Se a educação é direito e dever de todos, nada melhor do que compartilhar responsabilidades. Nesse cenário, o aprendizado continua fora das salas de aula, em espaços alternativos ou dentro da escola, graças à parceria de governos e empresas interessadas em contribuir para a melhoria do desempenho de estudantes de todo o país. Nas atividades extraclasse, as páginas dos livros ganham ares concretos, dando sentido a vários porquês. Nessa leitura da vida há lugar ainda para as artes, para o domínio do corpo, para a disciplina exigida pelas atividades físicas e culturais. Em oficinas de teatro, dança, música, nos concursos de redação, nos esportes e em obras literárias e pedagógicas, talentos se revelam e se abrem para um mundo de oportunidades. Em Minas Gerais, os resultados são prova de como essa união impacta não somente no nível de conhecimento dos alunos, mas no trabalho dos próprios educadores.
São muitos os meninos que já passaram pela tutela da artista plástica e professora Júlia Portes, coordenadora geral do Instituto Undió e há 30 anos se dedicando a projetos sociais. A organização, localizada na Rua Padre Belchior, no Centro de Belo Horizonte, tem hoje como um de seus patrocinadores a Fundação Itaú Social e oferece oficinas de teatro, música, artes plásticas e comunicação para cerca de 120 jovens. Júlia trabalhou em várias cidades do interior, sempre oferecendo atividades ligadas à arte – pintura, desenho, teatro, oficina com cerâmica – no contraturno das aulas.
Atualmente, as atividades atendem algumas comunidades e estão concentradas também em duas escolas da capital: a Municipal Professora Eleonora Pieruccetti, no Bairro Cachoeirinha, na Região Nordeste, e a Estadual Cesário Alvim, no Centro.
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Conspiração Mineira pela Educação lança livro que narra as transformações do ensino no paísNo caso da fundação, alguns dos programas com seu apoio ou iniciativa se tornaram políticas de governo.
Mais educação Há parcerias ainda nas esferas estaduais e municipais. “As fundações e empresas têm muito a contribuir com o desenvolvimento da educação, não para substituir o Estado, cujo papel é importantíssimo, mas oferecer apoio e complementar o trabalho do setor público”, afirma Valéria. Parceria que a Secretaria de Estado de Educação quer ampliar, por meio do Minas presente na escola, programa que visa à formação de parcerias entre o poder público e setores da sociedade civil. O objetivo é oferecer a possibilidade de praticar a responsabilidade social dentro da escola, seja um grande ou pequeno empresário. O parceiro, ao acessar um catálogo de opções, escolhe uma ação que satisfaz seus ideais e determina o número de escolas e a quais regiões ou cidades deseja levá-la.
SUCESSO O Instituto Arcor Brasil promove em Campinas (SP), na sexta-feira, o Seminário Práticas Exitosas, apresentando os projetos de sucesso de escolas públicas de Minas Gerais, São Paulo e Pernambuco, que participaram das nove edições do Programa Minha escola cresce. Na ocasião, será lançado o Banco de projetos, com detalhes sobre os 182 projetos das instituições participantes, de 2004 a 2012. Em Minas, foram apoiadas 38 ações em Contagem, na região metropolitana, desde 2006. Os projetos resultaram na montagem e revitalização de mais de 30 bibliotecas escolares, na estruturação de dezenas de oficinas em várias linguagens artísticas e esportivas, entre outros impactos.
Olimpíada
A Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro promove em BH, de hoje até quinta-feira, o último de quatro encontros regionais, seguidos da premiação regional.
COMUNIDADE ESCOLAR ENVOLVIDA
Sensibilizar e estimular a participação direta de educadores, estudantes e pais no processo de aprendizagem ao longo do ano letivo. Foi a partir dessa ideia que a Votorantim Metais e o Instituto Votorantim criaram a Parceria Votorantim pela Educação (PVE), presente em 30 municípios, com ações nas comunidades de operação da empresa para aprimorar o ensino público. Uma delas é o concurso de redações estudantis Tempos de escola. Este ano, a quarta edição contou com mais de mil textos das cidades de Fortaleza de Minas, Miraí, Três Marias, Paracatu e Vazante.
O gerente de Tecnologia e Desenvolvimento do instituto, Rafael Gioielli, diz que a evolução da sociedade brasileira passa pelo ensino de qualidade. “Esse papel da educação está nas mãos do poder público, mas a iniciativa privada pode e deve contribuir. Afinal, hoje é estratégico melhorar a educação, pois o investimento se reverte em uma sociedade mais justa e cria um ambiente mais propício para o desenvolvimento dos negócios”, destaca. O gerente corporativo de Desenvolvimento Humano e Organizacional e de Comunicação da Votorantim Metais, Maurício Malachias, ressalta os resultados: “O principal é a contribuição efetiva para a formação de cidadãos mais conscientes e preparados para um futuro melhor, bem como a valorização do papel da escola e do professor”.
Estudante do 3º ano da Escola Estadual Doutor Noraldino Lima, em Fortaleza de Minas, no Sul do estado, Kênia Cristina Lopes, de 17 anos, venceu o concurso de redação pela segunda vez este ano. A garota, que gosta de ler e escrever, se inscreveu no ano passado por curiosidade e logo incentivou os amigos a participarem. Este ano, mais experiente, Kênia conta que se dedicou ainda mais por causa dos vestibulares e do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Projeto Trilhas investe na oralidade
Outra iniciativa empresarial, desta vez em parceria com o Ministério da Educação (MEC) e a Comunidade Educativa, promete gerar bons frutos, pois tem tudo para se tornar um importante complemento nas atividades de leitura, escrita e oralidade. A ideia foi da Natura, que investiu em material didático com foco nos alunos do 1º ano do ensino fundamental. Elaborado pela empresa de cosméticos, o projeto Trilhas é composto por cadernos de orientação do professor, jogos educativos, cartelas para atividades, além de 20 títulos literários, subdivididos em três temas: Trilhas para ler e escrever textos, Trilhas para abrir o apetite poético e Trilhas de jogos.
Em Minas, o projeto contou com o envolvimento de técnicos das secretarias municipais e estadual de Educação, professores e diretores de escola. O kit foi distribuído, neste semestre, a 296 municípios mineiros. Mas ele está presente em todos os estados brasileiros e beneficia, aproximadamente, 72 mil escolas da rede pública de 3,3 mil municípios, 140 mil professores e mais de 3 milhões de crianças.
Segundo o diretor-presidente do Instituto Natura, Pedro Villares, o objetivo do Trilhas é fornecer material educacional, além de promover a formação de profissionais do ensino para melhorar a qualidade da educação básica pública brasileira. “O projeto vem ao encontro de uma das metas do Plano Nacional de Educação (PNE), que estabelece a alfabetização de toda criança até os 8 anos de idade”..