Jornal Estado de Minas

Livro relata 'Conspiração' positiva na educação em Minas

Um município que comemora os índices de educação, São João do Manhuaçu, na Zona da Mata, em Minas, diz viver uma revolução no ensino de suas escolas. Desde 2009, quando passou a fazer parte do movimento Conspiração Mineira pela Educação, a cidade de 11 mil habitantes viu seus indicadores educacionais – antes abaixo da média – ultrapassarem as metas do país. Alunos melhoraram o desempenho na alfabetização e nas etapas posteriores, mesmo em turmas seriadas. Pais estão mais voltados para o ambiente escolar, e professores mais satisfeitos com o trabalho. A receita para o que a secretária municipal de Educação, Darsone Miranda, chama de revolução está no trabalho conjunto entre gestores, alunos e familiares e em uma reforma na metodologia de trabalho. “Antes de fazermos parte da Conspiração, as atividades das escolas eram desorganizadas. Hoje, temos técnicas diferenciadas, trabalhamos em grupo com práticas interativas e lúdicas, que atraem muito mais o aluno. O resultado salta aos olhos”, diz Darsone.

O relato da secretária de Educação é um exemplo dos muitos coletados nas mais de 780 escolas integrantes da rede Conspiração – desde que o movimento foi criado, em 2006 – e que estão reunidos no livro Lições da Conspiração.

A obra foi lançada na manha de ontem, no Auditório JK, no Cidade Administrativa do Governo de Minas Gerais, com a presença de autoridades, alunos e profissionais da educação. Em 168 páginas, 10 autores expõem suas visões sobre a educação pública no Brasil, embasada na ideia de que o ensino de qualidade é a ponte para um país melhor. “O livro é uma sistemática das soluções encontradas pelas escolas após a implantação do Sistema de Gestão Integrado, desenvolvido pela Fundação Pitágoras”, explica o presidente da entidade e também do Conspiração, Evando Neiva.

REPLICADORES O movimento atinge cerca de 330 mil alunos de escolas públicas, em 45 municípios mineiros. A meta, segundo Neiva, é disseminar as ações para as 50 regiões de ensino do estado. “Trabalhamos com o poder público, o setor privado e as organizações sem fins lucrativos. Uma vez por mês, nos reunimos em encontros com os gestores das escolas para discutir as práticas de ensino. A ideia é que eles possam ser replicadores do movimento para que as ações alcancem todo o estado”, ressalta.
O presidente destaca a importância que o material tem no compartilhamento de soluções para os problemas da educação pública. “Trata-se de um resumo de boas práticas para tornar a escola um espaço onde todos os personagens são ativos e não um ambiente enfadonho e chato.”

A secretária de Estado da Educação, Ana Lúcia Gazzola, elogiou o trabalho desenvolvido nas escolas integrantes do movimento e reforçou que a parceria que interfere positivamente nos projetos e programas já implantados pelo estado. “O movimento Conspiração contribuiu fortemente para a coesão na escola. O diálogo constante entre diretores e professores melhorou não só o projeto pedagógico, mas sim toda a ideia de que é preciso coesão e integralidade na gestão, e isso faz toda a diferença”, afirmou. .