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Meca da elegância

Última cidade europeia a apresentar as coleções de inverno, Paris reforça a sua vocação de abrigar marcas e estilistas que pensam a moda feminina com charme, primor e delicadeza


postado em 10/03/2019 05:06

Chanel(foto: François Guillot /Divulgação)
Chanel (foto: François Guillot /Divulgação)

Por aqui, nem pensar em roupa de frio. Mas lá em Paris só se fala nas tendências para o inverno. Encerrada a semana de moda francesa, que apresenta as apostas de marcas internacionais para as mulheres, não resta dúvida de que a próxima temporada será de extrema elegância. Mangas chamativas, cinturas marcadas e babados estruturados (inclusive com linha de pesca) são algumas das propostas que aproximam o trabalho de vários estilistas que desfilaram na capital da França.

O desfile da Chanel continua a ser o mais aguardado de Paris. Desta vez, pelo motivo adicional de ter sido o último que Karl Lagerfeld assinou ao lado de Virginie Viard, oficialmente escolhida como sua sucessora. O público esperava homenagens na passarela, o que se confirmou logo no início, com um minuto de silêncio. Na sequência, ouviu-se a voz do estilista alemão falando, em francês, sobre a sua estreia na marca. Lá, ele trabalhou por 36 anos.

A cenografia sempre faz dos desfiles da Chanel um verdadeiro show, digno de muitos flashs e aplausos. Para apresentar a coleção de outono/inverno, a maison francesa transformou o Grand Palais em uma vila no alto da montanha, com direito a vários chalés e muita neve.

Já que o clima era de temperaturas negativas, a passarela se encheu de casacos pesados e compridos, alguns de lã e outros de tecidos esportivos acolchoados, além de botas com pelos. Looks total white faziam referência ao clima de nevasca. Destaque para saias de tule que mais pareciam flocos de neve. O tema da coleção foi reforçado com outros elementos como estampa de esquiadores em movimento, bolsa em formato de cabine de teleférico e grampo de cabelo no formato de neve.

A marca apostou em cintura marcada, calças mais largas e golas com volume. O clássico tailleur da Chanel ganhou versões modernas em azul e vermelho.

A coleção da Givenchy faz um passeio pelo que a estilista Clare Waight Keller chama de “inverno do Éden”, já que ela busca inspiração no mito da origem. O tema relacionado a Adão e Eva está presente em uma diversidade de estampas florais, que coloriram a passarela de forma elegante, e no uso discreto de pele de cobra. A britânica também destacou a influência da realeza, que tem se aproximado da marca através de Meghan Markle, desde o seu casamento com o príncipe Harry. No desfile, ela queria mostrar o momento em que a aristocracia se encontra com o universo urbano e cria um novo estilo.

As mangas deixam de ser um mero detalhe da roupa para ganhar protagonismo. Em alguns casacos, uma costura aparente dá um acabamento arredondado e cria um volume extra nos braços. Há também mangas estruturadas com enormes aberturas. Para não deixar dúvida sobre a sua proposta, a estilista combinou um vestido longo de gala com um bolero de tafetá formado por babados bem volumosos. Já as ombreiras ficam pontiagudas.

As golas, mais altas, também roubam a cena nesta coleção. Podemos até falar do blazer preto com a lapela cheia de brilhos, mas fascinantes mesmo são as golas dos vestidos floridos e plissados, que apontam para a moda japonesa. Keller desenvolveu babados estruturados com linha de pescar, criando curvas e um volume longe do óbvio. O mesmo efeito se repetiu nos punhos e nas barras, reforçando a sua intenção de conciliar geometria com suavidade.

“Beleza controversa”
Nicolas Ghesquière, da Louis Vuitton, teve a ideia de recriar dentro do Museu do Louvre a fachada do Centre Pompidou, com grades e tubos coloridos. Obviamente, não foi uma escolha aleatória. O estilista desenvolveu a coleção de outono/inverno observando, sem distinção, o estilo das pessoas que circulam pela galeria de arte moderna e contemporânea, de góticos a fashionistas. Logo, ele retrata na passarela um mundo de “diferentes tribos e múltiplas expressões”.

Com isso, fica difícil definir um estilo único para as roupas. É mais adequado, na verdade, destacar a intensa mistura, que chega a causar estranhamento, de texturas, cores, estampas e atitudes. A estética retrô não se intimida com uma visão futurista de Ghesquière. Um vestido de renda conversa bem com um blazer de alfaiataria, enquanto um vestido de lantejoulas com detalhes em couro ganha a companhia despretensiosa de uma jaqueta jeans. Entre as estampas, geométricos que lembram grafites, florais românticos e a onça colorida. O preto, muito presente, oscila entre rebeldia e elegância.

A marca seguiu o mood da temporada e abusou dos babados estruturados e da silhueta ajustada (no caso, com um cinto de fivela quadrada que promete se tornar um clássico). Além disso, recomenda-se ficar de olho em saias curtas em camadas, calças com zíperes que se multiplicam e se transformam em enfeites e quimonos que mais parecem colchas de retalhos e fazem as vezes de casaco.

Antes que alguém o acusasse de passar do ponto, o homem à frente da Louis Vuitton voltou a relacionar as roupas com o Centre Pompidou, que tem uma arquitetura reconhecidamente polêmica, e disse que a coleção tem uma “beleza controversa”. “O prédio foi muito criticado na época, mas se tornou central para Paris, para a cultura, para os jovens, para todos que amam o futuro”, pontuou Ghesquière, certo de que os seus looks, um tanto distantes da tradição da marca, serão compreendidos, cedo ou tarde. O estilista entendeu que, até mesmo o cliente de luxo, quer usar uma roupa que tenha personalidade.

A Hermès continua a traduzir em suas roupas o conceito de elegância francesa, que se moderniza, mas não deixa de ser atemporal, que pode ser considerada simples, mas nunca perde a qualidade. Nesta temporada, a estilista Nadège Vanhee-Cybulski partiu do “classicismo como uma maneira moderna de ver a vida” e explorou a alfaiataria em vários contextos.

AMAZONA A própria marca definiu a mulher da estação como uma amazona urbana. Na passarela, a clássica combinação de saia- lápis de couro na altura dos joelhos com camisa de seda estampada com mangas compridas. Aliás, o couro, que é a especialidade da casa, mostrou toda a sua versatilidade. Nadège trabalhou para transformá-lo em quase um tecido, por isso criou trançados e plissados surpreendentes. O material também apareceu em parcas e jaquetas que deixam o inverno verdadeiramente elegante.

Disposta a mostrar uma feminilidade forte, a estilista fez de tudo para valorizar a silhueta das mulheres. Além das saias-lápis bem ajustadas ao corpo, micro shorts que, para os padrões franceses, podem ser exageradamente curtos (eles estão no limite do bumbum). Amarelo e laranja deixam a coleção um pouco menos invernal. Há estampas relacionadas à montaria, com cavalos e fivelas, e outras inspiradas no primeiro lenço que Nadège viu da Hermès, que era da sua mãe.


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