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Estado de Minas

Congresso no Rio reúne estudantes e pesquisadores que debaterão o universo da Wikipédia

Objetivo é discutir a disseminação do conhecimento científico a partir da plataforma


postado em 12/10/2016 13:43 / atualizado em 13/10/2016 13:27

Você alguma vez já acessou a Wikipédia para fazer uma pesquisa ou trabalho escolar? Nesta quinta e sexta-feira, pesquisadores, estudantes de graduação e pós-graduação e usuários da plataforma se reunirão, no Rio de Janeiro, para o I Congresso Científico Brasileiro da Wikipédia (CCBWIKI), que vai abordar o tema “Wikipédia na disseminação do conhecimento científico”.

As discussões serão no Centro de Ciências Exatas e Tecnologia da UniRio, com apresentações orais de trabalhos, mesas-redondas, lançamentos de livros e exposição de banners de pesquisas de trabalhos de conclusão de curso ou de iniciação científica de alunos de graduação.

Segundo Carlos D’Andrea, professor do curso de Comunicação Social da UFMG e um dos membros da comissão científica do congresso, muito mais que uma enciclopédia online, a Wikipédia é uma comunidade virtual dinâmica, “fruto de uma grande utopia que é a de dar conta de todo o conhecimento do mundo, a exemplo das enciclopédias impressas, produzidas desde o Iluminismo”, comenta. “É, sem dúvida, um esforço de sistematizar esse conhecimento, de forma peculiar, levando isso a um grau nunca antes visto”, referindo-se à quantidade de idiomas em que a plataforma é oferecida. Atualmente, já são mais de 30 milhões de verbetes, quase 30 milhões de usuários registrados e mais de 600 milhões de visualizações por dia.

Em sua tese de doutorado, Carlos D’Andrea analisou um conjunto de artigos da Wikipédia, destacando itens como o processo de escrita coletiva, a divisão de tarefas e a produção jornalística da plataforma. “Pude perceber que a Wikipedia é um espaço que reúne contradição, riqueza, diversidade, conflito e dinamismo.”

Carlos D'Andrea, da UFMG, é um dos membros da comissão científica do evento(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Carlos D'Andrea, da UFMG, é um dos membros da comissão científica do evento (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)

No Brasil, a plataforma é produzida por um grupo de escritores, pesquisadores, professores e pessoas comuns que se voluntariam para munir os usuários de informações. É uma organização sem fins lucrativos, que conta com doações para sobreviver. As informações são produzidas por colaboradores que trabalham em esquema de mutirão.

Embora seja um site aberto, conta com processos de checagem de informações efetivo, fruto do conhecimento contemporâneo. Carlos D’Andrea dá um exemplo de como isso funciona: “Você já pensou como deve ter sido a elaboração do texto que explica o verbete Operação Lava-Jato? Quantas pessoas participaram da elaboração desse conceito? Quantas vezes o texto foi modificado, revisado, editado? Enfim, a lógica comunicacional difere do esquema tradicional e é isso que fascina”, acrescenta.

FÓRMULAS MATEMÁTICAS 


Professores e estudantes de Ciências Humanas não são os únicos acostumados a lidar com a Wikipédia. Flávio Barbieiri Gonzaga, professor de programação estruturada e de busca e recuperação de informação, do curso de Computação da Universidade Federal de Alfenas (Unifal), vai apresentar três trabalhos durante o congresso – um artigo completo, um resumido e um pôster. Ao lado de outros três sócios – os professores Valmir Carneiro Barbosa e Geraldo Bonorino Xexéo, ambos da UFRJ, e do ex-aluno da Unifal, Gustavo Carvalho Souza, eles criaram uma empresa, a SearchOnMath, na incubadora de empresas da Unifal – NidusTec. Fruto de um trabalho de oito anos, a ferramenta de busca searchonmath.com, possibilita a busca de fórmulas matemáticas em diversas áreas do conhecimento.

Flávio Barbieri, da Unifal, apresentará três trabalhos no congresso(foto: Divulgação)
Flávio Barbieri, da Unifal, apresentará três trabalhos no congresso (foto: Divulgação)

Eles importam mensalmente páginas da versão em inglês do Wikipédia (en.wikipedia.org) e de outras ferramentas de busca e fazem o rastreamento de todo o material, procurando fórmulas matemáticas. “Um estudante, por exemplo, faz um trabalho e chega a uma fórmula que ele mesmo criou. Aí verificamos se essa fórmula já existe. Cobrimos um universo de 800 mil fórmulas. Nossa expectativa é chegar a 1,3 milhão fórmulas até o fim do ano”, explica Flávio.

Entre os usuários da ferramenta searchonmath.com estão internautas do Japão, China, Índia e Estados Unidos. No ano que vem, a intenção do grupo é possibilitar o acesso à ferramenta através de assinatura.

 

Serviço 

I Congresso Científico Brasileiro da Wikipédia (CCBWIKI)

Local: UNIRIO

Data: 13 e 14 de outubro

Centro de Estudos de Ciências Exatas e Tecnologia

Informações: https://www.wikimedia.org.br/ccbwiki



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