pode ser percebido, particularmente, na estampa batizada de Beverly Hills, em que a gravataria se junta às correntes. “Achei que esses padrões eram muito bem relacionados com a roupa da Lume, que é voltada para uma mulher que é muito atuante, paga conta, está no mercado de trabalho e no mundo corporativo, no qual a aparência fala muito sobre cada um. Esse mundo dos clássicos tem muito a ver com o DNA da marca.”

Desde que entrou para a equipe de estilo da marca, Bruno tem focado na contemporaneidade, porém, sem perder de vista a sua essência, sua persona. “É dar uma refresch, uma jovialidade, o que é sempre muito apreciado no mundo feminino, mas dentro de uma dose certa”, ele pondera.


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