Em um dos piores desastres marítimos da história, o transatlântico RMS Titanic afundou após colidir com um iceberg no Oceano Atlântico no dia 15 de abril de 1912. O acidente aconteceu horas depois de o navio ter deixado o porto de Southampton, na Inglaterra com destino final para a cidade de Nova Iorque. Considerado a maior embarcação de passageiros do seu tempo, o Titanic tinha 269 metros de comprimento, 28 metros de largura e 46 mil toneladas. O navio possuía 2.224 passageiros a bordo durante sua viagem fadítica. Destes, mais de 1500 pessoas morreram afogadas ou por hipotemia devido as águas geladas do Atlântico Norte durante o acidente.
Entenda o acidente
Pouco antes da meia-noite do dia 14 de abril, o Titanic navegava em uma área de água parada, sem ondas, o que dificultava a detecção de icebergs - muito comuns no trajeto. Com uma noite estrelada e um mar excepcionalmente calmo, os vigias deram o aviso do iceberg a 600 metros da proa. O Primeiro Oficial Murdoch, de plantão no momento, tentou evitar a colisão. Porém, o navio raspou no iceberg, o que abriu seis fendas em seu casco. Nesse momento, o Titanic estava condenado. Para agravar a situação, não havia botes salva-vidas para todos os passageiros, apesar de o navio estar seguindo a legislação vigente na época. Este foi um dos piores desastres marítimos da história em tempos de paz e talvez o mais famoso devido aos filmes realizados contando sua história.
Conflito de classes
Apesar da evacuação priorizar as crianças e mulheres, foi evidente que o maior número de sobreviventes eram da primeira e segunda classes. Para se ter uma idéia a maior parte das mortes ocorreu entre a terceira classe e a tripulação: de 1.616 pessoas, apenas 394 sobreviveram ao naufrágio. A justificativa do inquérito realizado na época é que os passageiros da primeira e segunda classes estavam mais pertos dos poucos botes salva-vidas disponíveis, enquanto os da terceira classe tinha que percorrer um trajeto complexo para se chegar a eles. Muitos deles morreram afogados dentro da embarcação.
Quando os navios de resgate chegaram, apenas os corpos recuperados da primeira classe foram embalsamados e colocados em caixões. Os mortos recuperados da segunda e terceira classes foram guardados em sacos de lona em câmaras frigoríficas ou simplesmente amarrados em pesos e jogados no fundo do oceano.
O legado do Titanic
O naufrágio do navio causou enorme comoção na época e chocou a opinião pública. Nos anos seguintes, vários países adotaram leis para tornar as viagens marítimas mais seguras. Novos regulamentos para comunicação entre embarcações, quantidades mínimas de botes salva-vidas e outras medidas de segurança foram adotadas, sendo que algumas persistem até os dias atuais. O legado mais importante neste quesito foi a assinatura, em 1914, da Convenção Internacional para a Salvaguarda da Vida Humana no Mar, na qual várias nações estabeleceram protocolos unificados de segurança e resposta a acidentes em alto-mar.
Artigo do Percurso Pré-vestibulare e ENEM.