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Carnaval nas cabeças

Estilistas de Belo Horizonte lançam coleções de acessórios específicas para foliões


postado em 17/02/2019 05:09

Ana Maria Paiva com body chain criado para o carnaval (foto: Piero Davila/divulgação)
Ana Maria Paiva com body chain criado para o carnaval (foto: Piero Davila/divulgação)



A movimentação em torno do carnaval da capital mineira tem exercitado a criatividade das estilistas que veem na maior festa popular brasileira a possibilidade de trabalharem livremente, “fora da caixinha”, usando e abusando de cores, brilhos, formas e materiais. Acompanhando o próprio ritmo e características do evento na cidade, onde a rua é o passaporte para a diversão e encontros, elas entraram no clima de foliões que fogem completamente do estereótipo “luxo” em detrimento da liberdade de montarem looks originais, com toque de humor e personalidade. Autoexpressão é a bandeira dessa turma animada.


Muitas vezes basta uma cabeça colorida ou um acessório extravagante para que eles entrem no espírito da festa. Esse é o pensamento de Ana Maria Paiva, diretora criativa da Benedita Acessórios, marca com dez anos de mercado, que abriu um espaço para as criações carnavalescas. Com formação em design de produto pela Uemg, a designer já trabalhou em outras labels como Mary Design, Cláudia Marisguia, Arte Sacra e Faven.


Para fugir do comum e arejar as ideias, sua fonte de inspiração são os festivais de músicas como Afropunk, Burning Man, Coachella e Lollapalooza. Os desfiles de alta costura também são alvo da investigação de Ana Maria, que, particularmente, se identifica com os das grifes Dolce e Gabanna e Balmain. O trabalho arrojado ganhou atenção de cantoras contemporâneas jovens de sucesso como Anitta e Ludmilla e suas concepções já estiveram presentes nos figurinos do balé da baiana Cláudia Leite e no da novela global O sétimo guardião.


Desde que Belo Horizonte começou a despontar como um novo endereço carnavalesco, com foco nos blocos de rua, ela detectou aí um nicho de mercado e começou a elaborar peças-desejo para atendê-lo. A demanda cresceu de seis anos para cá e ganhou linhas diversificadas divididas em temas específicos, sempre com o olhar fashion e sem perder de vista a liberdade de gênero e a irreverência. Por isto, não se assuste: na linha Neon, em que o grande mood são os anos 1980, as produções ganham telinhas, acetatos e fitas de cetim e os acessórios vão de brincos e laços extravagantes, típicos da época, até arcos com minipepecas e desenhos de vulvas, que reforçam o girl power.


Na série Universo, os astros guiam a inspiração. Sol, lua, estrelas cadentes, constelações, planetas – com ênfase em Saturno – surgem em prata e dourado aliados à técnica de festão, um crochê de arame coberto que fornece exclusividade às criações. Não faltam as flores: cada peça é construída,segundo Ana Maria, de forma única, com pétalas pintadas uma a uma, em um concepção completamente artesanal. A mistura de materiais aliada aos tons de dourado e prata, além de outras interferências de materiais, complementam o trabalho.


Na linha Piscininha, amor, predominam os brincos, casquetes e flores leves e coloridas, para quem não deseja se enfeitar de forma excessiva ou quer se jogar em blocos em que o uso do abadá é obrigatório. As novidades não param aí na Benedita Acessórios: Ana Maria investiu no body chain, colar que passa pelo pescoço, barriga e costas, em fios perolizados e dourados. Há óculos que substituem as máscaras, maxibrincos com plumas de pavão e fios de paetês, além das ombreiras Beyoncé, bem leves que, de acordo com a estilista, dão o ar de fantasia sem deixar o folião muito alegórico.
Quem entrou também no movimento carnavalesco foi a marca Seja Dercy, homenagem à comediante Dercy Gonçalves, cujas roupas criativas, que fogem de estereótipos, caíram no gosto dos descolados da cidade. Com ela, a Benedita criou uma linha collab, para incrementar as produções dos looks.

As mascaradas Claudinha Pimenta, bem conhecida no meio fashion da cidade, com passagens por várias empresas de moda, é outra que está explorando esse filão com a label Las mascaradas, em sociedade com a amiga Beth Simões. Vendendo os produtos pelo instagram e atendendo a encomendas, ela e a sócia têm varado madrugadas para criar peças exclusivas com tempero de carnaval. Os interessados podem ainda encontrá-las no Grande Hotel Ronaldo Fraga.


Este é o segundo ano que estão juntas nessa experiência divertida. “A gente pesquisa, mas trabalhamos mais na base da intuição, naquilo que achamos bonito ou interessante. Temos tido verdadeiras aventuras no centro da cidade para garimpar materiais, mas o bom é que as pessoas estão gostando”, ela conta. Mais importante, na sua opinião, é mesmo a possibilidade de criar sem amarras com total liberdade, o que não é possível como estilista nas marcas comerciais em que presta serviços. “Nós fazemos tudo. Compramos, criamos, costuramos, maquiamos a modelo, fizemos as fotos para o instagram, postamos, mas está sendo ótimo”, resume com humor.


Da primeira vez que se uniram em torno da proposta, a ideia era trabalhar com a reciclagem usando como matérias primas aquele brinco que perdeu o par, a pedra que soltou do anel, as contas de colares antigos. O conceito ainda permanece, mas agora avançou agregando plumas, penas, frutinhas de plástico, entre outros ornamentos.“O carnaval de Belo Horizonte está ficando sofisticado, cada vez mais procurado por gente de outros estados. Então estamos utilizando materiais mais nobres e caprichando na qualidade com acabamentos com rendas, sinhaninhas. O avesso e direito das peças se confundem”. A oferta são arcos, casquetes, máscaras.


Para além do carnaval, Claudinha e Beth estão pensando em continuar a história das cabeças. “A gente está criando uma marca , a Cereja del cake, que será voltada para acessórios para casamento, noivas, madrinhas, e cerimônias mais formais, com toque bem moderno, acrescida de bolsas e bijuterias. A Las Mascaradas será específica para carnaval. E, no futuro, será a vez da Tôchoquê, de roupas e lingeries picantes”, adianta animada.


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