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Estado de Minas CULTURA URBANA

Revitalização de hipercentros são motores da sustentabilidade por meio da cultura

Tema será um dos eixos do Minas+Viva, evento promovido pelos Diários Associados nos próximos dias 8 e 9 de agosto


postado em 23/07/2012 15:30 / atualizado em 23/07/2012 18:01

(foto: Marcos Vieira/EM/D A Press)
(foto: Marcos Vieira/EM/D A Press)
A cultura é inerente à sustentabilidade. Quando o cidadão se apropria do espaço público como local de lazer, palco de manifestação cultural e expressão de suas raízes, ele passa a cuidar desse local. Esta será uma das linhas de discussão do Minas+Viva, evento que será realizado pelos Diários Associados nos próximos dias 8 e 9 de agosto, no Teatro Alterosa e no Espaço Cento e Quatro. A entrada é franca e os inscritos vão participar de debates, cases e apresentações culturais. Veja a programação completa e faça sua inscrição aqui. Segundo Inês Rabelo, coordenadora do Espaço Cento e Quatro e mediadora nos debates do Minas+Viva, o uso do espaço urbano é o que o faz florescer. “O próprio Centro e Quatro, assim como outras iniciativas na capital, insere-se numa proposta de revitalização do centro de Belo Horizonte que promove a abertura ao convívio, que oferece um sentido de pertencimento e de acesso à cultura”, explica Inês. Entre os cases que serão apresentados, está o Duelo de MCs, realizado semanalmente desde 2007. O Duelo ocupa semanalmente o Viaduto Santa Tereza, no centro de BH, com manifestações artísticas do Hip Hop. A cada noite de sexta-feira, mais de mil pessoas acompanham as habilidades de mestres de cerimônias (MCs), B.boys e B.grils (dançarinos), grafiteiros e DJs. Tudo é realizado na rua, num espaço antes degradado e esquecido, que nos últimos cinco anos tem sido revitalizado a partir da ocupação e do trabalho desenvolvido pelo Duelo de MCs. Quando surgiu, o evento não tinha a dimensão que hoje tem e enfrenta algumas polêmicas em relação á segurança e à estrutura para receber o público. A Polícia já sugeriu a realização em outro lugar, mas, para os integrantes e fundadores do Coletivo Família de Rua, organizador do Duelo de MCs, alegam que o viaduto é um ambiente natural para manifestações de rua e da cultura hip-hop.
Leonardo Cezário, um dos organizadores do Duelo de MCs: objetivo é a ocupação da cidade com a cultura(foto: Tulio Santos/EM/DA Press)
Leonardo Cezário, um dos organizadores do Duelo de MCs: objetivo é a ocupação da cidade com a cultura (foto: Tulio Santos/EM/DA Press)
Segundo Leonardo Cezário, um dos fundadores do Duelo e que será palestrante do Minas+Viva, nestes cinco anos houve uma busca constante por mais segurança, limpeza e iluminação do local do evento. “Nós participamos também, desde o início das discussões sobre o projeto de reforma do viaduto, mas precisamos ter paciência, porque os processos são lentos. De qualquer forma, nosso diálogo com o poder público é constante”, explica. Essa preocupação com a recuperação da área é um indicativo de que o objetivo inicial do evento foi alcançado: a apropriação do espaço pelos cidadãos. “O que dá mais força é esse movimento de ocupação, é o que dá credibilidade ao projeto e faz com que as pessoas se sintam representadas. Ninguém quer ver o Duelo perder essa luta”, resume Leonardo. Se você nunca foi ao Duelo de MCs, veja um pouco do evento no vídeo abaixo:


Diálogo Inês Rabelo explica que este é um exemplo de um movimento natural e espontâneo da cultura urbana, assim como foi a Praia da Estação - movimento em que os jovens vestiram roupas de banho para protestar contra as limitações de uso da recém-reformada Praça da Estação. “Essa articulação cultural não passa pelo caminho tradicional da autoridade e provoca muitas questões. Esse diálogo nunca foi fácil, mas é preciso haver um compasso entre a cidade e o poder público”, afirma Inês. Embora essa apropriação do espaço urbano possa ter origem em diversas formas de manifestação, como o teatro, a dança, a música, a gastronomia, e se manifestar de diversas formas - um festival, um “duelo” de rimas, oficinas - esses movimentos guardam semelhanças.
O Espaço CentroeQuatro, que recebe o Minas+Viva em agosto, faz parte de um processo de revitalização do centro de Belo Horizonte(foto: Leandro Couri/EM/DA Press)
O Espaço CentroeQuatro, que recebe o Minas+Viva em agosto, faz parte de um processo de revitalização do centro de Belo Horizonte (foto: Leandro Couri/EM/DA Press)
“O que eles têm em comum é a força de sua própria autonomia, é a vontade de fazer. São iniciativas espontâneas, mas isso não quer dizer que não são organizadas. Esses grupos são muitos sérios naquilo a que se propõem e têm comprometimento com a arte, a cultura, a cidade”, descreve a gestora. Articulação No Minas+Viva, os participantes poderão conhecer mais das experiências dos atores que promovem a cultura urbana. “A ideia é mostrar como essas experiências se conectam e trazer um panorama de ações que acontecem num mesmo território e mantém a cidade viva culturalmente”, explica Inês Rabello. “O mapeamento dessas iniciativas pode ajudar no diálogo e na apresentação de propostas para que as maniffestações urbanas sejam valorizadas”, resume a mediadora do Minas+Viva. Essas e outras propostas serão discutidas nos debates e apresentações de cases nos próximos dias 8 e 9 de agosto. Participe!

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