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Estado de Minas CONFERÊNCIA DA ONU

Contagem regressiva

Grupos de discussões, ONGs, autoridades governamentais e outras representações se reúnem a partir de quarta-feira para encontro mais esperado do ano


postado em 10/06/2012 06:00 / atualizado em 07/06/2012 12:51

(foto: Carlos Moraes/O Dia)
(foto: Carlos Moraes/O Dia)
Os olhares do mundo já estão voltados para a cidade do Rio de Janeiro. Dentro de três dias, começa a Rio+20, a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, que será realizada na mesma cidade exatamente 20 anos depois da Rio92. A cidade pode ser a mesma, mas as realidades são muito diferentes. A conferência deste ano terá dois temas principais. Um será o da economia verde, o outro o da governança ambiental global.

Diferentemente de 92, este ano não há previsão da assinatura de convenções sobre os temas da agenda ambiental, como as que foram firmadas há 20 anos sobre clima, biodiversidade e desertificação. O que se espera é que a Rio+20 produza uma agenda de ações para a implementação da economia verde, que seria a junção do desenvolvimento sustentável com as políticas de inclusão social, na linha do que vem defendendo o governo brasileiro.

A Rio+20 oficial ocorrerá em três momentos. O primeiro será entre os dias 13 e 16, quando os representantes dos governos se reunirão para fazer os acertos finais nos documentos que serão levados à discussão de cúpula, que reunirá chefes de Estado e de governo, entre os dias 20 e 22 de junho, encerrando o evento. Ambos serão no Riocentro. São organizados pela ONU e pelo governo brasileiro.

Entre os dias 16 e 19, a conferência oficial abre espaço para o evento Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável, uma promoção do governo brasileiro. Na pauta está a discussão de temas como o desenvolvimento sustentável para o combate à pobreza; o desenvolvimento sustentável com resposta para crises econômicas e financeiras; desemprego, trabalho digno e migrações; o desenvolvimento econômico sustentável, incluindo padrões de sustentabilidade para a produção e o consumo; florestas; produção de alimentos e segurança alimentar; energia sustentável para todos; cidades sustentáveis e oceanos.

Paralelamente à conferência oficial ocorrerá uma série de ações, das quais uma das mais importantes é a Cúpula dos Povos, evento da sociedade civil que ocorrerá no Parque do Flamengo. Considerada um contraponto à convenção dos chefes de Estado, ela tem três objetivos principais. O primeiro é o de “denunciar as causas estruturais das crises, as falsas soluções e as novas formas de reprodução do capital”; o segundo eixo visa buscar novas soluções para os problemas existentes; o terceiro é o de estimular ONGs e organizações sociais e buscar novos caminhos para a “luta anticapitalista pós-Rio+20”.

Além da Cúpula dos Povos, a agenda não oficial da Rio+20 tem vários outros eventos entre os dias 13 e 22. Entre eles estão o da Confederação Nacional da Indústria (CNI), no dia 14, e o do Centro Internacional de Direito Ambiental Comparado, do dia 15 ao dia 17.

Os sete temas críticos da Rio+20

Emprego
A recessão econômica afetou a quantidade e a qualidade dos empregos. Para os 190 milhões de desempregados e para mais de 500 milhões que estão à procura de emprego nos próximos 10 anos, os mercados de trabalho são vitais não só para a produção e geração de riqueza, mas também para a sua distribuição. Ação econômica e políticas sociais para criar trabalho remunerado são fundamentais para a coesão e estabilidade sociais. É também crucial que o trabalho seja orientado para as necessidades do ambiente natural. “Empregos verdes” são ocupações na agricultura, indústria, serviços e administração que contribuem para a preservação ou restauração da qualidade do meio ambiente.

Energia
Um ponto central para quase todos os grandes desafios e oportunidades que o mundo enfrenta hoje é a energia. Seja para trabalho, segurança, mudança climática, produção alimentar ou aumento da renda, o acesso à energia é essencial a todos. Energia sustentável é necessária para fortalecer economias, proteger ecossistemas e alcançar a equidade. O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, está liderando o movimento Energia Sustentável para Todos para garantir o acesso universal a serviços energéticos modernos, melhorar a eficiência e aumentar o uso de fontes renováveis.

Cidades
Elas são centros para ideias, comércio, cultura, ciência, produtividade, desenvolvimento social e muito mais. Permitir que as pessoas avancem social e economicamente está entre as melhores coisas das cidades. No entanto, muitos desafios existem para mantê-las de forma que continuem a criar empregos e prosperidade, sem exaurir terras e recursos. Desafios comuns das cidades incluem congestionamentos; falta de recursos para fornecer serviços básicos; falta de moradia adequada; e infraestrutura em declínio. Os desafios enfrentados por elas podem ser superados de uma forma que lhes permitam continuar a prosperar e a crescer, melhorando a utilização dos recursos e reduzindo a poluição e a pobreza.

Alimentação
É hora de repensar a forma como cultivamos, compartilhamos e consumimos os nossos alimentos. Se feitos corretamente, a agricultura, a silvicultura e a pesca podem proporcionar alimentos nutritivos para todos e gerar rendas decentes, apoiando, ao mesmo tempo, o desenvolvimento rural
centrado nas pessoas e a proteção ao meio ambiente. Mas, agora, nossos solos, água doce, oceanos, florestas e biodiversidade estão sendo rapidamente degradados. A mudança climática está colocando ainda mais pressão sobre os recursos dos quais dependemos. Uma mudança profunda no sistema alimentar e na agricultura mundial é necessária, se quisermos alimentar os atuais 925 milhões de famintos e os 2 bilhões de pessoas esperados até 2050.

Oceanos
Sua temperatura, química, correntes e vida impulsionam sistemas globais que tornam a Terra habitável para a humanidade. Nossa água da chuva, água potável, tempo, clima, litorais, grande parte da nossa alimentação e até mesmo o oxigênio do ar que respiramos são, em última análise, todos fornecidos e regulados pelo mar. Ao longo da história, oceanos e mares têm sido canais vitais para o comércio e transporte. A gestão cuidadosa desse recurso
global essencial é uma característica-chave de um futuro sustentável.

Catástrofes naturais
Causadas por terremotos, inundações, secas, furacões, tsunamis e outros, as catástrofes podem ter impactos devastadores sobre as pessoas, ambientes e economias. Mas a resiliência – a capacidade de pessoas e lugares de resistir a esses impactos e se recuperar rapidamente – continua a ser possível. Escolhas inteligentes ajudam-nos a nos recuperarmos de desastres, enquanto más escolhas nos tornam mais vulneráveis. Elas estão relacionadas a como cultivamos a nossa comida, onde e como construímos nossas casas, como funciona o nosso sistema financeiro, o que ensinamos nas escolas e muito mais. Com um ritmo acelerado de desastres naturais, acarretando uma perda maior de vidas e propriedades, e um maior grau de concentração de assentamentos humanos, um futuro promissor significa planejar com boa antecedência e ficar alerta.

Água limpa e acessível
Parte essencial do mundo em que queremos viver, a água tem de limpa e acessível a todos. Há água doce suficiente no planeta para realizar esse sonho. Mas, devido à crise econômica ou infraestrutura deficiente, todos os anos, milhões de pessoas, a maioria delas crianças, morrem de doenças associadas à falta d’água, esgotamento sanitário e de higiene. Escassez e má qualidade da água e saneamento inadequado impactam negativamente a segurança alimentar, as escolhas de subsistência e as oportunidades educacionais para as famílias pobres em todo o planeta. A seca atinge alguns dos países mais pobres do mundo, agravando a fome e a desnutrição. Até 2050, pelo menos uma em cada quatro pessoas provavelmente viverá em um país afetado por escassez crônica ou recorrente de água potável.

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