Jornal Estado de Minas

Enem 2018: portões fechados e provas começam às 13h30

Últimos alunos começaram a chegar à Fafich cinco minutos antes do início das provas. Uma estudante, que não quis se identificar, esqueceu o documento e aguarda um familiar chegar com a identidade nos últimos minutos.

Atrasado em 2013, Wallace Militão chegou com antecedência neste ano. "Quando cheguei atrasado, nem fui pra grade tentar entrar. Tem gente que fica igual zumbi de The Walking Dead (série televisiva exibida pela Fox). Agora, estou fazendo o Enem para ingressar no curso de Cinema via ProUni", conta

Faltando pouco tempo para o início das provas, o trânsito estava engarrafado no entorno da PUC e da UFMG.

 

Jerry Paterson Alves Ferreira, de 19 anos, quer estudar educação física - Foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press
Por volta das 11h40, faltando pouco mais de uma hora para o fechamento dos portões, a fila já era grande na porta do Colégio Estadual Central, no Bairro de Lourdes, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, um dos locais de prova do Enem 2018.


O trânsito estava tranquilo na Avenida Amazonas, que leva ao câmpus da PUC Minas, no Bairro  Coração Eucarístico, na Região Noroeste de BH. No caminho até o campus Pampulha da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o estudante encontrava trânsito livre por volta das 12h deste domingo. Os dois sentidos da Avenida Antônio Carlos fluem sem dificuldades, assim como a Avenida Abraão Caram.

Igor Taylor Soares Guimarães, de 17 anos, chegou cedo ao local de prova - Foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press
O primeiro da fila é Jerry Paterson Alves Ferreira, de 19 anos, que disse morar longe e, por isso, saiu cedo de casa.
" Meu coração está acelerado. No domingo passado, meu desempenho foi normal, agora quero fazer melhor ", contou o jovem quer estudar educação física.

Lídia Maria da Silva, de 22 anos, lê um livro para tentar se acalmar - Foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press
Já Igor Taylor Soares Guimarães, de 17 anos, morador do Bairro Buritis, na Região Oeste, também é precavido e chegou cedo. “Tem que prevenir, né?", brincou o jovem candidato que quer cursar fisioterapia. “No primeiro dia, não fui muito bem. Agora, é mais minha área. Estou confiante”.


Movimentação de candidatos na UFMG - Foto: Gabriel Ronan/EM/DA Press

No terceiro Enem, Lídia Maria da Silva, de 22 anos, conta que está à "espera de um milagre". Querendo estudar ciências da informação, Lídia disse que não foi bem no primeiro dia por ter ficado muito nervosa.

Sou ansiosa, cheguei aqui 10h30. "Estudei, cheguei a deixar o trabalho para fazer cursinho e estudei online. Vamos ver hoje ", disse a candidata que é a terceira da fila e lê um livro para acalmar.

Para as amigas Yasmin Leite e Larissa Bartolini, o momento é de acreditar - Foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press
Fazer a prova do Enem já se tornou costume para Lúcio Leite, de 38 anos. Ele participou da primeira edição do teste, em 1998, quando apenas 115 mil alunos cursaram. "A prova mudou muito de lá pra cá. Hoje, temos língua estrangeira e redação, além de questões mais difíceis. No começo, a prova era vista com desconfiança, era um projeto piloto. Agora, o Enem ganhou uma importância muito grande e passou a ser aceito pelas universidades", explica.


Fernando Queiroga solicitou que a filha, com paralisia cerebral e dificuldade de locomoção, fizesse a prova num andar mais baixo, mas o Inep não atendeu - Foto: Gabriel Ronan/EM/DA Press
Diante do portão do câmpus da PUC Minas, no Bairro Coração Eucarístico, o movimento de candidato é intenso. Para uns, é confiança total  no segundo dia de provas, enquanto para outros é hora de pensar em alternativas, caso não haja sucesso.

Para as amigas Larissa Bartolini, de 20 anos, moradora do Bairro Padre Eustáquio, e Yasmin Leite, de 18, do Glória, ambos na Região Noroeste, o momento é de acreditar. "Gosto de química e biologia, então devo me sair melhor hoje ", disse Larissa, que pretende cursar gastronomia. Yasmin, que escolheu direito, está no segundo Enem e se mostra cheia de esperança.

Perto dali, a cena é diferente. Andreza Stephanie, de 19 anos, disse que não foi bem no primeiro dia. Interessada em biomedicina, revela que, se não passar, vai procurar uma faculdade particular. A amiga Giovana compartilha da ideia vai fazer publicidade em escola privada.


Mãe e filha, Lucília Lúcia Moreira e Fabiana Moreira fazem prova na mesma sala - Foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press

Em busca de uma vaga para se graduar em letras, a estudante Maria Clara Galvão tem paralisia cerebral e está acompanhada do pai, Fernando Queiroga. "Eu tenho um pouco de dificuldade em matemática, mas pretendo ir bem. Eu quero me especializar em inglês", contou. Fernando, que é pedagogo e professor da rede pública há 20 anos, ressalta as dificuldades para dar uma oportunidade à filha.

"Consegui um laudo, mas o Inep não atendeu às minhas exigências. Queria que ela fizesse a prova num andar mais baixo, porque ela tem dificuldade de locomoção. Contudo, não obtive resposta", destaca

Outra coincidência em família: os irmãos Marques Pablo e Carolina Thaís também vão fazer prova na mesma sala - Foto: Gabriel Ronan/EM/DA Press
Família unida faz Enem unida. E na mesma sala de prova. Mãe é filha, moradora do Bairro Pindorama, na Região Noroeste, Lucília Lúcia Moreira, de 47, e Fabiana Moreira, de 20, estão bem animadas para o segundo dia do Exame Nacional do Ensino Médio. Lucília quer fazer pedagogia, Fabiana, teatro.


Quer outra coincidência? Os irmãos Marques Pablo, 23, e Carolina Thaís, 17, também vão fazer prova na mesma sala. "Quero fazer gastronomia. Eu amo cozinhar e esse é o meu sonho. Todo mundo precisa de comer", conta o mais velho. "Pretendo cursar medicina veterinária.
Hoje, ainda bem, tem Ciências Biológicas, disciplina que tenho mais facilidade", salienta Thaís.


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