Brasília – O arquiteto, o comunista, o artista, o compositor, o revolucionário: todas as vertentes de Oscar Niemeyer foram lembradas pelos cidadãos e por autoridades que participaram ontem de seu velório. Carregando fotos ou cartazes nas mãos ou em um respeitoso silêncio, todos exaltavam a importância do responsável pelos grandes monumentos não só na capital federal, mas em todo o país. No caixão, Niemeyer estava vestido com uma camisa listrada e um paletó com uma grande abotoadura. Mas a última imagem que ficará para os que participaram do velório não será essa. Os admiradores de Oscar e aqueles que conviveram com ele vão se recordar para sempre de sua mente criativa, de seus ideais de igualdade e de sua obra genial.
O ministro da Defesa, Celso Amorim, lamentou não ter convivido mais com Niemeyer depois de conhecê-lo no metrô de Londres, no final da década de 1960, quando trabalhava na capital inglesa. O ministro qualificou o arquiteto como “parte essencial do panteão dos heróis nacionais”. “Ele é uma unanimidade nacional”, disse.
O senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) lembrou da preferência política de Niemeyer para reverenciá-lo. “Foi um homem de muitos exemplos, coerente com seus ideais socialistas, homem que amou a humanidade e o seu país”, pontuou.
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O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) afirmou que trabalhar no Congresso Nacional é um grande privilégio. “Posso apreciar as obras maravilhosas que Oscar Niemeyer deixou. E não apenas aqui, também em São Paulo, minha cidade, com obras como o Copan e o Memorial da América Latina”.
Também compareceram à cerimônia a ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão, Miriam Belchior; o ministro do STF Gilmar Mendes; o ministro das Cidades, Aguinaldo Pereira; o ministro da Educação, Aloizio Mercadante; o governador da Bahia, Jaques Wagner; o prefeito eleito de São Paulo, Fernando Haddad; o senador Cristovam Buarque (PDT-DF); e o ex-governador do Distrito Federal Joaquim Roriz..