Jornal Estado de Minas

HISTÓRIA

Martin Luther King e a luta pela igualdade racial

Há 52 anos, no dia 14 de outubro de 1964, Martin Luther King recebeu o Prêmio Nobel da Paz, pelo combate pacífico à desigualdade racial. Ele foi um dos principais líderes do movimento pelos direitos civis dos negros nos Estados Unidos, país onde nasceu e onde foi assassinado, a tiros, na varanda do seu quarto de hotel, em 1968.

Rosa Parks, a mulher que negou ceder seu lugar a um homem branco quando as fileiras dos ônibus eram divididas por cores - Foto: A escravidão dos negros nos EUA remonta às primeiras décadas do século XVII, quando foram trazidos da África pelos colonos ingleses. Oficialmente, ela terminou em 1863, com o fim da Guerra Civil. No entanto, por muitos anos os negros tiveram condições legais diferentes dos brancos, ainda que a constituição americana garantisse, desde 1787, direitos fundamentais a todos os cidadãos.

Havia, no país, uma forte segregação racial, que dividia entre brancos e negros o acesso a locais públicos e privados, a serviços e a oportunidades. Isso incluía desde moradia e transporte até oportunidades de emprego.

Membros da Ku Klux Klan - Foto: No Exército, por exemplo, brancos e negros treinavam em locais separados. Nos ônibus, parques, escolas e faculdades também não compartilhavam os mesmos espaços. E tratava-se de um racismo institucionalizado, respaldado por leis estaduais.

Marcha sobre Washington - Foto: Havia, ainda, a atuação de grupos de extrema direita, sendo o mais conhecido deles o Ku Klux Klan (KKK), que defendia a supremacia e o nacionalismo brancos.

Ao longo da luta pela igualdade de direitos, os Estados do Norte e do Sul dos Estados Unidos começaram a ter perspectivas diferentes sobre essa questão. Os nortistas tendiam à igualdade, enquanto os sulistas queriam resistir às mudanças.

O fim da segregação nas escolas públicas aconteceu em 1954, a partir de uma decisão da Suprema Corte americana. No entanto, foi a partir do final da década de 1950 que o movimento pelos direitos civis ganhou mais força.

Em 1963, Martin Luther King liderou a “Marcha sobre Washington”, que reuniu cerca de 250 mil pessoas que aclamavam pelo fim da segregação racial. Nessa ocasião, ele fez o célebre discurso “Eu tenho um sonho”, que pregava a convivência igualitária e harmônica entre negros e brancos.

Em 1964, foi promulgada a Lei dos Direitos Civis, que acabava com vários sistemas estaduais de segregação racial. No ano seguinte, foi aprovada a Lei de Direito ao Voto, possibilitando que os negros votassem nas eleições, independentemente da condição social, econômica ou educacional.

Acabou, assim, a segregação institucionalizada nos Estados Unidos. No entanto, ainda hoje, negros e brancos vivem em situações diferentes em relação ao acesso à educação, à saúde, aos bons empregos e às oportunidades, de modo geral. Alguma semelhança com o Brasil?

Artigo produzido por Percurso Pré-Vestibular e Enem

.