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Criando fantasmas

Somos capazes de tornar insuportável o outro que durante um bom tempo ocupou lugar de destaque%u201D


postado em 17/02/2019 05:09

 

 

Há quem afirme que nosso pior inimigo somos nós mesmos, que não está nas mãos de mais ninguém, além das nossas próprias, o poder de nos fazermos ou não felizes, de procurar ou não o caminho mais adequado para chegar lá. Mas encarar esta realidade tem sido mais difícil que nos mantermos no ciclo vicioso da vítima, como se fossemos sempre produto daquilo que fazem de nós e não dos caminhos que escolhemos.


Pensemos na relação de muitos dos casais que conhecemos. Às vezes nos assustamos com notícias de separação que, a princípio, nada indicava. “Mas o que aconteceu? Houve traição? ”. O problema é que nem o próprio casal sabe responder precisamente. “A relação foi esfriando a ponto de percebermos que não tínhamos mais nada a ver”.


Uma análise mais ampla questiona se o que os uniu não foi suficiente para mantê-los juntos. Sim, é possível. A paixão deixa o casal num nível de euforia que impede a percepção real do parceiro ou da parceira, por isto é tão bom quando se permitem namorar, viver crises, aprofundar no conhecimento um do outro, “comer um coxo de sal juntos” antes de decidir compartilhar mais do que experiências.


Depois de vencer todas estas provas, muitas delas difíceis, é natural decidir-se por morar juntos, mas passam os anos e a relação não apenas esfria como surgem conflitos pequenos, num primeiro momento, mas que podem se tornar motivos reais de separação.


Quantas vezes ouvimos queixas de mulheres cujos maridos olham com desconfiança quando decidem ir para o bar com as amigas para colocar a conversa em dia ou do marido que reclama porque ela o obriga a passar o domingo na casa da sogra atrapalhando o futebol. São exemplos tolos, mas, como eles, são tantos os que infiltram nos relacionamentos e minam toda a energia necessária para manter a união saudável e produtiva.


Somos capazes de ser nosso pior inimigo simplesmente porque queremos ter razão em nossas desconfianças, por mais que elas nos tragam sofrimento. Somos capazes de tornar insuportável o outro que durante um bom tempo ocupou lugar de destaque, somos capazes de transformar nossa outrora deliciosa convivência em martírio, muitas vezes sem mudar as atividades que desempenhamos e que amávamos.


Às vezes o que ele mais gosta no futebol é de gritar, xingar para extravasar toda a tensão que, do contrário, jogará sobre aqueles a quem ama e o que ela mais gosta na mesa das amigas é de lembrar o quanto a vida pode ser leve quando se descomplica. Preferimos acreditar que o outro não mais nos ama e nos esquecemos que a semana é feita de sete dias e de muitos mais momentos que aqueles aos quais qualificamos como sendo os mais importantes.


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