Ensino superior de excelência tem endereço certo. Mais uma vez, Minas Gerais se destaca no cenário nacional como o estado que abriga o maior número de universidades federais com nota máxima no principal termômetro da qualidade da graduação: o Índice Geral de Cursos (IGC) , divulgado ontem pelo governo federal. Entre as 10 instituições mais bem avaliadas em todo o país, subiram ao pódio as federais de Lavras (Ufla), no Sul; de Minas Gerais (UFMG), de Belo Horizonte; de Viçosa (UFV), na Zona da Mata; e do Triângulo Mineiro (UFTM), em Uberaba. Na contramão do bom desempenho, quase um terço das universidades (27%), faculdades e centros universitários de todo o país tiveram nota abaixo do aceitável. Em Minas, um em cada 10 cursos avaliados ano passado levaram bomba.

A Ufla, a mais bem colocada do estado e terceira do Brasil, atrás apenas das federais do Rio Grande do Sul (UFRGS) e do ABC (UFABC), em São Paulo. No ano passado, a instituição encabeçou a lista nacional. Diante do resultado, o reitor José Roberto Scolforo considera que a qualidade está se mantendo, visto que cada ano o Ministério da Educação (MEC) avalia cursos diferentes. “Atribuímos primeiro ao nosso corpo docente. Mais de 95% dos nossos professores são doutores. Outro ponto é que, nos últimos quatro anos, investimos muito em todos os laboratórios, tanto dos cursos novos quanto dos históricos. Nossos alunos têm qualidade na aula e o apoio de equipamentos modernos”, afirmou.

O MEC avaliou 8.665 cursos das áreas de ciências exatas, licenciaturas e áreas afins, bem como os cursos dos eixos tecnológicos de controle e processos industriais, informação e comunicação, infraestrutura e produção industrial, pertencentes a 1.387 instituições de ensino superior. O IGC 2011 avaliou 2.136 universidades, faculdades e centros universitários. Desse total, 50,6% tiveram conceito 3, considerado satisfatório. As notas vão de 1 a 5, sendo 1 e 2 insatisfatórias. O número de universidades com conceito máximo caiu este ano – em 2012, foram 27. Quanto ao desempenho por cursos, 170 deles tiraram 5. Em Minas, o mais bem avaliado foi o de educação física de Paracatu, na Região Noroeste do estado. O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, comemorou os resultados, comparando os dados de 2008 a 2011. “Neste período cai o número de instituições que estavam no nível 1, e fortemente também o de instituições que estavam em nível 2, o que é um ótimo indicador”, disse.

Mal avaliadas

As universidades mineiras com o pior desempenho (nota 1) foram a Vale do Rio Verde (Unincor), de Três Corações, no Sul de Minas, e a Presidente Antônio Carlos (Unipac), de Barbacena, no Campo das Vertentes. Entre os 802 cursos avaliados no estado, 82 tiveram conceito 1 ou 2. O pior deles é o de ciências sociais (bacharelado) da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), no Norte de Minas – o 15º pior no ranking brasileiro. Entre as piores universidades avaliadas, a Unipac de Barbacena não atendeu as ligações ontem à noite. Na Unincor, a informação era de que a demanda só seria respondida hoje pela reitoria.

O IGC é o resultado da média do Exame Nacional do Desempenho dos Estudantes (Enade) e do Conceito Preliminar de Curso (CPC). O Enade avalia o rendimento dos alunos que estão entrando ou se formando na graduação. A prova é obrigatória para alunos selecionados e é pré-requisito para a obtenção do diploma. A avaliação é anual, mas cada curso é inspecionado trienalmente. Já o CPC avalia a qualidade dos cursos de graduação. O indicador é composto pelo resultado do Enade e pelas avaliações feitas por especialistas in loco. Eles verificam as condições de ensino, em especial o corpo docente, as instalações físicas e a organização didático-pedagógica..