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Estado de Minas

Após polêmica, MEC produz nova carta às escolas e mantém filmagem de alunos

Na nova mensagem, leitura de slogan do governo sai, mas pedido de filmagens de execução do Hino Nacional nas escolas continua


postado em 26/02/2019 14:56

No Centro Educacional 308 do Recanto das Emas, no Distrito Federal, alunos do 6º e 7º anos do ensino fundamental ficam perfilados para ouvir instruções da Polícia Militar e cantar o Hino Nacional
No Centro Educacional 308 do Recanto das Emas, no Distrito Federal, alunos do 6º e 7º anos do ensino fundamental ficam perfilados para ouvir instruções da Polícia Militar e cantar o Hino Nacional

Após a polêmica acerca da carta na qual pedia às escolas que uma mensagem que continha o slogan do governo fosse lida ao alunos antes da execução do Hino Nacional, o Ministério da Educação (MEC) afirmou que enviará, ainda nesta terça-feira (26/2), uma carta atualizada do ministro Ricardo Vélez Rodríguez aos colégios. No novo texto, o slogan Brasil acima de tudo, Deus acima de Todos será retirado da mensagem a ser lida aos alunos. O pedido para que a cena seja filmada será mantido.
Segundo a pasta, a mensagem a ser lida foi "devidamente revisada a pedido do ministro, após reconhecer o equívoco, tendo sido retirado o trecho também utilizado durante o período eleitoral".

A versão atualizada da carta tem a seguinte redação: "Brasileiros! Vamos saudar o Brasil e celebrar a educação responsável e de qualidade a ser desenvolvida na nossa escola pelos professores, em benefício de vocês, alunos, que constituem a nova geração".

Na mensagem em que a carta revisada será enviada, pede-se, ainda, que, após a sua leitura, professores, alunos e demais funcionários da escola fiquem perfilados diante da Bandeira do Brasil, se houver uma na unidade de ensino, e que seja executado o Hino Nacional.

Para os diretores que desejarem atender "voluntariamente" o pedido do ministro, a mensagem também solicita que um representante da escola filme (com aparelho celular) trechos curtos da leitura da carta e da execução do Hino. A gravação deve ser precedida de autorização legal da pessoa filmada ou de seu responsável.

Em seguida, pede-se que os vídeos sejam encaminhados por e-mail ao MEC e à Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República. A carta recomenda ainda que os vídeos tenham até 25MB e que a mensagem de envio contenha o nome da escola e o número de alunos, de professores e de funcionários.

De acordo com o MEC, após o recebimento das gravações, será feita uma seleção das imagens com trechos da leitura da carta e da execução do Hino Nacional para eventual uso institucional. A atividade, conclui, faz parte da política de incentivo à valorização dos símbolos nacionais.

Reações 

A mensagem, enviada na segunda-feira (25/2), provocou reações negativas entre educadores, pais e estudantes por pedir ainda que a cena fosse filmada e enviada à pasta, citando o slogan de campanha do presidente Jair Bolsonaro, depois adotado pelo governo: "Brasil acima de tudo, Deus acima de todos".

Grande parte da categoria defendeu que o ambiente escolar deve estar imune a qualquer tipo de ingerência político-partidária e que as crianças não devem ser filmadas sem a devida autorização dos responsáveis.


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