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Líder na melhor idade

Maior empresa de aviação executiva da América Latina comemora 60 anos com sangue jovem


postado em 11/11/2018 05:05



Orgulho de Minas Gerais? Sim, mas é muito mais que isso, a Lider Aviação é orgulho do país. A maior empresa do ramo de aviação executiva da América Latina começou pequena, do sonho de um jovem piloto, que nunca desistiu diante de nenhum obstáculo. O comandante José Afonso Assumpção construiu com competência uma empresa sólida que sempre teve como valor e princípio dois pontos: inovação e segurança. Apesar de ser uma empresa familiar, é totalmente profissionalizada e a prova disso é que apenas um membro da família Assumpção atua na área executiva, a jovem Bruna Assumpção Strambi, que quando fala da empresa não consegue esconder o brilho nos olhos, a empolgação no tom da conversa e a paixão pelo negócio. Amanhã, os 60 anos serão comemorados com a apresentação do Cirque de la Symphonie, na Sala Minas Gerais, da Filarmônica.

 

Como começou a Líder Aviação?
Com o meu avô, o comandante José Afonso Assumpção, fazendo voos fretados, ele mesmo pilotando as aeronaves. E foi crescendo ao longo dos anos. Chamava-se Líder Táxi Aéreo e hoje temos cinco unidades de negócio: fretamento e gerenciamento – que é o táxi aéreo em si, o gerenciamento de aeronaves de terceiros –; Manutenção de aeronaves; Atendimento aeroportuário (atendimento de solo) – temos 24 bases espalhadas pelo Brasil, em 14 localidades, temos hangares próprios e fazemos todo o atendimento em solo para os passageiros; venda de aeronaves – representamos a Honda Jet, que são jatos supermodernos e já vamos começar a operar com um em nossa frota, e trabalhamos com todo o mercado seminovo no mundo inteiro, área bem antiga na Líder, já vendemos mais de 900 aeronaves ao longo desses 60 anos e a última unidade – que hoje é a maior na empresa – é a operação de helicópteros, temos contratos com grandes empresas como a Petrobras, Shell, Statoil, Chevron, porque levamos as pessoas às plataformas. Atendemos a esse perfil específico. Muita gente nem sabe que prestamos esse serviço porque é muito focado no mercado de oil&gas. Das 65 aeronaves que temos na frota, 20 são para fretamento e gerenciamento e as outras 45 são voltadas para o offshore.

Mais algum outro negócio complementar?
Sim, fora as unidades de negócio, temos outros serviços como uma corretora de seguros aeronáuticos, uma empresa de reparo de pás de helicópteros – a CTBrasil,  uma joint venture com uma estrangeira e atuamos em Jacarepaguá, e temos outra joint venture com uma empresa chamada CAE de simuladores de voos.

Vocês possuem simuladores de voos aqui para treinamentos?
Trouxemos três simuladores de voos para o Brasil. Temos três simuladores de helicópteros, que nos atendem na nossa frota própria, um S92 Sicorsc, o 76 e AW139. É bem específico. Servem para o treinamento dos pilotos. Fazemos isso aqui desde antes de ser exigido pela Anac. Sempre mandamos nossos tripulantes para o exterior para fazerem simuladores de voos, porque nos simuladores – isso de toda nossa frota, inclusive e principalmente do fretamento –, eles conseguem testar situações que não podem fazer em um voo normal como por exemplo, pouso em gelo, situações completamente emergenciais. Ali eles conseguem ampliar uma capacidade de solução de problemas e vivência do dia a dia muito maior do que em um treinamento em aeronave própria. É um custo altíssimo, mas não abrimos mão disso.

Qual o ranking da empresa hoje?
Somos a maior empresa do setor na América Latina, e com o crescimento e ampliação de negócios passamos a chamar Líder Aviação.

 

Há quanto tempo está trabalhando na empresa?
Na Líder estou desde 2010, mas trabalho para o comandante José Afonso desde 2004. Comecei em um empreendimento que era dele, o shopping Pátio Savassi. Fiquei três anos sob a gestão dele e dois anos com a Multiplan. Depois disso ele me convidou para vir para a Líder, e eu aceitei.

Em qual área você começou?
Em uma das unidades de negócio, o fretamento e gerenciamento de aeronaves. Hoje, tomo conta de duas unidades das cinco que a empresa atua. Sou superintendente de manutenção, fretamento e gerenciamento de aeronaves da Líder Aviação, então cuido da manutenção da frota da empresa e de terceiros, do fretamento e gerenciamento das aeronaves de terceiros, que é a administração desses aviões, a gestão dessas operações.

Manutenção é um dos itens mais importantes no negócio de vocês. Como é ser responsável por esse setor?
Esta área surgiu de uma necessidade lá atrás, no início do negócio, da área de fretamento, para suprir a frota. Desde então prestamos serviço de manutenção para a nossa frota e para terceiros. Não sou técnica no assunto, minha parte é a gestão e a estratégia do setor, por isso não preciso, necessariamente da formação técnica. Para isso, conto com uma equipe muito capacitada. Abaixo de mim um diretor da aérea que é engenheiro, e toda a equipe é muito capacitada. Aos poucos, claro, a gente acaba aprendendo um pouco. Trata-se de uma área complexa porque dependemos de vários setores e vários elos dessa cadeia para que tudo seja de acordo com o planejado, mas tenho aprendido bastante. Não é nenhum, bicho de sete cabeças, porque a manutenção do avião está toda no manual. Tudo o que deve ser feito, tudo que a gente mexe, tudo o que abrimos e colocamos a mão está descrito no manual. Cada pecinha tem um partnumber, é tudo muito bem descrito, se seguirmos à risca tudo aquilo, não tem como errar. Aqui nós respiramos segurança. Para nós, segurança não é prioridade, porque as prioridades mudam, para nós é realmente um princípio, um valor da empresa. Seguimos estritamente o manual e temos pessoas extremamente capazes e treinadas em todos os programas de segurança que envolvem não apenas a manutenção, mas todas as áreas da empresa. Eu até brinco quando falo que eu respondo por tudo isso, civil e criminalmente, inclusive pela área da manutenção e do fretamento, e durmo muito bem, obrigada (risos). O coração da empresa está na manutenção. Não importa a idade da aeronave, mas como ela é mantida, sua manutenção.

Realmente vocês cuidam da segurança em todas as áreas...
Sim, muitos programas de segurança que hoje são exigência da Anac já fazíamos há muitos anos. Sempre fizemos teste de álcool e droga em todos os colaboradores, inclusive os de escritório. Temos uma equipe de segurança muito grande, nossa gestão é toda voltada para essa questão. Por isso durmo muito tranquila, porque tudo está muito bem procedimentado, muito bem-estruturado, em qualquer uma das unidades de negócio.

E os certificados?
Muito bom tocar neste assunto. Acabamos de receber uma auditoria que chama IS-Bao, é um certificado de qualidade internacional de fretamento executivo, comprovando a excelência dos serviços. É uma auditoria internacional que reconhece os taxis aéreos e a gestão como um operador seguro, e existem inúmeros critérios. Fomos a primeira empresa de táxi aéreo da América Latina a ter o IS-Bao. Depois, fomos a primeira a nos certificar com o nível 2 e acabamos de receber uma auditoria e fomos indicados para o nível 3, que é o nível máximo. Recebemos também o Wyvern Wingman, certificação referente à melhoria contínua da segurança da aviação; e o Bars, programa estabelecido para aumentar a segurança das operações áreas das empresas de táxi aéreo e, também, das operações privadas.

A que você credita este reconhecimento?
Ao nosso pioneirismo, que vem desde lá de trás, faz parte do DNA da empresa. Meu avô – que hoje é o presidente do conselho – foi assim, foi o primeiro a trazer o jato executivo para o Brasil. Para ele, os obstáculos nunca foram empecilho. Tudo o que ele sempre quis fazer pela ela empresa ele fez. E isso continua muito ativo aqui dentro. Queremos sempre ter esse pioneirismo, lançar o que é novo, fazer melhor.

A paixão e o amor do seu avô pela empresa contaminaram e contagiaram a família?
A família sente muito orgulho da empresa porque ela parte do nosso avô e é o legado que ele vai deixar aí, e a nossa função e nosso objetivo são perenizar tudo isso que ele construiu, porque é muito grandioso. A empresa, apesar de familiar, é muito profissionalizada. Então, sempre admiramos muito, mas o comandante sempre soube separar muito bem empresa da família. O orgulho é geral, somos grandes admiradores. Só para ter uma ideia, eu só vim para cá depois de ter pedido uma oportunidade para ele, em um outro empreendimento. E quando eu fui pedir um estágio no Pátio ele negou. Tornei a pedir explicando que era apenas um estágio, não era na Líder, era outra empresa, ele negou novamente. Na terceira tentativa, ele viu que eu realmente queria muito, resolveu me dar a oportunidade e disse “eu vou te dar a oportunidade, mas não acho que estou fazendo uma coisa boa para você”. Eu disse que provaria o contrário.

Atuou no Pátio Savassi em qual área?
Comecei como estagiária, fui para o contas a pagar, aí fui para o marketing, depois coordenadora de marketing, analista de mix e por aí foi. Meu avô é muito duro, porque tem receio de que não dê certo. É muito exigente, mas eu entendo. Neste período ele me testava o tempo todo. E parece que eu também tinha que provar algo para todo mundo. Para os outros, que eu não estava lá por ser neta; para ele, para mostrar que o voto de confiança que ele depositou em mim valeu; e para a família que não está lá. São vários públicos e muitos olhares. Hoje eu vejo como foi importante tudo isso que o meu avô fez por mim. Agradeço tudo, porque foi uma oportunidade de crescimento muito grande. E depois desse período ele me convidar para vir para a Líder foi uma quebra de tabu.

Quem da família está na empresa?
Eu na área executiva; minha tia Jacqueline, que cuida da governança familiar e é do conselho. O Cláudio, filho da Jacqueline, assumiu a diretoria da Unidade de Operação de Helicópteros (UH), ficou um tempo, mas resolveu, recentemente, seguir outro caminho e saiu para se tornar empreendedor. E tem o meu irmão Geraldo que é piloto de helicópteros, e fica embarcado na UH, e trabalha por quinzena. Meu avô sempre se preocupou muito com essa questão família-empresa. Hoje, toda terceira geração participa de programas como Jovens líderes, onde trazemos mais para perto todas as pessoas que não estão no dia a dia da empresa para conhecer e ter acesso à empresa, com várias dinâmicas. É muito aberto para todo mundo e todos muito conscientes da importância do papel de cada um, não necessariamente na área executiva. Essa maturidade vem do pioneirismo do meu avô, que sempre presou pela profissionalização da empresa. E assim fizemos, desde sempre.

Quando ele deixou a presidência executiva?
Em 1998, quando passou o bastão para o Eduardo Vaz, que é homem formidável, excelente profissional, brilhante. Tem toda a confiança do meu avô e da família. E os profissionais que estão aqui são pessoas com muito talento.

Como se comportou esse mercado durante a crise econômica do país?
Costumo falar que somos um ótimo termômetro da economia. O mercado da aviação executiva é bastante sensível, quando a economia dá uma abalada a gente sente em primeiro lugar, porque as pessoas utilizam outros meios de transporte. Nosso foco é muito empresarial. As pessoas associam a aviação executiva ao luxo, sim, se você partir do pressuposto de que o luxo é o tempo. São as empresas, os grandes executivos e empresários que precisam cumprir compromissos e não podem esperar tanto tempo em aeroportos. O tempo é uma ferramenta bastante valiosa nos dias de hoje. Somos um termômetro, quando a economia balança sentimos muito, mas como bons mineiros, fizemos nosso dever de casa muito benfeito, nos preparamos muito bem para atravessar este período. O Eduardo à frente da empresa tomou as melhores decisões, venda de alguns ativos, diminuição da dívida líquida, caixa alto. Estamos muito saudáveis e assim foi este período de crise, mas um período muito consciente. Diante do mercado estamos muito bem posicionados.

Sentiram uma melhora este ano?
Este ano já sentimos a retomada, muito pelo fretamento. Para a UH é um público muito diferente, é muito específico e depende da demanda dessas empresas, mas temos voado bem. O início do ano é período de férias e por isso nunca é tão bom, já sabíamos, mas de março a maio foram meses excepcionais. No finalzinho de maio, com a greve dos caminhoneiros, deu uma caída, e depois da Copa do Mundo houve uma retomada. Ano de eleições é um bom ano para a empresa, em função da necessidade de economia de tempo. Passamos bem pela crise e nos mantivemos saudáveis.

Qual a expectativa diante do novo governo que virá?
Em qualquer situação a alternância de poder é saudável para qualquer país. Foi muito boa essa mudança. Pelo que sentimos, dos próprios clientes, há uma animação como não víamos há muito tempo, porque estava tudo muito estagnado, não tinha perspectiva de melhora, muita corrupção em jogo... O mercado está mais aquecido e estamos extremamente otimistas.

Quais as novidades para os 60 anos da empresa?
Continuar inovando. Estamos renovando a frota, lançando um novo site, um aplicativo com uma tecnologia que permite ao usuário fretar voos e realizar todo o processo de compra por meio do smart phone, verificar e adquirir oportunidades de empty legs, criado para as plataformas iOS (Apple) e Android. Queremos oferecer comodidade, praticidade e agilidade para nossos clientes. O luxo não é o tempo? Por isso temos que proporcionar aos clientes uma economia de tempo em todos os processos. Pelo aplicativo será possível fretar aeronaves, escolher trecho, o modelo da aeronave, a comissaria e finalizar o processo por meio do cartão de crédito, efetuando a reserva do voo. O aplicativo é capaz de monitorar, em tempo real, a localização e a disponibilidade da frota. Outra novidade será a compra de empty legs, voos de oportunidade. Por exemplo, se tem um avião que terminou um voo em determinado local e precisamos voltar com este voo, vamos ofertá-lo ao mercado de uma forma mais barata. Mas temos também oferta de aeronaves, possibilidade de orçamento para manutenção, etc.



 


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