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Estado de Minas MINAS+VIVA

Primeiro dia do evento resgata legado da Rio+20 e apresenta contribuições mineiras

Secretária de articulação do Ministério do Meio Ambiente chama atenção para exemplos do estado


postado em 08/08/2012 12:01 / atualizado em 08/08/2012 19:16

Primeira parte do Minas+Viva foi encerrada com a apresentação musical do Rede Escola Viva, projeto mantido pelo Instituto Kairós(foto: Juliana Flister/Esp EM/DA Press)
Primeira parte do Minas+Viva foi encerrada com a apresentação musical do Rede Escola Viva, projeto mantido pelo Instituto Kairós (foto: Juliana Flister/Esp EM/DA Press)
A secretária de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Samyra Crespo, abriu nesta quarta-feira o evento Minas+Viva com uma mensagem otimista. Para ela, Minas tem adotado práticas que são exemplos hoje para outros estados do Brasil em relação à sustentabilidade. "Todas as civilizações são capazes de enfrentar seus desafios. E o Brasil tem muitos exemplos para mostrar. Minas Gerais está na vanguarda desse movimento", afirmou a secretária. Samyra lembrou que Belo Horizonte sediou, em junho, na programação paralela da Rio+20, o Congresso Mundial das Cidades, o Iclei - considerado por ela um dos eventos mais bem sucedidos da Conferência da ONU no Brasil. Ela destacou também iniciativas como as compras verdes na administração estadual, o abandono voluntário das sacolinhas plásticas na capital mineira e o estabelecimento, de forma pioneira, do fórum estadual de mudanças climáticas; construindo uma forte metodologia de acordos setoriais. Na parte da manhã, o evento foi caracaterizado por um balanço das discussões em torno do desenvolvimento sustentável realizadas durante a Rio+20. Samyra Crespo defendeu os resultados da Conferência e afirmou que será necessários alguns anos para que os resultados concretos do evento possam ser visualizados. "As críticas que vemos em relação à liderança brasileira e aos documentos finais da Conferência são carregadas de desconhecimento em relação à política internacional. Daqui a dois anos e meio, os objetivos do desenvolvimento sustentável já deverão estar prontos, e isso é um tempo muito curto para as políticas globais. A Rio+20 obrigou uma interlocução e reuniu expertises para fazer avançar instrumentos. Exemplo disso é o decreto das compras públicas sustentáveis, que foi consenso entre cinco ministérios, e que permitirá ao governo federal dar o exemplo", explicou Samyra. Segundo a secretária, a presidente Dilma Rousseff apresenta como preocupação fundamental que o crescimento seja feito dentro do modelo sustentável, e não apareça apenas como um "glamour" para uma proposta velha e cansada. Um exemplo disso, segundo ela, são as compras públicas. De acordo com Samyra, 17,5 % do PIB brasileiro são empregados em compras governamentais, em todas as esferas, sendo 9% só no executivo. "Se boa parte dessas compras forem sustentáveis, é possível contribuir para evitar o desperdício e também valorizar os produtores que arcam com todos os custos de oferecer um produto verde, mas acabam concorrendo nas mesmas condições que produtores marrons", afirmou a secretária. O diretor executivo dos Diários Associados, Geraldo Teiexeira da Costa Neto, afirmou que o tema da sustentabilidade não é novo para o grupo de comunicação. "Há 20 anos, mantemos programas e projetos vinculados ao desenvolvimento sustentável, como cadernos especiais de ecologia e responsabilidade social - Prazer em Ajudar, o Prêmio Ouro Azul e a valorização da cultura e da gastronomia mineiras. A ideia é fortalecer esse diálogo. Até o tacho de cobre e a colher de pau dos doces mineiros estão sob ameaça de proibição, mas acreditamos ser possível uma intelocução", afirmou o diretor. O diretor de comunicação da Vale, Sérgio Giácomo, destacou que o Minas+Viva promove a visão de que a sustentabilidade vai muito além do meio ambiente. "Queremos criar valor, mas também compartilhar esse valor, promovendo o desenvolvimento das comunidades. O primeiro passo para isso é o diálogo", ressaltou Sérgio na abertura. Consumidor Samyra Crespo destacou também o papel do consumidor em relação aos sucessos das políticas de desenvolvimento sustentável, a exemplo da Política Nacional de Resíduos Sólidos. A secretária destacou que 19 municipios abandonaram uso de sacolas plásticas espontaneamente, sem legislação, e que outras cidades, como Belo Horizonte, adotaram a legislação de forma pioneira, contribuindo para reduzir em 17% o consumo das sacolinhas no país. "Em São Paulo, a polêmica das sacolinhas virou inclusive palanque eleitoral. Mas isso não é uma guerra contra as sacolinhas, é uma batalha contra nossos maus hábitos. Se não estivermos dispostos a abrir mão desse pequeno hábito ou de separar o lixo seco do molhado, estaremos dispostos a quê?", questionou a secretária. Ela ressaltou que as sacolinhas não têm uso no pós-consumo e os danos aos oceanos e cidades são enormes. "Espero que Belo Horizonte não volte atrás, porque a sacola é um símbolo da mudança na sociedade. Não podemos negar que os governoss são lentos e sensíveis a diversos lobbies. Se os cidadãos não se unirem para o desenvolvimento sustentável, o tempo não será suficiente. Porque o tempo da natureza não é nosso tempo", resumiu a secretária. A primeira parte do Minas+Viva foi encerrada com a apresentação musical do Rede Escola Viva, projeto mantido pelo Instituto Kairós, que promove o desenvolvimento susteentável junto à comunidade de São Sebastião de Águas Claras e Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. As crianças, sob orientação do Centro de Formação Musical do grupo Uakti e do professor Tunico Villani, apresentaram uma composição própria e interpretações de "Cio da Terra", de Milton Nascimento e Chico Buarque, e "Asa Branca", de Luiz Gonzaga. As discussões continuam nesta quarta-feira, com o painel “Desenvolvimento com sustentabilidade”, que inclui as palestras da subsecretária de Controle e Fiscalização Ambiental Integrada – Semad, Marília Carvalho de Melo, e do secretário Adjunto de Relações Internacionais – Congresso Mundial ICLEI, Rodrigo Perpétuo; além do coordenador do programa Minas Sustentável, da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Mayrink. Nesta quinta-feira, no Espaço CentoeQuatro, os debates seguem com foco na gastronomia, cultura e marketing, a partir das 9h.

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