Uma visita na sua casa. A criança ensaia uma aproximação com o gato e a mãe solta: “Cuidado, gato é traiçoeiro”. Pronto, comprou briga. Se a relação com os felinos tem uma coleção de mitos, eis a mais clichê delas e capaz de tirar do sério quem convive com o bichano. “É um animal extremamente carinhoso, companheiro que espera na porta de casa, gosta de entrar no banheiro com o dono. Não tem absolutamente nada de verdade no que falam”, garante a veterinária Tathiana Mourão dos Anjos, da clínica especializada em felinos Mia Vida.
Se os gatos são cercados por inverdades, elas foram formuladas historicamente. Como Tathiana conta, ainda na Idade Média, as mulheres consideradas bruxas foram caçadas. Elas eram, na realidade, cidadãs comuns, que não se rendiam aos dogmas da Igreja.
As ideias equivocadas sobre o comportamento da espécie são fruto da natureza independente. Eles são mesmos acostumados a se virar sozinhos. Esse perfil tem, inclusive, aumentado o número de pessoas que escolhem ter um felino. “Existem pesquisas que garantem que em 2022 a população doméstica felina será maior do que a canina”, informa Tathiana Mourão.
Ser independente, no entanto, não significa comportamento hostil.
REAÇÃO NORMAL Assim como ocorre com os cães, há diferenças de raças. maine coon e norueguês da floresta, por exemplo, são mais dóceis. Aqueles mais reservados são, sim, temperamentais com crianças que fazem a linha Felícia e gostam de ficar pegando, apertando.
Os gatos ronronam, ou seja, quando estão felizes, fazem um barulho que parece um motorzinho ligado. Graças a esse comportamento carinhoso, tem gente que acha que é transmissor de asma. Tathiana Mourão garante que não tem nada a ver.