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Além da roupa

Desfiles que encerraram line-up da 24ª edição do Minas Trend provam que passarela não se limita a apresentar tendências, pode surpreender com enredos e histórias emocionantes


postado em 21/04/2019 05:07

Raquel de Queiroz(foto: Sebastião Jacinto Júnior/Divulgação)
Raquel de Queiroz (foto: Sebastião Jacinto Júnior/Divulgação)

“Desfile não é só um passar de roupas, tem que emocionar.” A fala do stylist Davi Leite, responsável pela apresentação do Coletivo Alagoas, traduz o clima da passarela no segundo dia do Minas Trend. Marcas nordestinas, que pela segunda vez desembarcaram em Belo Horizonte, se inspiraram nas dores e alívios de quem foge da seca. Patrícia Motta também quis tocar a plateia com uma coleção que fala sobre cura e Raquel de Queiroz trouxe o saudosismo com bordados que representam a sua infância no interior. Já Denise Valadares se valeu do exagero dos anos 1980 para impressionar.

No desfile do Coletivo Alagoas, entraram em cena personagens do livro Vidas secas, de Graciliano Ramos, que narra a fuga de retirantes nordestinos em busca de uma vida melhor. A calça e o blazer de linho preto do primeiro look representavam o vaqueiro Fabiano, que é o chefe da família. Na sequência, um vestido de crochê fazia referência à Sinhá Vitória, esposa de Fabiano. No fundo, uma imagem impactante transportava a plateia para o clima árido do sertão.

Não por acaso, apenas roupas em branco, preto, vermelho e dourado coloriram a passarela. “O desfile tem uma história agridoce. Ao mesmo tempo em que mostra a dureza de uma família fugindo da seca, revela a esperança de chegar a um lugar melhor”, comenta o stylist Davi Leite, que esteve em Maceió para direcionar o trabalho das marcas. Como ele mesmo explica, o branco aponta para a alegria, enquanto o preto dá o ar de tristeza. O dourado remete ao sol escaldante do Nordeste e o vermelho representa o sangue dessas pessoas, “que está pulsando a todo custo”.

A flor de mandacaru aparece em uma das poucas estampas do desfile. “O mandacaru é a fonte de esperança do nordestino, apesar da seca. É de onde ele tira água e ainda come o fruto”, justifica a estilista da Aquas Beachwear, Kelly Acioli, que assina o maiô preto com a flor vermelha.

Quatro marcas desenvolveram as roupas do desfile. Juntas, elas mostraram toda a riqueza do handmade nordestino. Sandra Cavalcante encantou mais uma vez com um trabalho que mistura rendas, pedrarias e bordados em linha. As peças dela podem ser usadas como saída de praia, vestido ou camisa. Na passarela, apareceram rendas típicas de Alagoas, como filé, renascença e singeleza, que a marca plus size Maneka resgatou nesta temporada. “É muito gratificante ter a oportunidade de mostrar artesãs do interior para o Brasil e para o mundo”, reconhece a estilista Lara Amorim.

Os acessórios foram desenhados pelas marcas Alana Tenório, Caleidoscópio, Carol Paz, Estúdio Monteferro, Endy Mesquita e Leila Monteiro.

O couro de Patrícia Motta ocupou a passarela em um clima mais introspectivo. Nessa coleção, a estilista se baseou nos quatro elementos da natureza (água, ar, terra e fogo) para falar sobre o tema cura. Por isso, em boa parte da apresentação, as modelos desfilaram com luz baixa e ao som de uma harpa que era tocada por Ana Luiza Cicarini, de 12 anos, que superou uma doença grave.

Na primeira parte do desfile, as roupas apareceram em um tom de azul. A barra dos vestidos e os desenhos do bordado em rechelieu lembravam o movimento da água. Na sequência, recortes de couro se conectavam através de pontos de crochê para criar um patchwork geométrico. Segundo a estilista, a trama leva um respiro às peças e representa o ar. O elemento terra estava presente em peças brancas com flores pintadas a mão pelo filho da estilista, Rafael Motta, e o fogo era representado pela cor laranja e pespontos em crochê como raios de sol. Broches em forma de chama complementavam os looks.

CORES Parecia até ser outra marca de tão diferente a nova coleção de Denise Valadares. Em vez de focar no preto e branco, como se viu no seu último desfile, a mineira abusou das cores, que eram as mais vibrantes possíveis: pink e amarelo. Além disso, os bordados estavam mais clean e as malhas – especialmente o moletom, sempre muito explorado pela estilista – deram lugar a tecidos planos.

As mudanças se explicam pela parceria com o stylist Alberth Franconaid, que propôs uma nova direção para a marca. Desenvolvida a quatro mãos, a coleção coloca em evidência o maximalismo dos anos 1980, com shapes bufantes. Mangas estruturadas, babados e saias em camadas são pensados para uma mulher que mistura vários estilos. O desfile se dividiu entre vestidos fluidos e uma alfaiataria jovem. Em um dos looks, blazer e calça aparecem na cor rosa e ganham pequenos bordados da cabeça aos pés. Por dentro, uma camisa de lese, que está em alta, com rendas.

Raquel de Queiroz mostrou na passarela o rico bordado mineiro. Representante da moda festa tradicional, a estilista de Botumirim, no Norte de Minas, buscou inspiração na sua infância para criar roupas que chamam a atenção de longe. Bordados em forma de pássaros, borboletas e flores eram combinados com plumas, franjas, cristais e paetês para dar textura às peças. Além de vestidos que marcavam a silhueta, havia macacões inteiramente bordados.


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