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Estado de Minas TURISMO

Natureza preservada em base comunitária atrai visitantes

Instituto de Arte Contemporânea e Jardim Botânico Inhotim reúne quase cinco mil espécies vivas e investe no turismo sustentável em Brumadinho


postado em 30/05/2012 11:10 / atualizado em 01/06/2012 13:35

No viveiro com 25 mil mudas de espécies ameaçadas da fauna brasileira, crianças aprendem sobre temas ligados à Rio 20(foto: Daniela Paoliello/Inhotim)
No viveiro com 25 mil mudas de espécies ameaçadas da fauna brasileira, crianças aprendem sobre temas ligados à Rio 20 (foto: Daniela Paoliello/Inhotim)
Natureza atrai turistas, poluição não atrai ninguém. De acordo com a ONU, manter o patrimônio natural garante aos países, estados e cidades participação em um mercado que movimenta 5% do PIB mundial e emprega 8% da população do planeta. O relatório das Nações Unidas estima ainda que um terço dos viajantes estariam dispostos a pagar até 40% a mais por formas de turismo ecologicamente corretas.

Um dos 40 destinos imperdíveis do mundo, segundo a revista americana Wallpaper, o Instituto de Arte Contemporânea e Jardim Botânico Inhotim, em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte, reúne quase cinco mil espécies vivas, entre elas 1.400 tipos de palmeiras – uma das maiores coleções do planeta. O Instituto mantém um viveiro com 25 mil mudas de espécies nativas, onde são realizadas pesquisas com foco em espécies ameaçadas da mata atlântica e cerrado.

Segundo Joaquim de Araújo Silva, diretor de Botânica e Meio Ambiente do Inhotim, a ideia de sustentabilidade é um conceito transversal, com projetos na área social, econômica e de meio ambiente. Mas boa parte da indústria do turismo ainda não adota práticas verdes - um cruzeiro de grande porte gera, por dia, 200 mil litros de esgoto, segundo estimativas da ONG americana Oceana. De acordo com Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), o transporte marítimo responde por 20% da poluição marinha causada por despejo de lixo e o fluxo de turistas responde por 5% das emissões de gases poluentes no mundo. De olho nisso, o Inhotim está desenvolvendo uma calculadora digital de consumo de carbono, para medir as emissões de gases de efeito estufa dos visitantes durante o traslado até o museu. As emissões serão compensadas com reflorestamento e recuperação de áreas degradadas.

O instituto mantém 50 colaboradores em programas de educação ligados ao meio ambiente e projetos como o Jovem Agente Ambiental, que forma multiplicadores de práticas sustentáveis, envolvendo a comunidade do entorno, em Brumadinho. As ações de inclusão e cidadania abrangem incentivo a atividades de artesanato e um programa de desenvolvimento do turismo local, aprimorando o serviço de restaurantes e pousadas. O grupo é formado por cerca de 50 pequenos empresários da região.

Segundo a diretora executiva, Roseni Sena, a infraestrutura dos municípios do entorno, sobretudo no que diz respeito à coleta seletiva e ao reaproveitamento do lixo, caracteriza o principal obstáculo à ampliação das práticas de turismo sustentável. “São problemas típicos de pequenas cidades com poucos investimentos em questões básicas como saneamento, manejo de lixo, saúde. Outro obstáculo ambiental importante diz respeito ao cultivo agrícola, com o uso intensivo de agrotóxicos em pequenas propriedades rurais, características da região”, relata a diretora. As ações de preservação e compensação realizadas parecem contribuir para aumentar o interesse do público. Em 2011, cerca de 300 mil visitantes estiveram no Inhotim e a expectativa de crescimento para 2012 é de 40%.

Projetos sociais no Inhotim ensinam práticas de preservação ambiental e conservam espécies ameaçadas da mata atlântica e cerrado(foto: Daniela Paoliello/Inhotim)
Projetos sociais no Inhotim ensinam práticas de preservação ambiental e conservam espécies ameaçadas da mata atlântica e cerrado (foto: Daniela Paoliello/Inhotim)

Reflexão sustentável

Para alterar esse quadro, contando com as futuras gerações, o Inhotim desenvolve o programa educacional, que contabiliza mais de 50 mil alunos da rede pública. Além disso foi firmado um convênio com o Ministério do Meio Ambiente, por meio do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima (Fundo Clima), que propõe avaliar os efeitos da mudança climática sobre as espécies vegetais. O Instituto encaminhou ao ministério um conjunto de propostas para estudos de ações efetivas de propagação de espécies e reflorestamento dos biomas de Mata Atlântica e Cerrado, na perspectiva das demandas geradas pelo novo Código Florestal.

Com foco na Rio+20, foi desenvolvido um trabalho de conscientização do público interno, formado por mais de 1000 colaboradores. No mês de maio, um quiz difundido nas redes sociais testou o conhecimento dos visitantes sobre questões relacionadas à temática da conferência, como clima, economia verde e biodiversidade. Mais de 3.500 internautas responderam às perguntas e o relatório será entregue à ministra do Meio Ambiente, Isabella Teixeira.

Os principais pilares de debates da conferência serão ainda tema da Semana do Meio Ambiente do Instituto, entre 3 e 10 de junho. “Nossos pesquisadores, atentos à Rio + 20, estão preparados para amplificar os resultados da conferência em forma de debates e atividades que abraçam todos os públicos relacionados ao Instituto Inhotim. A ideia é proporcionar ao visitante uma experiência de reflexão sustentável ”, explica Ronald Sclavi, Diretor de Comunicação do centro de arte e jardim botânico.
 
Saiba mais sobre a Semana do Meio Ambiente no Inhotim: https://www.inhotim.org.br/


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