Desclassificada por engano do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a estudante Jacqueline Chen, de 16 anos, fará na próxima semana uma prova exclusiva montada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). O novo exame, garantido pela Justiça, deveria ter sido aplicado nessa quarta e quinta-feira no Dante Alighieri, colégio em que cursa o 3.º ano do ensino médio. Ao chegar à escola, foi surpreendida pela ausência de responsáveis. “Tinha me preparado mais uma vez, feitos exercícios e, quando cheguei lá, não havia ninguém”, afirma. “Acho uma grande falta de respeito o que estão fazendo comigo.”
Em novembro, a aluna foi impedida de fazer as provas do segundo dia do Enem por ter sido confundida com uma homônima de Mogi das Cruzes (SP), que fotografou o exame e divulgou a imagem em redes sociais. A Jacqueline de São Paulo foi retirada da sala por um fiscal e obrigada a assinar um “termo de eliminação”. A de Mogi fez as questões sem interrupção.
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MEC reconhece erro em eliminação de candidata do Enem em São PauloEscolas mineiras brilham no Enem de 2011Número de redações do Enem com 3ª correção deve triplicarMãe denuncia uso de celular pela filha no Enem e desclassifica jovem no exameNo final de novembro, a jovem ganhou liminar que lhe deu o direito de escolher local e data em que faria as provas e a dispensava dos exames nos dias 4 e 5 de dezembro, quando o Enem é aplicado em unidades prisionais e socioeducativas. Na ocasião, a família alegou que a jovem seria prejudicada, pois a data era próxima de outros vestibulares.
Decisão judicial emitida na quarta-feira (12), no entanto, prorrogou o exame para o dia 20. O Inep e o consórcio responsável pelo Enem recorreram à Justiça, pedindo prazo maior. “Nossa principal preocupação é que ela faça essa prova que lhe foi tirada”, diz Wu Shang Yi, mãe de Jacqueline. Documentos entregues pelo Inep à Justiça estimam um gasto de R$ 2,3 milhões para a reaplicação do exame à aluna. O MEC não se pronunciou sobre esse valor para a elaboração de um único exame.
De acordo com o MEC, Jacqueline terá o direito de fazer uma única avaliação, a que abrange questões de linguagens e códigos e de matemática, além de uma redação. A prova que a estudante fez no dia 3 de novembro deve ser computada.
Além dos transtornos que a eliminação já lhe causou, Jacqueline tem receio de que a falta de uma nota no Enem a prejudique em alguns vestibulares. Sua pontuação lhe garantiria pontos a mais na Unicamp e no Mackenzie, onde concorre a uma vaga no curso de Arquitetura.
Para evitar isso, o advogado da família deve entrar com ação preventiva para que a nota da estudante seja acrescida posteriormente. A família também estuda entrar com uma ação contra os órgãos responsáveis pelo Enem para uma “reparação do dano moral” causado à jovem..