Em uma cidade reconhecida pela moda, não poderia ser diferente. O carnaval de rua de Belo Horizonte não economiza em criatividade e estilo. As mulheres já não querem mais aquelas fantasias batidas de fada, índia ou sereia e apostam cada vez mais em roupas com brilho e cores vibrantes para criar o seu próprio look para a folia. Marcas carnavalescas da capital acompanham a tendência e desenvolvem peças que nem são chamadas de fantasia.
Uma das marcas de carnaval que fogem do rótulo de fantasia é a Dercy. A estilista Alice Corrêa prefere dizer que faz figurinos com inspiração carnavalesca. São peças com muitas cores, brilho e ousadia, mas sem uma temática definida. Para ela, isso vem de encontro ao desejo da foliã de mostrar a sua personalidade. “O ressurgimento do carnaval de rua de BH trouxe a vontade das pessoas de se produzirem de forma livre e espontânea, em vez de padronizar o estilo com fantasias prontas”, observa.
A proposta da Dercy não é montar o look completo, mas oferecer peças que possam ser combinadas como a cliente preferir.
A marca também inovou nesta coleção ao lançar peças únicas, como o microvestido de paetês em listras com babados na saia e nas mangas e o body com franjas que fazem as vezes da saia. “Aumentamos a parte de baixo para dar mais conforto às mulheres que ainda têm receio de sair só de body”, explica Alice. A meia arrastão com brilhos e cristais é outra opção para quem não quer mostrar muito o corpo. Ombreiras e tules estruturados dão volume às peças.
Comandada por três mulheres (mãe e filhas), a Viva Bossa se posiciona como uma marca de moda carnavalesca.
Para fugir do óbvio, a marca apresenta uma saia de macramê de fitas coloridas de cetim, que pode ser usada por cima de maiô ou de hot pant. Quimonos e boleros com mangas amplas e amarração na frente são opções de terceira peça para compor qualquer produção. O que não falta, desde a primeira coleção, é o hot short. “Ele virou a nossa marca registrada. Parece hot pant, mas não é cavado atrás”, informa. A peça desejo está disponível em seis cores brilhantes, paetês e estampa de escamas.
O carnaval está no DNA da Laiê, mas a marca sempre quis fazer roupas sem uso limitado.
Entre os lançamentos deste ano, destaque para a saia transparente de organza furta-cor e o body empina bumbum com recortes na lateral do corpo. “Utilizamos pela primeira vez um tecido holográfico que tem um brilho muito colorido e é super-resistente. É para cair na folia mesmo”, avisa Ana. Falando nisso, todos os tops, hot pants e bodies da Laiê são feitos com tecidos à prova de água e podem sair dos blocos de carnaval diretamente para a praia ou a piscina.
CRIATIVIDADE A busca por fantasias menos óbvias fez a estilista Carolina Azevedo, da Karola Store, enxergar um novo nicho de mercado. Há três anos, ela lança coleções de carnaval, mantendo o cuidado com design, acabamento e qualidade da matéria-prima. Dessa forma, desenvolve peças que duram muito tempo e podem ser usadas em ocasiões diferentes. “Percebo que as pessoas estão querendo exercer a criatividade.
As roupas, até então básicas, estão cada vez mais elaboradas. “Fomos por um caminho mais diferente e pesquisamos materiais diferenciados. Então, uso plumas, franjas, patches bordados e tecidos holográficos”, destaca. A aposta da Karola para este carnaval são os bodies que parecem ser uma junção de short e top. A parte de baixo é metalizada e a de cima tem tule com aplicações de abacaxi, concha, tucano ou coração. Até agora, a peça mais vendida é o body de paetês com plumas nos ombros.
Para os homens, uma alternativa às fantasias comuns são os ternos da linha happy da Cia do Terno. O conjunto não foi pensado especificamente para o carnaval, mas acabou fazendo sucesso entre os foliões. “Começamos a enxergar a possibilidade de deixar os ternos, normalmente associados a momentos formais, mais divertidos”, conta o sócio Bernardo Magalhães. Paletó, calça e gravata têm a mesma estampa. Atualmente, as opções são notas musicais, naipes de baralho e corujas.