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Escolhas

Nem sempre estamos dispostos a enfrentar desafios


postado em 20/01/2019 05:08

João, num momento de enorme dúvida sobre qual caminho escolher a seguir, entrou em seu Opala e pegou a estrada. De Belo Horizonte a Montes Claros, naquela época de rodovias ainda mais perigosas e inseguras, a viagem demorava mais de oito horas. Mas era preciso conversar com o amigo que lhe servia tão bem nestas horas, alguém que sabia ouvir e sabia melhor ainda falar. Falava pouco, mas o suficiente para orientar, sem nunca determinar qual decisão seria melhor. E, de fato, essa escolha ninguém pode fazer por nós.


Ao chegar, o amigo admirado com a surpresa tão repentina foi logo perguntando. “O que o traz aqui por estas bandas? ” João contou-lhe que há alguns meses estremecera seu relacionamento com a namorada com quem estava há sete anos. Já tinham comprado geladeira e fogão para montar a futura casa, então casamento já fazia parte dos planos. Faltava só a cama.


O problema era uma moça que ele conhecera e com quem já estava envolvido, de certa forma. Antes que o remorso e peso na consciência por manter dois relacionamentos afetivos tomassem conta de João, foi a mudança da segunda moça que o obrigara a tomar uma decisão. “Ela está partindo para a Europa onde fará uma especialização de quase um ano. O que faço agora? ”O amigo lhe respondera apenas com uma frase feita, de efeito. “Você só consegue fazer alguém feliz, se está feliz”. Pronto. João andara tanto, quase 450 km, para ouvir o que precisava, apesar de parecer tão óbvia essa filosofia. De volta a Belo Horizonte, se despediu da antiga namorada, abriu mão dos eletrodomésticos e de todos os planos que estavam prestes a serem colocados em prática. Pegou férias no serviço, vendeu o Opala e partiu para a Europa sem saber como seria recebido ao chegar lá.


Dois anos depois já estava casado, de casa montada, disposto até a ter filhos que logo começaram a vir. Hoje lembra dessa história com carinho e sempre que tem notícias da ex-namorada se sente aliviado. Isto porque soube que ela está bem, tanto profissionalmente quanto emocionalmente, pelo ao menos é o que dizem. “Sempre desejei que ela fosse muito feliz, construísse sua vida sem mim”, diz ele.


De uma maneira geral, sabemos muito bem o que devemos fazer para construir nossos caminhos de maneira sustentável a nós mesmos e aos outros. Temos ideias, conhecemos as estratégias e sabemos quais atitudes a tomar de forma a viabilizar nossa felicidade, o que vai determinar a forma com que nos relacionamos com todos ao nosso entorno. Procurar e dividir com os amigos ou outras formas de apoio é apenas uma maneira de nos sentirmos mais seguros em nossas decisões. O problema é que nem sempre estamos dispostos a enfrentar os desafios e a pagar o preço necessário para chegarmos lá.


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